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Arrow – 3×02 Sara

Por: em 20 de outubro de 2014

Arrow – 3×02 Sara

Por: em

Foram os minutos finais que mudaram completamente o formato que teria esse começo de temporada para Arrow: ao passo que tudo parecia transcorrer de uma maneira mais leve e calma, o roteiro brincou com os fãs, trazendo a tona o caos sempre presente em meio aos habitantes de Starling City. A emblemática morte de Sara abre arcos bastante interessantes nesse terceiro ano, além de ser um agente transformador para muito dos personagens. Todos ali sofreram uma perda, seja ela da intensidade que for. Se Laurel perdeu sua irmã, sua coragem, Oliver perde de vez a ilusão de que seria possível salvar sua cidade sem ter de lidar com os danos colaterais dessa escolha. Enquanto a calma foi pregada nos primeiros 40 minutos, agora tomamos um banho de água fria e voltamos a encarar a realidade: o perigo está a solta, mais uma vez.

arrow 302 oliver

Existem dois grande pilares que sustentam a trama a partir da morte: Oliver e Laurel. Oliver acabou sendo tomado pelo medo de onde sua vida pode o levar. O fim de Sara pode ser o seu também, o que acaba o aterrorizando, fazendo com que repense nas escolhas que tomou até então. Diante disso, era claro que o nosso protagonista iria procurar sua irmã – aquela que é a única remanescente do seu sangue. Essa relação que anda bastante rasa e conturbada, sendo um ponto que certamente será trabalhado nos próximos episódios. Eu acredito em uma transformação de Thea em alguém mais forte e fria, principalmente agora sob influência de Malcomn. Além da irmã, Oliver se vê muito mais perto e vulnerável as vontades de Felicity e Diggle. Enquanto a primeira claramente não consegue lidar com os últimos acontecimentos, procurando inclusive um emprego normal cedido por Ray Palmer, Diggle se aproxima mais uma vez da equipe de campo, mostrando que mesmo com uma filha – que se chamará Sara, um dos belos momentos desse episódio -, não consegue negar sua verdadeira vocação em proteger.

Nos flashbacks também conseguimos acompanhar um pouco mais da saga do arqueiro em Hong Kong, o que, capciosamente, linkou Tommy de uma maneira surpreendente. Quando Oliver se prepara para atirar (habilidade que pouco conhecemos do arqueiro), percebemos o rosto conhecido daquele que foi a grande perda da série na primeira temporada. E foi realmente surpreendente, já que uma das coisas que sempre me questionei foi: como que, com tanto dinheiro, esse povo nunca foi procurar Oliver em todos os cantos do mundo? Tommy estava procurando. Mesmo que acessando somente por alguns segundos o seu email, Oliver ativou  o sistema que mostrou que alguém estava por trás disso. O que me confunde agora é não entender quais as reais intenções de Amanda por trás disso tudo? Porque ninguém pode saber da sobrevivência dele? Seria porque matar alguém que já está morto é muito mais fácil? Ficam as dúvidas, que só serão esclarecidas ao longo do tempo.

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Do outro lado da trama está Laurel, nossa conturbada e ambígua protagonista, que pouco agrada a grande parte dos fãs. Vou falar que a personagem andava bem apagada, mas a recente mudança de atitude vem me agradando e muito. Laurel deixou de ser passiva, de viver a trama. Agora ela faz a trama acontecer e isso realmente vem mudando os rumos da personagem. A raiva catalisada pela morte de sua irmã será, sem dúvidas, o estopim para a transformação em Canário – talvez uma Canário agora muito mais agressiva do que sua antecessora. Laurel não temeu em atirar no suposto culpado pela morte. Ela não aceitou as ordens de Oliver, o que, se traçarmos um paralelo é bem parecido com o começo da transformação de Roy em Arsenal (que está cada vez melhor na hora da ação).  Minha dúvida fica em comop será esse treinamento, qual será a influência de Oliver ou não e se a personagem não trilhará seus caminhos próprios de alguma maneira. Só posso dizer que estou realmente animado com as possibilidades que se abriram para a personagem a partir de agora.

Quanto ao assassino, as dúvidas parecem menores a cada episódio que passa. Depois de uma corrida para descoberta do suposto culpado, nossos heróis chegaram a conclusão de que o arqueiro negro nada tinha a ver com o assassinato de Sara, o que para mim só aponta em uma direção: Ras Al Ghul. Não demorará muito e veremos o personagem pela primeira vez, fazendo do seu embate com Oliver uma questão de tempo. Me interessa também como será o desenvolvimento de Ray Palmer, já que vimos muito pouco dele mais uma vez. O que me anima agora é o crossover que temos no nosso caminho com The Flash – para quem não lembra, foi citado na segunda temporada que Oliver tem um filho perdido em Central City e acredito muito que veremos mais disso quando as séries se cruzarem.

arrow 302 sara funeral

A questão é que a morte de Sara não foi um mero cliffhanger para o começo da temporada, ela foi o grande transformador dos personagens. Todos foram afetados e mostrarão suas fraquezas a partir de agora. Todos acabarão passando pelo luto. Uma grande personagem que se despede deixando de herança a emoção da sua despedida e a força de sua coragem – que esperamos que Laurel abrace com unhas e dentes. Além disso, nos últimos minutos fomos transportados para Corto Maltese, onde está localizada uma bela mansão que abriga Thea, Malcolm e lutadores da mais alta estirpe que prometem dar uma bagunçada nos rumos da personagem. Curiosos com o que está no caminho da garota? Acompanhem o vídeo promocional de “Corto Maltese” e não deixem de comentar!

QG DC

Assim como fizemos na review de The Flash, agora teremos aqui também um espaço reservado para aqueles detalhes que somente os grandes fãs da DC são capazes de perceber (ou não). Vamos nessa?

– A citada cirade de Qurac é uma fonte recorrente de problemas para o mundo dos herois da DC. No episódio, ela serve como cenário para o nascimento da vítima do arqueiro que seria culpado pela morte de Sara. Esse país já foi citado lá na segunda temporada, no episódio “Suicide Squad” onde Felicity menciona o país como um dos lugares onde Sara trabalhou.

– A locação onde Tim Kauffman é assassinado se localiza na rua “3rd and Lemire”, nome dado em homenagem a Jeff Lemire, escritor de  Green Arrow e também criador de Komodo.

– Na cena em que Felicity fala sobre Sara, ela cita a heroina como uma amazona (“like an amazon”), o que muitos interpretaram como uma clara referência a Mulher Maravilha. Além disso, quando vai falar de Amanda Waller, Ollie diz que ela está “off the board”, uma expressão usada no xadrez – o que é interessante é que nos quadrinhos Amanda não está no comando da ARGUS e sim da Checkmate, uma instituição muito mais cruel do que a citada anteriormente.

– O logo da Queen Consolidated’s, que até então era verde (referência ao arqueiro?), foi substituído por um logo azul – para quem não sabe azul e vermelho são as cores do uniforme do Atom, a outra personalidade de Ray Palmer.

– Bludhaven é um pequeno subúrbio de Gotham e já foi citado algumas vezes em Arrow, sendo dessa vez álibi para Komodo com relação a morte de Sara.

– Komodo é um dos personagens criados durante a fase da DC chamada “The New 52”. Como vimos, o personagem sobreviveu, então podemos esperar mais aparições do mesmo, talvez junto com o Esquadrão Suicida.

– Corto Maltese não é somente um lugar que apareceu por acaso. Essa locação é citada principalmente durante Batman – The Dark Knight Returns – também é feita referência ao país em Batman, do Tim Burton lá em 1989.

P.S.: A review demorou porque tive MUITOS problemas com a minha internet na última semana. Voltamos a programação normal a partir de hoje!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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