Da última vez que vimos Arrow, a frase “Oliver Queen is alive…” deixou de fazer sentido e nos pegamos perguntando o que seria da série daqui para frente. Em uma jogada mais que arriscada, o roteiro ousou em flertar com a morte de seu protagonista. E durante esse tempo todo, muitos foram os comentários que surgiram, inclusive de Stephen Amell, interprete de Oliver, que disse com todas as letras que a série era muito mais do que simplesmente seu personagem-título e era isso que iríamos ver nos próximos episódios. A sensação foi essa, agridoce como tinha que ser. Voltamos para uma Starling City que não sente falta do seu vigilante, mas sim berra de desespero para que ele volte e coloque as coisas no lugar.
Os esforços, claro, que surgiram de todos os lados, mesmo que sem uma orientação maior. Arsenal e Diggle, incorporando a imagem do Arqueiro Verde, buscaram colocar um pouco de ordem, mas comprovaram que ainda são sombras a grande imagem que Oliver tinha naquela equipe. Eles estavam completamente perdidos, presos a uma vã esperança que Merlim teimou em finalizar: com a espada que Ras finalizou o seu oponente, Malcolm comprovou que Oliver estava morto (?) de uma vez por todas. Os efeitos da notícia foram previsíveis, porém não menos sensíveis em cada um daqueles que estavam do lado do grande herói. Roy perdeu seu professor, seu irmão mais velho e ficou com a missão de proteger a única Queen que ainda remanesce viva em Starling. Diggle, com seu jeito durão, tentou segurar as barras por todo o episódio, mas acabou desabando nos braços de Laurel – por mais que quisesse acreditar que ainda era o segurança, Diggle não pudera fazer nada para proteger seu menino.
E de todas as reações, a mais emotiva veio da tímida e relutante Felicity. Ela tentou acreditar, afinal ele já tinha derrotado o Arqueiro Negro, o Exterminador, sobrevivido 5 anos naquela ilha infernal, mas contra os fatos não há argumentos. A personagem perdeu não só um amigo, um parceiro de trabalho, supostamente ela perdeu seu amor e essa dor dava para sentir em todas as falas que deram sequencia a descoberta. O apelo desesperado para que Ray não se metesse no mundo do crime, a retirada de Diggle e Arsenal de cena em um momento crucial só comprovaram que Felicity está abalada demais para continuar tentando salvar a sua cidade. O caminho que ela vai percorrer a partir de agora ainda me parece incerto. Não consigo vê-la ao lado de Ray na criação do A.T.O.M., muito menos ajudando o meninos a lutar contra o crime. Talvez ela entre em um período negro de sua história.
Aproveitando o gancho, o desenvolvimento de Ray Palmer vem sendo um dos pontos altos dessa temporada. Particularmente, prefiro que as coisas aconteçam calmamente para que tramas não sejam atropeladas – o que acho que aconteceu, de certa maneira, com a criação do Arsenal. E, apesar dos propósitos de Ray ainda serem os errados, afinal como a própria Felicity ressaltou, sua mulher nunca mais voltará, a cidade precisa de novos heróis, pessoas de fibra que lutem pelo interesse da maioria. E se são de novos heróis que a cidade precisa, a Canário repagina seu visual e volta a lutar pelos fracos e oprimidos. O preparo físico de Katie Cassidy está invejável e eu tenho muitas esperanças de que a personagem tenha seu momento nessa terceira temporada depois de dois anos apagada. Os próximos três episódios serão focados na criação dessa nova heroína e devemos prestar atenção aos acontecimentos, já que eles estão sendo apontados como três dos melhores que a série já fez.
O bacana é que o caso da semana também se linka diretamente com o momento que a série atravessa: todo o trabalho de Oliver nos últimos meses vai para o lixo quando todas as evidências são sequestradas por uma gangue que quer dominar o Glades. Produtores comentaram que será uma das poucas vezes que veremos o “caso da semana” durar mais que algumas semanas, sendo que o arco só deve se encerrar de fato por volta do episódio 13 (quando também tem fim a trilogia da Canário). E foi ao decorrer dos 40 minutos do episódio que fomos entendendo melhor qual o futuro de Oliver Queen. Depois de cair duro no meio daquele monte de gelo, fora Maseo quem arrastou Oliver até uma cabana misteriosa e pediu a ajuda de Tatsu para trazê-lo de volta a vida – uma clara forma de pagar o que Oliver fez no passado depois da invasão aos laboratórios da Tríade.
Até agora, nada de Poço de Lázaro foi citado, mas ele claramente existe na mitologia da série, afinal Ras disse que perdeu a sua última luta fazem 68 anos, o que faria ele ter idade negativa em um mundo sem o poço. Se Oliver vai passar por ele, daí é outra história. Estou bastante ansioso para a volta do Arqueiro, mas sei este é o momento dos demais personagens brilharem, então estamos ai, de coração aberto. Dá uma espiada no vídeo promocional de “Midnight City” e não deixa de comentar o episódio dessa semana comigo!
P.S.: Alguém mais percebeu que o voiceover inicial do episódio foi retirado? O que faz bastante sentido, já que o personagem “morreu”.
