Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Adeus, série querida!

Por: em 30 de dezembro de 2011

Adeus, série querida!

Por: em

Assim como você pode conferir nos últimos dias, a equipe do Apaixonados por Séries preparou uma série de especiais neste final de ano. Já tivemos as melhores estreias de 2011, as maiores decepções, as melhores participações e os melhores retornos que o ano nos proporcionou. Agora, dando continuidade a essa gama de posts, iremos ‘homenagear’ aquelas séries das quais nos despedimos neste ano que acaba amanhã.

Como todos os posts, seguimos na linha de votos pessoais. Portanto, as séries que seguem pautadas abaixo não necessariamente são sucessos de crítica e público, mas sim uma série importante para algum de nossos colaboradores. O intuito deste post é mostrar o porquê a série fará falta, o que ela trouxe de inovador ou não, suas vitórias e seus fracassos. Portanto, sem mais delongas, confiram abaixo as séries que demos adeus em 2011.

A lista abaixo está em ordem alfabética pelo nome do colaborador. Os textos podem conter spoilers para quem não assistiu as produções.

Life Unexpected (26 episódios, 2 temporadas – 2010-2011) – por Alexandre Borges

Life Unexpected começou causando expectativa em quase todos. Era uma produção da CW que mais tinha cara de WB em seus tempos de glória (Everwood, Gilmore Girls, Dawson’s Creek …) e a curiosidade em cima do projeto era grande. E depois de uma primeira temporada inconstante e que soube usar e abusar de clichês pra contar a história de Cate, Baze e Lux, muitos ficaram por ali mesmo e a renovação foi difícil. Com a 2ª temporada, a história foi diferente. Os clichês, claro, ainda estavam ali, e em maior número, mas algo no modo de desenvolver a história mudou e tornou possível uma maior empatia com os personagens. E quando o inevitável cancelamento veio, o gosto foi amargo. Tendo que fazer um final as pressas, reduzindo em 2 episódios o previsto, o show deixou saudades. Os episódios desse 2º ano possuíam uma simplicidade, uma calma, era como um “porto seguro” entre tanta tribulação que as outras séries inseriam em sua trama. O final, ao menos pra mim, foi mais do que satisfatório. Mais do que torcer por um casal ou um casamento, a trama que Life Unexpected se propunha a contar era a busca de Lux por uma família, um lugar e pessoas as quais ela pudesse chamar de suas. E foi o que a belíssima cena final mostrou, sem erros.

Greek (74 episódios, 4 temporadas – 2007-2011) – por Andrezza

Um dos maiores sucessos das ABC Family nos últimos anos, Greek trouxe pra mim um sentimento especial. Não fui daquelas que começou a ver a série no começo e sofreu a cada hiatus, a cada intervalo de temporada, a cada incerteza de renovação e cancelamento, assisti tudo de uma vez só. Com os episódios de Greek, vem um gostinho nostálgico pra quem já curtiu a fase universitária ou de expectativas pra quem ainda vai chegar lá. Apesar de muitos considerarem prematuro, adorei uma temporada final sobre a vida pós-formatura de Ash, Casey e Evan. Toda escolha tem seu preço e um dia a conta chega. A season four retrata as maiores escolhas na vida dos principais personagens da série e embora alguns episódios tenham sido aquém do esperado, a series finale foi um presente aos fãs. Desde o título, Legacy, passando pelo roteiro: a revelação do vilão-X, o plano para salvar a KT, a demolição da casa, o discurso de Rusty como futuro presidente da irmandade, a formatura do Cappie com a revelação do seu nome, o romance de Rusty e Ash, e por fim: a trilha sonora. Durante a demolição, After Afterall  tocava e acredito que as lágrimas dos atores, após quatro anos de série, foram tão reais quanto as minhas. Não que a KT fosse apenas uma casa, são os moradores que a fazem um lar e os amigos são a família que nos permitiram escolher. Uma fraternidade não são apenas tijolos, paredes e telhas, e foi muito inspirador ouvir de Rusty como KT era sobre diversão e que a casa era construída pela pessoas que nela vivem. Deixou um gostinho de esperança pra quem sabe, no futuro, um spin-off sobre como seria até a formatura de Rusty e Dale. Depois de Greek, Forever Young sempre me lembrará de Casey e Cappie “ganhando o mundo”, juntos e felizes, após a despedida dos amigos queridos. A série deixou saudades e de vez em quando não resisto a rever meus episódios favoritos. Que tal uma maratona durante o hiatus? Garanto que não irão se arrepender.

Lie to Me (48 episódios, 3 temporadas – 2009-2011) – por Andrezza

Lie to Me é daquelas séries que a gente começa a ver sem grandes pretensões e de repente devora um episódio atrás do outro. “Não tenho mesmo fé em palavras. Estatisticamente falando, uma pessoa normal conta três mentiras a cada 10 minutos de conversa. Não é garantido. Somente pessoas normais. (…) Emoções são as mesmas quando se é uma dona de casa ou um homem-bomba. A verdade está escrita em todas as nossas faces.” As primeiras cenas do piloto de Lie to Me davam uma amostra do que viria da estréia mais aguardada da Fox em 2009: uma fantástica série que retratava o cotidiano de Dr. Cal Lightman e sua equipe, um mestre no estudo das expressões faciais e o que elas representam. A primeira temporada mostrou a que veio, com episódios ágeis e boas atuações. Pena que o roteiro tenha se perdido no meio da segunda temporada e infelizmente não conseguiram retomar o rumo dos bons índices de audiência. Embora o cancelamento ainda não houvesse sido anunciado oficialmente, a série se despediu do público com um ótimo episódio, quando Ligthman investigava Zach Morntein, criador de um site de rede social que se tornou suspeito de assassinato quando um dos co-fundadores apareceu. O roteiro pegou carona em parte com suceso do cinema A Rede Social, aliado a uma atuação competente do elenco do principal e de Ashton Holmes que atualmente colhe elogios pelo ótimo vilão Tyler em Revenge, com direito a muito suspense e reviravoltas, tudo como nos tempos áureos de Lie to Me. Pena que já era tarde demais e Killer App não foi suficiente para segurar a audiência e a renovação da série. Aos que gostam do estilo, resta acompanhar The Mentalist, cujo protagonista é menos eficiente que Carl, mas ganha no quesito carisma.

 Brothers & Sisters (109 episódios, 5 temporadas – 2006-2011) – por Bianca

Quem acompanhou Brothers & Sisters até o final pode estranhar ela estar na categoria “Adeus, série querida”. A verdade é que o seriado só esteve bom mesmo nas duas primeiras temporadas, com as últimas três sendo mais um longo caminho até o fim. Eu, que tenho problemas para desapegar das séries, não consegui não terminar de acompanhar a vida dos Walkers, cujo roteiro estava cada vez mais capenga e nem as sensacionais Sally Field e Rachel Griffiths (Nora e Sarah Walker respectivamente) conseguiam segurar. Se, no começo da série, a vida dos Walkers estava um caos devido à aparição de mais uma filha do patriarca morto e a adição da Rebecca (Emily VanCamp) e Holly (Patricia Wettig) criava ótimas situações e trazia tensão com comédia à trama; nas últimas, a mesma estratégia não deu certo. Quem se preocupava se o Ryan era realmente um Walker quando tínhamos o Scotty e o Kevin tentando adotar uma criança? A saída de Rob Lowe poderia dar um gás para a última temporada (já que ele não era um dos atores mais queridos pelos fãs) e dar uma história bacana para a Kitty (que não fazia muito na série além de cuidar do filho e sofrer de câncer – que, sem querer soar insensível com quem sofre da doença, ficou muito claro que foi uma estratégia preguiçosa dos roteiristas para dar uma história para a personagem), mas serviu apenas para indicar o fim. Nem a volta de Tommy ou o fim do casamento de Rebecca e Justin melhorou a audiência, que foi caindo conforme a quinta temporada chegava ao fim. Mas, prevendo o cancelamento, Brothers & Sisters teve um final decente, embora não tivesse muitas tramas a serem concluídas e tenha terminado com a cara de uma novela da Globo.

Big Love (53 episódios, 5 temporadas – 2006-2011) – por Caio Mello

Sabe aquela série que você acha que ninguém mais assiste, mas fica indignado pelo mundo não conhecer tal brilhantismo? Eu era assim com Big LoveTom Hanks não colocou suas mãos só em minisséries da HBO como Band of Brothers e The Pacific, mas também em séries regulares. Como produtores executivos, ele e os criadores Mark V. Olsen e Will Scheffer passaram três anos estudando a história de Big Love, para serem capaz de passar uma imagem real da situação. Que situação? Uma das maiores polêmicas mais bem mostradas na história da TV:poligamia. E eles foram mais fundo, criando todo esse universo em cima de uma família mórmon fundamentalista. Criada em 06 de Abril de 1830 por Joseph Smith Jr, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias reúne cristãos do mundo todo. De acordo com a história, Joseph Smith recebeu uma revelação divina de que os mórmons deveriam ser praticantes do casamento pluralista, hoje conhecido como poligamia. Apesar da prática ter sido extinta e passada a ser ilegal em 1890, de acordo com um senso feito em 2005, entre 20 e 40 mil pessoas ainda praticam o casamento pluralista nos Estados Unidos. Toda essa história; os podres por dentro das comunidades polígamas como livro dos prazeres e casamentos forçados; assim como o lado positivo, de gente que só quer fazer o bem – você conhece em Big Love. Na série conhecer a família HenricksonBill é o patriarca, que tem três filhos – Sarah, Ben e Tancy – com a primeira esposa Barb; dois filhos – Wayne e Raymond – com a segunda esposa Nicki; e outros dois – Lester e Aaron – com a terceira esposa, Margie. O trunfo da série são esses personagens, cheios decamadas psicológicas, carregando traumas de infância e urgências que precisam ser contidas. A relação entre asirmãs-esposas é outro ponto extremamente importante da série. Suas frustrações e brigas contrastavam com o amor que uma sentia pela outra, enquanto Bill seguia o rumo do líder que luta por sua causa; tendo que enfrentar os problemas da família balanceando com o preconceito alheio e os podres da comunidade Juniper Creek. Com atuações excelentes de Bill Paxton (3 vezes indicado ao Globo de Ouro por BL), Jeanne TripplehornChloë Sevigny (vencedora do Globo de Ouro pela série, batendo até Jane Lynch – vídeo aqui), Ginnifer GoodwinAmanda SeyfriedBruce DernHarry Dean Stanton e Grace Zabriskie; a série foi aclamada pela crítica especializada por suas três primeiras temporadas (recebendo três indicações ao Globo de Ouro e uma no Emmy de melhor drama), e mesmo tendo derrapado em sua 4ª temporada, voltou muito bem e terminou lindamente a vida da família Henrickson, que ficará marcada para sempre na mente dos fãs.

United States of Tara (36 episódios, 3 temporadas – 2009-2011) – por Caio Mello

A evolução de uma série é algo notável, e difícil. Porém, United States of Tara a fez com maestria. O Showtime gosta de colocar mulheres fortes a frente de suas séries, principalmente as dramédias, e fizeram e melhor decisão em contratar Toni Collette como Tara Gregson, uma mulher que sofre de TDI (Transtorno Dissociativo de Identidade), dando brilho a história criada pela genial Diablo Cody. Durante a 1ª temporada, conhecemos as personalidades de Tara e acompanhamos a vida da família Gregson – Tara, o marido Max, os filhos Kate e Marshall, e a irmãCharmaine – enquanto eles correm atrás do trauma que deve ter causado a origem da doença. Já no começo alguns traços do sofrimento de uma pessoa com tal transtorno era mostrado, porém, pendia para a comédia durante o primeiro ano. A 2ª temporada resolveu criar outras camadas para o TDI, apresentando novos alters (como eram chamadas as personalidades) e aprofundando o psicológico da doença. Porém, em sua 3ª e última temporada, a série partiu totalmente para o drama, e virou um suspense psicológico de primeira, no qual os Gregson estavam caindo aos pedaços, enquanto Tara não tinha mais forças para lutar contra seu grande vilão: o alter Bryce, originado a partir do verdadeiro trauma que fez Tara adquirir a doença. Diablo Cody abusou de roteiros magistralmente criados para mostrar como o TDI agia na mente de Tara, e de como uma família pode chegar ao fundo do poço sem um tratamento adequado. A série nunca esqueceu de seus outros personagens, criando tramas paralelas consistentes para o filho Marshall, e evoluções na personalidade através de plots inteligentes para Max, Kate e Charmaine. Assim, a série foi além do transtorno dissociativo de identidade, trabalhando com homossexualidade e abusos sexuais e disposofobiaassim como outros problemas menores porém igualmente destrutivos, como apego emocional. Toni Collette brilhou em cada um dos episódios, interpretando OITO personagens completamente diferentes, com perfeição. Tanto que levou para casa um Emmy (vídeo aqui) e um Globo de Ouro (vídeo aqui) de melhor atriz. Porém, o povo americano odeia que cutuquem seus problemas, e a audiência da série não justificou uma renovação para a 4ª temporada. Mesmo assim, o final da série foi tão perfeito, que se tivessem planejado um encerramento próprio, poderia não ter sido tão bonito.

Secret Diary of a Call Girl (32 episódios, 4 temporadas – 2007-2011) – por Gabriela Carvalho

Se tem algo que admiro em executivos de séries e televisão é a perspicácia e feeling de finalizar um projeto de sucesso em seu auge, sem tentar esgotar todos os plots possíveis e imaginários, que fazem com que o seriado perca sua essência e se torne medíocre. E foi exatamente isso que ocorreu com a série inglesa Secret Diary of a Call Girl. Com apenas quatro temporadas, que possuíam oito episódios de 20 minutos cada, a série foi competentíssima ao evidenciar o mundo das garotas de programas de luxo de uma maneira em que o sexo, parte fundamental da história, fosse retratado de modo elegante. Protagonizada pela belíssima Billie PiperSecret Diary narrou a vida de Hannah/Belle através da fórmula de um “diário pessoal”, em que a atriz conversava diretamente com o público sobre os segredos da profissão, bem como seus encontros com clientes fetichistas, sadomasoquistas, entre outros. Ao longo dos anos em que foi ao ar, a série contou com um elenco coadjuvante primoroso, as escolhas dos clientes de Belle, por exemplo, foram fantásticas! Secret Diary of a Call Girl foi uma das melhores séries que já assisti na minha vida, excelente, sublime, espetacular! Dê um presente para você neste fim de ano e assista há uma obra da televisão inglesa.

Comédias da HBOBored to Death (24 episódios, 3 temporadas – 2009-2011); Entourage (96 episódios, 8 temporadas – 2004-2011); How to Make It in America (16 episódios, 2 temporadas – 2010-2011) e Hung (30 episódios, 3 temporadas – 2009-2011) – por João Miguel

Desde a estreia de Oz, em 1997, a HBO tornou-se referência em produções dramáticas para a TV, mas não foi só com dramas que a emissora construiu sua reputação. Cinco anos antes, a aclamada sitcom The Larry Sanders Show já chamava a atenção da crítica americana. A partir daí, comédias de sucesso como Sex and the City e Entourage marcaram a história do canal. Entretanto, é inegável que, atualmente, este segmento não é o ponto forte da HBO: temos boas séries negligenciadas pelo público e pela crítica (Eastbound and Down, How to Make It in America), outras medianas de baixíssima atratividade (Hung, Enlightened) e ainda ótimas séries reconhecidas nas premiações, mas que sofrem com os baixos índices de audiência (Curb Your Enthusiasm, Bored to Death). Este ano, a crise piorou: além de Entourage, cuja oitava temporada já era anunciada como a derradeira, How to Make it in America, Bored to Death e Hung também se despediram da TV. Se o telespectador que procura séries de comédia diferenciadas, com um humor sofisticado (e por vezes peculiar) e tramas originais já lamentou a falta de Flight of the Conchords ano passado, 2012 terá uma gama de opções mais limitada ainda para esta pequena parcela da audiência. Entourage hoje não faz muito barulho, mas já foi hit do canal em seus primeiros anos de exibição e chamava atenção pela trama mais amarrada do que costumamos ver em comédias, pelas referências pop e pela ótima trilha sonora. Apesar da falta que vai fazer aos que ainda a acompanhavam, a série pelo menos teve tempo para preparar seu final, ao contrário das comédias canceladas pelo canal. How to Make It in America era um delicioso retrato do jovem empreendedor novaiorquino, mesclando os desafios profissionais e a atribulada vida pessoal de seus personagens. Tratava de temas como drogas e sexo casual com um humor despreocupado; o que importava eram os personagens e as decisões, por vezes ousadas, que tomavam. Acompanhar as encrencas em que os donos e parceiros da CRISP e da Rasta Monsta se metiam era divertido, instigante e tinha um ar de novo, uma atmosfera que nenhuma outra série tem – e o pior foram as interessantes possibilidades abertas na season – quer dizer, series finale. Bored to Death é outra que vai fazer falta. Foram apenas vinte e quatro episódios divididos em três temporadas de uma série que nem sempre conseguia ser excelente ou genial e muitas vezes chegava a ser chatinha, mas que era muito engraçada e impossível de deixar de se acompanhar. O trio formado por Jonathan, George e Ray tinha química e conseguia ser extremamente carismático, apesar do clima de noir e spleen. Ao contrário das outras comédias do canal, Bored não se importava muito com a construção plausível de sua trama, abraçando o nonsense e o humor negro, sempre preservando um roteiro que conseguia ser ao mesmo tempo inteligente e insano, ousado e despretensioso, que vai fazer muita falta no próximo ano. Hung, apesar de ser aquela que tinha a menor e menos ativa fanbase das séries citadas, tinha seus méritos: aliava a cretinice de Californication à típica dramédia de meia idade, com um resultado bacana. Talvez, se a HBO tivesse dado mais tempo para Hung se desenvolver, ela tornar-se-ia uma das grandes comédias da atualidade: boas atuações e potencial para isso a série tinha. As comédias anunciadas pela emissora para o ano que vem – Veep, Girls e The Viagra Diaries – parecem apostas fortes, mas Bored to Death, Entourage, How to Make it in America e Hung vão deixar saudade. 

Men of a Certain Age (22 episódios, 2 temporadas – 2009-2011) – por João Miguel

“When I grow up to be a man…”

O trio Joe, Terry e Owen se despediu em Julho, em um episódio que recebeu o esperançoso título de season finale, mas foi preparado como uma series finale – e uma muito digna. Men of a Certain Age andava mal das pernas no quesito audiência, até mesmo para os padrões da TNT, e tanto os fãs quanto os roteiristas já aceitavam que o cancelamento da série estava próximo. Para não deixar-nos com cliffhangers que nunca serão resolvidos, experiência pela qual passaram os telespectadores de séries como FlashForward e V, os roteiristas decidiram criar um episódio que pudesse deixar possibilidades a serem exploradas no futuro, mas ao mesmo tempo encerrar a trajetória dos personagens de maneira satisfatória (apesar disso, é claro que nós ficamos querendo mais). Hold Your Finish conseguiu, ao mesmo tempo, não amarrar pontas soltas e não deixar os fãs em expectativa para a próxima temporada. O episódio fez alusões à season finale da temporada anterior, mostrando que os personagens encontravam-se na mesma situação do ano passado, apesar das experiências acumuladas ao longo do caminho. Men sempre foi sobre isso. Os truques nos quais você pode cair ao perceber que está envelhecendo, o quanto você precisa dos seus amigos para não cair neles, o quanto a vida muda e ao mesmo tempo permanece igual e qual é o real peso dos esforços que você faz para mudar de vida. Apesar da insatisfação por esse injusto cancelamento precoce (Franklyn and Bash, que é ruim, nada, né, TNT?), valeu, Men of a Certain Age. Foi uma divertidíssima viagem pela vida pós-quarenta anos, que pode não ter levado a respostas prontas de livros de auto-ajuda, mas nos convidou a refletir de modo que possamos, um dia, encontrar estas respostas por nós mesmos. Men será eternamente aquela série que você recomenda para mil pessoas e, delas, só duas realmente assistem, mas, assim como você, viram fãs e defensores apaixonados do programa – e mais, sentem-se, também, amigos desses cinquentões que nunca desistem de fazer seus próprios caminhos pela vida, e de acreditar neles com a esperança de meninos. (Deu saudade? Assista à abertura da série)

Friday Night Lights (76 episódios, 5 temporadas – 2006-2011) – por Lara Lima

E bota querida nisso hein? Me despedir dessa série não foi fácil. O quinto ano teve suas baixas, mas ainda assim não é exagero dizer que essa é a melhor série teen da atualidade. A beleza dela está na sua simplicidade em retratar os jovens, em completa oposição ao que o restante dos seriados tem feito, isto é, simplificando as atitudes e subestimando a capacidade deles. Aqui nada era falso, nada era maquiado, tudo era coeso, sincero, profundo e, ao mesmo tempo – simples; de forma que acompanhar a trajetória de pessoas como a gente só me fez ficar apaixonada por esta série. A série não é muito premiada, aliás, o Kyler Chandler só ganhou o Emmy este ano e a Connie Britton foi indicada a melhor atriz, mas não faz mal, premiação nunca foi atestado de qualidade e, para quem viu a série, não há dúvidas de que os dois mereciam ganhar pela excelente performance desde o primeiro ano. O elenco jovem também se destacou, o Zach Gilford, no papel do frágil Sarecen que no decorrer da série se transformou num homem; o Gaius Charles numa interpretação emocionante, a Adrianne Palicki surpreendendo e o Scott Poter num dos papéis mais difíceis da sua carreira, deram um show a parte. E o roteiro? Meus dramas, e de muitos outros estavam lá: o amor fulminante da adolescência e a trajetória para a vida adulta; a saída do Ensino Médio, das garras dos pais, pra tomar as próprias decisões e ser responsável por si mesmo; a primeira vez; a imposição da sociedade para o que você deve ser e o que deve fazer; família; amigos; racismo, gravidez na adolescência; esporte; superação, enfim, nem dá pra catalogar os tantos assuntos que Friday Night Lights abordou, sem em nenhum momento ser moralista ou condescendente. Uma série real, com personagens reais é a melhor forma de defini-la. E poxa, vai fazer muita, muita falta.

Clear Eyes, Full Heart, Can’t Loose! 

V – The Visitors (22 episódios, 2 temporadas – 2009-2011) – por Leandro

Muitos provavelmente discordarão da colocação de V nesta lista, mas eu, como reviewer da série e crente de que ela podia dar certo, bati o pé e coloquei-a por aqui. A série, para os fãs do gênero, tinha tudo para dar certo. Com nomes como Elizabeth Mitchell e Morena Baccarin no elenco, poucas eram as chances de vermos atuações ínfimas na tela. Além disso, a trama era remake de uma minissérie homônima de sucesso dos anos 80, precursora das grandes séries de ficção científica seqüentes. E os personagens eram excelentes. Algumas falhas, alguns clichês bem batidos, mas num todo a série tinha como caminhar, pena que isso não foi reconhecido por um grande público. Personagens como a sagaz Erica e a antitética Anna, conquistaram o público, fazendo-nos acreditar em toda a insanidade que aparecia em nossas telas. E aos poucos, fomos envolvidos por essa batalha travada entre a raça humana e aqueles que seriam os seres de outro mundo. Como não se envolver com o possível nascimento do primeiro híbrido ou com a filha da rainha que estava disposta a trair a própria espécie em nome do amor, sentimento que só tinha conhecido depois de ter contato com a raça humana. Fora os embates entre religião e ciência proporcionados por personagens como o Padre Jack e jornalista Ryan Nichols, que se contrapunham veementemente até se tornarem aliados. Com a renovação para a segunda temporada, muito da esperança dos fãs foi restabelecida e o segundo ano da série conseguiu cativar bastante seu público, mostrando uma trama mais sólida e direcionada, com episódios que realmente deixavam o espectador ansioso para saber o que ia acontecer a seguir. Mas a audiência não correspondeu mais uma vez e, seguindo o praxe, a ABC acabou por cancelar a série, sequer permitindo que a série tivesse um final digno diante dos olhos dos seus fãs. Encerrando sua história com um baita cliffhanger, a série deixa sua marca em uma trama promissora, porém inacabada. 

Being Erica (49 episódios, 4 temporadas – 2009-2011) – por Rodolfo


Dramédia canadense com pitadas de ficção científica exibida em mais de 80 países, Being Erica chega ao final após quatro ótimas temporadas. A história da mulher fracassada e cheia de arrependimentos que, episódio após episódio, volta no tempo para corrigir seus erros do passado ganhou o respeito do público e recebeu prêmios importantes, incluindo o GeminiEmmy canadense (vídeo aqui) – de melhor atriz de drama para Erin Karpluk. Mais que uma simples série, uma verdadeira terapia, Being Erica nos ensina a lidar melhor com os nossos problemas e nos faz olhar para dentro de nós mesmos em busca de respostas. Impossível não sentir uma pontinha de tristeza pelo seu final, porém, como disse o próprio Dr Tom: “Tudo que tem um começo, tem um fim. Faça as pazes com isso e você ficará bem”. Durante o 4º ano, nos foram apresentadas as últimas seções de Erica, a escalada da protagonista para o cargo de doutora, o começo do relacionamento entre Julianne e Brent, o adeus definitivo de Leo, os retornos de Ethan e Kai, o amadurecimento da relação entre Erica e Adam, e o mais triste e emocionante: A despedida de Dr Tom no excelente series finale. Com um roteiro bem escrito, onde todas as pontas foram amarradas, Being Erica diz adeus em sua melhor forma, afinal, é sempre bom terminar quando se está no auge.

Smallville (218 episódios, 10 temporadas – 2001-2011) – por Rosangela

Apesar dos pecados cometidos durante praticamente todas as temporadas, principalmente as três últimas, Smallville ganhou não só meu coração mas o coração de boa parte dos fãs do Superman por mostrar de forma tranqüila (às vezes até demais) os passos que levaram Clark Kent a se transformar no Homem de Aço, dando destaque não só aos poderes que o herói ganhava a cada ano, mas principalmente às pessoas que conhecia e às experiências que moldaram seu caráter, o transformando no herói “politicamente correto”. Falando nisso, o grande acerto de Smallville também foi mostrar em alguns momentos um Clark Kent completamente humano, cheio de dúvidas, angústias e medos, tornando o herói mais simpático até mesmo àqueles que não iam muito com a cara do Superman. Se bem que a “liberdade poética” que marcou a reta inicial da série fez muita gente torcer o nariz e quase abandonar o show (inclusive eu), embora todos os absurdos tenham sido compensados pelo maravilhoso último capítulo da série, que apesar de não mostrar Clark Kent trajado como Superman em toda a sua glória mostrou o herói em ação, além de ter abusado da emoção graças à trilha sonora: o tema dos filmes do Homem de Aço. Após dez anos de altos e baixos Smallville chegou ao fim em maio deste ano, deixando saudades e a certeza de que o show terminou na hora certa, já que tudo (ou boa parte) do que precisava ser dito foi mostrado. Adeus, série querida, e longa vida ao Homem de Aço.

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Além das diversas séries que estrearam na última temporada, mas também foram embora em 2011 com apenas uma temporada exibida, demos adeus a The Hard Times of RJ Berger, Hawthorne, Human Target, Law & Order: Criminal Intent, Medium, Memphis Beat, Rescue Me, Stargate Universe, entre outras.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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