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Arrow – 3×01 The Calm

Por: em 10 de outubro de 2014

Arrow – 3×01 The Calm

Por: em

Olha, eu não sei nem o que dizer depois de um episódio como esse. A CW tirou a semana para zuar com a minha cara, porque não é possível, né? Depois da volta surpreendente de The Originals e da estreia arrasadora de The Flash, Arrow volta para o seu terceiro ano e demonstra que está longe de perder a forma. Se você parar e analisar tudo que aconteceu nesse episódio, o ritmo foi exatamente igual àqueles que tínhamos no final da segunda temporada, o que me assusta bastante. Não temos condições psicológicas de um season finale por semana, por favor. Mas deixando a ladainha de lado, tudo levava a crer que esse episódio seria realmente a demonstração de uma nova e calma vida para os nossos personagens, quando eles foram lembrados que isso não existe lá para os lados de Starling City!

arrow - jantar

Começo destacando um dos pontos mais altos do episódio, pelo menos na minha opinião, que foi o desenvolvimento da descoberta da personalidade de Oliver Queen. A maneira que o personagem vem sendo trabalhado até então acaba o escondendo atrás da máscara do vigilante e talvez essa tenha sido a primeira (e frustrada) chance que tivemos de ver um pouco mais de emocional e menos do racional. E claro que com isso veio o desenvolvimento do relacionamento com Felicity que foi realmente muito gostoso de ver. O clima constrangedor/descontraído entre os dois criou uma atmosfera perfeita para que nada soasse forçado – o que eu achei que iria acontecer, sinceramente. Até a falsa declaração do final da temporada, que acabamos descobrir ser mais verdadeira do que imaginávamos, tudo parecia tão normal e agora podemos ver que isso era Oliver tentando manter seus sentimentos distantes, talvez ainda na ilha cuja suas ideias não deixaram de habitar. Bom, tirando que deu tudo errado no encontro (e no episódio), acho que podemos esperar por mais desses dois, ainda mais depois daquele beijo que foi de pouco, mas também já é o suficiente para demonstrar que algo existe e será trabalhado.

A ideia de usar o Vertigo para trabalhar com a dualidade de ideia de Oliver foi realmente muito boa. As cenas em que o arqueiro luta contra sua própria personalidade tiveram uma representatividade gigantesca para a trama, já que é exatamente essa a crise que o personagem enfrenta no momento: entender como fazer possível a sua dupla existência. E se o conflito interno de Oliver parece um pouco longe de ser resolvido, suas ideias de equipe parecem muito bem estipuladas. Roy Harper entrou de vez para o time e foi bonito de ver sua atuação conjunta com o arqueiro – cara, tem como não curtir aquelas cenas de ação? De verdade, nesses momentos não dá para tirar o olho da tela! -, só faltando assumir de fato a personalidade de Arsenal (nada muito diferente do Flecha, porém curti muito o uniforme do novo integrante da equipe). Porém, mesmo com todas as mudanças na sua vida, lidar com Thea ainda parece ser um grande problema para o garoto. Apesar da personagem não ter dado as caras nessa premiere, tivemos vagas notícias suas e a reação de Roy não foi das melhores ao ouvir o nome dela – claro que teremos que percorrer um percurso longo para a reconstrução da relação dos dois, só espero que não seja nada muito massante.

arrow - ray palmer

Outro destaque do episódio foi a chegada de Ray Palmer a série e ao comando da QC. Um pouco canastrão demais, Ray pareceu uma ameaça ao comando da empresa, o que pode se desenvolver a uma concorrência também no campo do amor se os rumores se confirmarem de um envolvimento entre ele e Felicity. Ainda vimos muito pouco para dizer qualquer coisa, mas visto minhas baixas expectativas com o ator (sua interpretação de Superman é uma das piores da história) até que ele pode ser uma surpresa positiva em meio a maré de coisas novas que este terceiro ano trás. Vale comentar também que o roteiro tomou o cuidado de encaixar Flash na linha temporal de Arrow, para que as duas começassem a andar juntas e, com isso, pudessem se cruzar em algum momento – para quem ainda não viu Flash (uma obrigação!!!), a cena desse primeiro episódio é a introdução para uma cena que aconteceu no piloto da série do velocista escarlate.

Depois do acidente no final da temporada, pensei que veríamos Lance um pouco mais afastado do seu trabalho como oficial, mas aconteceu exatamente o contrário – o que também não chega a ser uma surpresa. E as coisas mudam completamente de figura quando olhamos para trás e percebemos como a percepção desse personagem, que já chegou a ser um detrator do Arqueiro, colocá-lo agora em um lugar de glória perante toda a cidade. Laurel também reapareceu rejuvenescida e focada no seu trabalho, que é uma extensão de tudo que o Arqueiro faz pela cidade. Ele prende e ela garante que eles permaneçam presos. Também tivemos as mudanças na vida de Diggle que se tornou pai de um belo neném. Bem interessante como Oliver se preocupou em afastar seu amigo do campo de batalha, mesmo que isso contrariasse suas vontade. Essa é, sem dúvida, uma das mais belas amizades da série e que deve sofrer alguns baques com a chegada dessa nova fase na vida do segurança (o que talvez torne Roy um membro ainda mais essencial que antes).

arrow - canário

Aí você leu tudo isso e pensou: tá, teve uma crise ou outra, Vertigo para ferrar com o Oliver, mas no final até que deu tudo certo. Não. Isso não existe em Arrow. Quando você pensa que está tudo bem, acontece algo para pirar sua mente de uma maneira absurda. Eu cheguei a ler que rolaria uma morte durante o episódio e cheguei a cogitar que seria Lance a vítima da vez. Só que errei grande. Nos minutos finais da aparente calma, Sara sofre um ataque fatal e cai morta aos pés de sua irmã. Muito vem se especulando sobre quem fora o assassino, sendo que somente um nome surge a minha cabeça: Ra’s Al Ghul. Depois que Sara deixou a Liga dos Assassinos, coisas mal resolvidas podem ter sida deixadas de lado e ele resolveu acertar as contas. Não sei ao certo as suas motivações, mas chutaria que foi ele sim o grande culpado pela trágica cena. Isso é a porta de entrada para a transformação de Laurel na Canário, o que será muito interessante, mas o que me deixa bravo é como o roteiro brinca com nossas expectativas. Passamos a segunda temporada inteira achando que essa morte iria acontecer e quando largamos essa ideia de lado, exatamente pela ilusão da tranquilidade, eles vão lá e acabam com a nossa paz.

Fiquei tão desnorteado com a morte que acabei esquecendo de comentar outra coisa importante do episódio: a passagem de Oliver por Hong Kong. Claro que vimos muito bom e ainda não sabemos como Amanda acabou influenciando a vida do Arqueiro, mas já foi bem interessante saber que, em algum momento, ele tentou se comunicar com a família e não conseguiu por forças maiores. E, mais uma vez, o personagem se viu sendo chantageado por questões que vão além do seu controle – o que nunca pode ser bom! Só sei que a temporada começou e não veio para brincadeira. Todo um cenário se cria em cima dessa morte e podemos esperar as reações mais atípicas dos personagens frente a isso. Estou muito ansioso para esta terceira temporada. Que venham mais mortes, mais sangue, mais lutas, mais ação. Estamos prontos (ou não). Dê uma olhada no vídeo promocional do próximo episódio, Sara, e não deixa de colocar aqui suas impressões sobre este primeiro episódio. Até semana que vem!

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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