Chegamos ao último episódio de Agent Carter, e como vocês devem ter percebido pelas minhas resenhas anteriores, eu gostei muito da série. Pelo fato de termos poucos capítulos -apenas 8 – o tempo em tela se mostrou muito precioso e posso afirmar que não consigo lembrar de desperdícios, tanto de minutos quanto de história. Hayley Atwell carregou mesmo a série. Peggy era desrespeitada, um recurso subtilizado que a S.S.R. pecou em não acreditar – Mais do que nunca Carter provou seu valor e Valediction veio para fechar lindamente a história.
Vamos recaptular? Todo conluio entre Peggy e Howard Stark, para que ela limpasse o nome dele veio a tona, Dooley morreu pela causa e a Leviatã (mais especificamente o dr. Ivchenko e Dorothy) estão de posse de um dos itens mais mortais da coleção de invenções do pai do Homem de Ferro. O Óleo da Meia-Noite foi encomendado para tirar o sono dos soldados no front da 2ª Guerra, que acabou por se tornar algo diabólico, ao fazer as pessoas expostas à ele, virarem loucas homicidas. Além das quase 50 pessoas que se mataram no cinema, descobrimos que os aliados lançaram mão do Item 17 como uma arma, explicando a chacina que aconteceu na tão comentada batalha de Finow (pena que Dooley não está mais entre nós para tomar ciência).
Descobrimos também o verdadeiro nome de Ivchenko – Fernnhoff – Leia-se também, Dr. Faustus, um dos grantes antagonistas do Capitão América nos quadrinhos. O hipnólogo estava em Finow e perdeu seu irmão e é claro que isso fez com que ele desenvolvesse uma sede devingança contra Stark. Abro então para vocês uma das minhas poucas reclamações sobre o encerramento da série. Sério que a Leviatã se resumia a apenas Faustus (tudo bem que ele é importante nos quadrinhos…) e Dottie? Eu tava era crente que veria algo como a HYDRA dos Russos surgindo no universo cinemático da Marvel, mas não. Ivchenko quer se vingar de Stark e quer fazer isso da forma mais cruel possível, usando o bon vivant e a sua mortal invenção em um ataque terrorista.
Valediction trouxe Howard de volta. Dominic Cooper já havia feito um bom trabalho com o personagem em sua aparição no cinema em o Primeiro Vingador, mostrando do que ele era capaz – inclusive de construir uma máquina que “fabricaria” um super soldado, mostrando um pouco das facetas posteriormente veríamos em Tony Stark. Porém Agent Carter, mas especificamente sua Season Finale, proporcionou que nos aprofundássemos mais no caráter de Stark que, como seu filho, é um homem nobre que, apesar de seu ego gigantesco (muito engraçado ele tentando lembrar do nome de Dorothy), tem um coração bom. Howard volta e se coloca como isca para Ivchenko por se considerar culpado de todas as mortes que aconteceram (As pessoas no cinema, Dooley, Kreminsky e etc), sua genialidade não fez com que ele conseguisse salvar vidas – a de Steve Rogers em especial – e Fernnhoff usa essa dor para manipular o milionário.
Dentre toda a tragédia que causou, Howard vê em Rogers seu único acerto. Em meio à um transe proporcionado por Ivchenko, ele é levado a crer que encontrou a sua mais valiosa cria. Eu assisti o Primeiro Vingador esses dias e no final do filme mostra que Stark comandou uma expedição de busca ao Capitão e que mesmo depois de encontrar a Tesseract, sem mais sinais, ele não desistiu. Toda ilusão criada para manipular o playboy mostra que ele sempre manteve viva dentro de si a esperança de encontrar o herói. Em mais um paralelo com o filme temos novamente Peggy falando no rádio com alguém amado, que está em uma missão suícida no comando de um avião. Se com Steve ela não conseguiu evitar o pior, ela tentou até o último momento com Howard e foi bem sucedida. Achei muito legal a declaração da agente dizendo ambos amavam Rogers e também que ela precisava dele, pois ele foi o único que sempre acreditou nela.
Jarvis tomou uma posição mais ativa essa semana. Apesar de homem, ele sempre foi mostrado como a ponta mais frágil quando estava junto de Peggy. Porém, diante do risco de ter seu patrão matando milhares de pessoas, ele chama a responsabilidade para si de ser a última alternativa para evitar o desastre – ao mesmo tempo que ficou tangível a dor dele por eventualmente ter de fazer isso. James D’Arcy nos proporcionou o personagem mais cativante da série. Toda sua lealdade a Howard e sua crescente admiração e respeito para com Peggy, o fizeram ganhar esse status. No final do episódio ficou bem claro que Carter ganhou mais um aliado e amigo. O mordomo inclusive da um perdido no patrão e entrega o sangue de Steve para ela.
Finalmente tivemos o grande embate entre Dorothy e Peggy. Particulamente achei que foi bem rápido. Dottie claramente é melhor do que Carter – afinal ela é uma mortal Viúva Negra – mas Peggy usou mais uma vez a cebeça e lutou com as armas que tinha, acabando a espiã russa caindo da janela e desfalecendo na asa de um avião. Olha, achei a altura da queda mega pequena para que se presumisse que a mulher estivesse morta, mas ok, ela escapar com vida deixa no ar que ela pode ter se tornado uma grande antagonista da protagonista posteriormente, deixando o destino dela em aberto. Depois dos acontecimentos com Stark e de posse do sangue de Steve, Peggy finalmente consegue superar a dor da perda do amado. Muito mais do que a resistência dos colegas em aceitá-la como igual, outra coisa que dificultava o seu crescimento, era sua negativa em seguir em frente com a vida. A cena dela derramando o sangue do capitão na baía de Nova Iorque foi mega simbólica, quase como um renascimento.
Renascimento sim, um novo começo, também na agência. Mesmo com Sousa (genial a forma com que ele tapeia Ivchenko) e Thompson trabalhando em sintonia com ela, a série termina mostrando que as coisas melhorariam sim – afinal, ela foi recebida com aplausos na S.S.R. – mas não da noite para o dia. Um exemplo disso é o próprio Thompson, que ganhou no decorrer dos episódios uma complexidade emocional mais densa (nos fazendo inclusive gostar dele), voltou novamente a mostrar que a sociedade da época ainda não estava pronta para ter uma mulher salvando o dia. Mas Peggy é resignada, ela não se incomoda com o fato do loiro levar o crédito, afinal, ela sabe do próprio valor. Quem também sempre soubre dele foi Sousa, que finalmente chamou a agente para sair. Foi dixavado a princípio, mas o sorrisinho de Peggy deixou bem claro que a bebidinha rolaria depois.
Os últimos momentos do episódio me pegaram de surpresa. Nos moldes das clássicas ‘cenas pós-creditos’ da Marvel, vemos Ivchenko chegando com uma focinheira a lá Hanniball na prisão e tendo, ninguém mais que Arnim Zola (Toby Jones) como companheiro de cela. Quando Agent Carter começou, eu estava crente que veria a formação da S.H.I.E.L.D. e aprenderia como a HYDRA conseguiu de infiltrar na agência, mas não, toda história foi em uma época em que a agência, que hoje luta para se reerguer, ainda não havia se consolidado. Zola aparecer aqui é a primeira referencia da dissidência nazista depois da derrocada do Caveira Vermelha no primeiro filme do Capitão América. Toda empolgação dele em ter Ivchenko como colega de cela pode ser um sinal de que o russo também esteja intimamente ligado com o renascimento da HYDRA e na sua infiltração na S.H.I.E.L.D. Me fez lembrar, inclusive, os métodos utilizados para fazer com que o Bucky se tornasse o letal Soldado Invernal, por exemplo.
Se eu já estou saudosa? Sim. A ABC não confirmou uma segunda temporada, e eu não acho (racionalmente falando) que há necessidade para tal. A história acabou amarradinha, sendo eficiente em mostrar um pouco do contexto pós-guerra do MCU. Quem acompanha os filmes e Agent’s of S.H.I.E.L.D. sabe que Peggy atualmente é tida como uma das principais agentes na história, sendo ela peça essencial para a formação da organização. Então, creio que mesmo que mesmo que não nos dêem mais detalhes, já é possível saber que capacidade para ser grande ela sempre teve. Porém, ficou claro que o canal tem na mão um excelente tapa hiatus e não reclamaria se pudesse ver mais algumas aventuras de Margaret Carter (e Jarvis) daqui à um tempo. #Vamosacompanhar
Não temos nem tempo de chorar, semana que vem – dia 3 de março – a 2ª temporada de Agent’s of S.H.I.E.L.D. volta e a sede de saber as consequências dos acontecimentos do midseason finale, é um grande afago no nosso coração nessa hora de despedida. Além das promos do episódio Aftershocks, também foi divulgado um vídeo mostrando tudo o que você precisa saber (ou lembrar) para estar preparado para o mais do que promissor retorno #utilidadepublica.
Confira:
Here’s everything you need to know about Marvel’s #AgentsofSHIELD before we return on March 3! https://t.co/9E7b36CYg4
— Agents of SHIELD (@AgentsofSHIELD) 20 fevereiro 2015
E aí, o que você achou de Agent Carter? Gostou de como acabou? Assiste Agent’s of S.H.I.E.L.D? Está preparado para semana que vem? Eu estou morrendo de ansiedade!
Fique a vontade para comentar e complementar a resenha.
ÁREA RESERVADA PARA MARVELMANÍACOS!:
– Se o Grifitty não era muito aprazível para se morar, Angie e Carter se deram bem, não?
– Tivemos o retorno do programa de rádio do Capitão América e sua Betty Carver, que também parecia estar em sua última transmissão.
– As maravilhosas músicas I’ve Got it Bad (And thar ain’t’ good) e The Way you Look Tonight foram muito bem utilizadas para contextualizar temporalmente a época da série.
– A série se utilizou muito bem do Dr. Faustus, um personagem importante da história do Capitão que talvez não fosse conseguir espaço no cinema. Por isso que a construção do universo em outras mídias é tão legal, o material é extenso e pode ser muito bem explorado.
– Jarvis e Peggy dividiram grandes momentos, mas Howard roubou a cena no episódio.
– O fato de Thompson ter ficado com o crédito no final do dia, não significa que Peggy não tenha conseguido se consolidar dentro da S.S.R. O loiro muito provavelmente ficou no lugar de Dooley, mas certamente Carter parou de ser vista como secretária.
– Será que a bebidinha com Sousa rolou?
– Como eu disse, tivemos alguns paralelos com os filmes. Além de Peggy ao rádio com Stark, o fato de Howard destruir todas suas invenções rememoram os acontecimento de Homem de Ferro 3.
