Eu acabo sendo muito redundante quando estou falando de Arrow, porque é muito difícil a série me decepcionar. Vejam bem, eu não acho que esse vem sendo o melhor ano da série, mas isso ainda não a classifica como mediano, muito menos ruim. A sensação é de que algo muito grande vem sendo preparado e, talvez por isso, os episódios nos mostram pequenas peças de um grande quebra-cabeça. A tradição é de que os episódios finais da temporada sejam uma bomba atrás da outra e parece que ela não será quebrada nessa temporada: em recente declaração, a produção da série revelou que o final do episódio 15 vai nos fazer pensar que o mid-finale (aquele momento em que Oliver é morto pelas mãos de Ras) foi fichinha. Sério, acho que não estou preparado para isso.
“Canaries” trouxe a tona a insegurança de Laurel ao assumir o papel da irmã e colocou a discussão que muitos fãs vem tendo em grupos do facebook: o maior problema da nova heroína é que ela tenta ser algo que nunca foi, a assassina que Sara aprendera a ser. Acho muito difícil desassociar a imagem de Sara da Canário, mas o roteiro vem trabalhando para que, paulatinamente, comecemos a identificar Laurel como essa pessoa – prova disso é a rejeição imediata de Oliver a ideia de ter sua ex na equipe de vigilantes. De verdade, se deixarmos o preconceito com a personagem de lado, porque sabemos que ela foi muito mal trabalhada até esse terceiro ano, dá para encarar essa transformação como algo positivo e que vem para acrescentar muito na trama como um todo. Aposto que todos curtiram a volta de Caity Loitz como efeito colateral do vertigo, dando para matar um pouco da saudade daquela que nos ensinou o poder de uma mulher vestida de couro.
E o episódio tratou de revelações. A primeira delas, supracitada, foi a questão de Laurel assumir seu papel como Canário e não ser uma cópia barata. Depois vem aquela que comentamos nas últimas semanas: a descoberta de Lance sobre a morte da filha. Sinceramente, já tinha passado do momento para essa descoberta e gostei muito da sinceridade que rolou na cena. Ali, pai e filha, se consolaram por assumir para si mesmos de que Sara estava morta. Interessante notar também que Lance aponta que sabia quem estava usando as vestes de Canário o tempo todo, o que me surpreendeu de certa maneira, já que esperava uma reação um pouco mais calorosa e menos receptiva – mas talvez a série já tenha cansado de apostar nisso, já que todo mundo está envolvido nesse meio de alguma maneira. Só que a grande revelação partiu de Oliver ao mostrar sua verdadeira identidade para Thea, que teve a reação mais surpreendente de toda a série.
Quando ela abraçou Oliver, eu não sabia o que pensar. Não consegui entender como a garota que em muitos momentos se disse enganada, aceitou a maior das mentiras numa boa. Claro que existe todo um contexto para que Oliver não se revelasse para ninguém, mas fiquei bem surpreso com tudo. Agora todo mundo já sabe quem é o arqueiro (menos o Lance), o que muda as perspectivas. Gosto muito da ideia de aproximar Thea da realidade do perigo que estão enfrentando, sendo que isso pode trazer bons frutos para a equipe, afinal ela anda lutando muito bem com uma espada. O que soou estranho foi o seu instantâneo asco a Malcolm, mas reações assim são o forte da personagem. Já sabemos que ela não confia mais nele (e Roy está com ela nisso), mas foi seu pai que salvou sua vida mais uma vez – já que ela foi tola demais para acreditar na lábia do DJ. Vou falar que me irrito um pouco como Roy é trouxa na mão dela, mas eu torço tanto para o casal se reconciliar em algum momento, que acabo passando por cima desse momentos banana do personagem.
Outro ponto interessante foi a discussão dentro da equipe perante a arrogância e autoridade que Oliver queria impor. Depois de sair por tanto tempo, todos tiveram que fazer decisões ali dentro, algumas que não gostavam, e isso não o dá o direito de chegar querendo mandar no pedaço de novo. Me juntei ao coro de Felicity quando a personagem disse que aquele momento era necessário. Ver Roy enfrentando seu mestre foi uma das melhores cenas e colocou Oliver no lugar em que devia, como mais um dentro daquela equipe. Arsenal fora quem segurou as pontas de tudo e, no lugar dele, acredito que nos sentiríamos da mesma maneira. Então segura a onda aí Oliver, que o mar não tá para peixe pra ti! Com o suicídio do DJ (não, não lembro o nome dele e nem acho relevante), as coisas tomaram formas diferentes e a família Queen precisa realmente se preparar para o que a Liga dos Assassinos trará na sua chegada a Starling. Qual a recomendação para quem quer se preparar para o pior? Fazer uma visitinha a ilha de Lian Yu.
Os flashbacks trouxeram poucas informações relevantes, sendo que em grande parte só deram continuidade a saga de Oliver em Hong Kong e culminaram com a sua missão em Starling, quando todos o davam como morto. De verdade, acho que o episódio da semana que vem promete bastante ao combinar a volta de Oliver a ilha no presente (com encontros bastante tensos de inimigos do passado – leiam Exterminador) e a volta de Oliver a Starling no passado, revisitando personagens que não vemos faz um tempo como Moira e Tommy. Espero que a semana passe rápido, a gente pule o carnaval e esteja logo aqui comentando “The Return”, episódio que você confere o vídeo promocional logo abaixo. Até semana que vem!
