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Análise do Emmy – Coadjuvantes de Drama

Por: em 7 de setembro de 2015

Análise do Emmy – Coadjuvantes de Drama

Por: em

Está chegando a hora do maior prêmio da televisão norte-americana e continuamos a nossa contagem regressiva para a noite de 20 de setembro analisando as principais categorias e apostando nos vencedores. Vem com a gente!

Melhor Atriz Coadjuvante

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No último ano de Mad Men, fica difícil não torcer pelo seu elenco. Quem não assiste a série certamente não aguenta mais vê-la levando vários prêmios pra casa (been there, done that), já que nos seus quatro primeiros anos a produção ficou com o título de melhor drama. Mas mesmo com todas as indicações desde a primeira temporada, nenhum membro do elenco jamais levou um Emmy pra casa.  E essa é a última chance de corrigirem esse erro e premiar Christina Hendricks, que, com sua Joan, sempre foi parte da alma da série, sendo responsável por alguns dos momentos mais tocantes de Mad Men, como no episódio Lost Horizon (submetido ao Emmy), em que a personagem percebe que, enquanto estiver em uma empresa gerenciada por homens, vai sempre ser enxergada como um  pedaço de carne.

Já Joanne Froggatt, embora tenha sido indicada pelo segundo ano consecutivo, não tem grandes chances. Chegando em sua última temporada, Downton Abbey já não tem mais o apelo que teve um dia, e deve sair de mãos vazias da premiação desse ano. Se Joanne merecia ser premiada? Com certeza, assim com outras colegas de categoria. Mas é importante mencionar que Joanne é inglesa, e normalmente só um candidato de origens “não-americanas” tem chances de ser premiado, e em 2015 esse nome é Uzo Aduba. No entanto, vale lembrar que ano passado Aduba ganhou o Emmy de melhor atriz convidada em comédia, mas, devido às recentes mudanças nas regras da premiação,  Orange is The New Black agora pertence à categoria drama e, embora a tão querida Crazy Eyes tenha feito mais uma temporada brilhante, a própria classificação da série já não lhe favorece.

O Emmy também estaria em boas mãos se fosse parar na casa de Christine Baranski, a Diane de The Good Wife, mas as chances são poucas. A atriz tem sido consistente na sua participação no Emmy: vem sendo indicada todos os anos desde 2010 – sem no entanto jamais levar o prêmio ou sequer ser cotada como favorita. Injustiça? Com certeza. Diane Lockhart é um dos papéis femininos mais complexos da tv aberta americana, além de interpretado por uma atriz de 63 anos. Qual é a série que trata uma mulher de mais de sessenta anos como mulher – e não como mãe ou avó? Dá pra contar nos dedos, e Christine vem há anos se destacando nessa categoria.

Mas nem tudo são flores entre as candidatas a melhor atriz coadjuvante. O trabalho de Lena Headey em Game of Thrones é adorado por muitos e odiado por tantos outros, e sua indicação esse ano ainda vem acompanhada de uma polêmica: a cena mais forte de Cersei Lannister nessa temporada é a que ela caminha nua pelas ruas de Porto Real, cena essa em que a atriz optou por utilizar um dublê de corpo. Se era uma cena tão importante pra personagem, e focada totalmente no seu drama psicológico (e não sexual), até que ponto é correto premiar um trabalho que teve que recorrer a um dublê? Mas se isso está longe de ser ponto pacífico entre os fãs de GoT, a torcida contra uma certa rainha dos dragões certamente é. Quais as chances de Emilia Clarke se nem a própria audiência da série torce pela atriz? Com a sexta vaga injustamente ocupada por Clarke, fica impossível entender como atrizes como Carrie Coon (The Leftovers) e  Molly Parker (House of Cards) não foram lembradas.

Apostas:
Quem deve ganhar: Christina Hendricks (Mad Men)
Quem deveria ganhar: Christina Hendricks (Mad Men)
Quem está faltando: Carrie Coon (The Leftovers)

Melhor Ator Coadjuvante

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Temos ao menos uma certeza esse ano: acabou o reinado de Aaron Paul na categoria. O único motivo? Breaking Bad chegou ao fim. Os outros atores podem respirar aliviados com a real possibilidade de efetivamente levarem o Emmy pra casa, já que nos últimos 5 anos Paul se sagrou vencedor três vezes. Mas se Breaking Bad não está mais no ar, Better Caull Saul está apenas começando e nada mais natural do que Jonathan Banks continuar a tradição. O ator merece levar a estatueta pra casa? Certamente. Banks vem interpretando Mike Ehrmantraut há anos e é a primeira vez que ele tem chances reais de ser conhecido; antes ele só havia sido indicado em 2013, e agora em 2015 já ganhou o Critics’ Choice Television Awards, um bom termômetro para a noite do dia 20 de setembro.

Mas quem acompanha House of Cards vai ter dificuldade em aceitar que o Emmy premie outra pessoa que não seja Michael Kelly. A saga de Doug foi um dos grandes destaques da terceira temporada e é impossível não torcer pelo sucesso do ator esse ano, quando boa parte da série dependia dos sentimentos que passamos a nutrir pelo personagem. Se House of Cards tem força o bastante pra emplacar essa vitória só o futuro dirá, mas é provável que não.

Teoricamente sem grandes chances concorre Alan Cumming, o Eli Gold de The Good Wife. Cumming já havia concorrido em 2011 e 2012 e vira e mexe segue sendo indicado à vários prêmios, mas sem nunca conseguir sair vencedor. Embora seu personagem continue protagonizando alguns dos melhores da série, sua participação tem diminuído nos últimos anos (em parte graças ao seu envolvimento com os espetáculos Macbeth e Cabaret na Broadway), bem como o prestígio de The Good Wife. Pela mesma situação passa Downton Abbey e seu Carson, interpretado por Jim Carter. A série não tem mais o reconhecimento de outrora e o ator provavelmente terá que se contentar com sua terceira indicação. Mas e se todas as previsões estiverem erradas e ele sair vencedor, terá sido injusto? De forma alguma, já que o mordomo Carson continua sendo um dos pontos altos de Downton.

Outro que tem poucas chances de ganhar é Peter Dinklage, o Tyrion Lannister  de Game of Thrones. Embora o ator continue ótimo no papel, a trama do assassino do rei na quinta temporada não foi tão forte quanto a da anterior, que também lhe rendeu uma indicação, nem teve mais destaque que em 2011, primeiro ano de GoT, quando o ator não só foi indicado como também levou o Emmy pra casa. Então fica a dúvida: quem pode tirar esse prêmio de Jonathan Banks? Ben Mendelsohn, de Bloodline, uma das produções mais subestimadas da Netflix.  Danny Rayburn, personagem interpretado por Mendelsohn, é o centro de todos os conflitos da série, tudo parte dele e o ator sempre se destaca, mesmo atuando ao lado de gente como Kyle Chandler (Friday Night Lights).

Apostas:
Quem deve ganhar: Aaron Paul Jonathan Banks (nada mais natural do que a série sucessora de Breaking Bad levar essa pra casa)
Quem deveria ganhar: Michael Kelly
Quem está faltando:  Vincent Kartheiser (Mad Men)


Agora observem os indicados a melhor ator e atriz coadjuvante. Repararam alguma diferença? Os mais novos atores indicado têm 46 anos (Ben Mendelsohn, Peter Dinklage e Michael Kelly) e o mais velho 68 (Jonathan Banks). Já entre as atrizes, as mais novas tem 28 (Emilia Clarke), 34 (Uzo Aduba) e 35 (Joanne Froggatt), enquanto a mais velha tem 63 (Christine Baranski) e é a única candidata com mais de 42 anos na categoria.  Se não tá fácil fugir do sexismo em Hollywood, imagina no resto do mundo?

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Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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