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Arrow – 3×14 The Return

Por: em 19 de fevereiro de 2015

Arrow – 3×14 The Return

Por: em

Dificilmente eu começo um texto de Arrow falando isso, mas esse episódio me decepcionou. Não sei se era pela questão de voltar a ilha de Lian Yu que sempre fora um dos cenários mais importantes da série ou até pela volta de alguns grandes personagens do passado, mas “The Return” prometia ser explosivo, mas, na verdade, só acendeu o pavio para o que está por vir.

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Vejam bem, não foi um episódio ruim, de maneira alguma. Alguns personagens tiveram evoluções surpreendentes e que não podemos apagar as resoluções que isso terão no futuro, mas a volta de Oliver a ilha, agora acompanhado de Thea foi cercada de clichês mal executados, tudo para mostrar enfim que a menina tinha sido a verdadeira culpada pelo assassinato de Sara, mas ainda assim não era uma assassina de fato. Para mim foi um recurso de roteiro porco, só isso. A gente não precisava de nada disso para entender essa situação, nem mesmo a personagem – afinal acho que quase ninguém acreditou que Thea puxaria aquela gatilho, certo? Outro problema grande foi desperdiçar a volta de um personagem como Slade Wilson em uma situação dessas, só para acabar preso, mais uma vez, ao final do episódio. Dessa revisita a ilha, podemos tirar de bom que finalmente se estabeleceu uma comunhão de verdades entre Oliver e Thea, o que será fundamental se pretendem travar uma batalha contra a Liga dos Assassinos.

O que a ilha muda também é a visão que Oliver tem de sua irmã – sempre uma menina frágil e indefesa. Apesar de iniciante, a garota já demonstrou que tem um conhecimento bom de artes marciais e consegue se defender aos trancos e barrancos. Seria isso o suficiente? Muito provável que não. Mas já é o bastante para que nosso arqueiro (pela primeira vez o vimos longe do seu arco e flecha por quase todo o episódio) aprenda que não pode cuidar de todos e esperar que não haja nenhuma consequência. Gosto também da maneira como Thea passa a ver seu pai ou melhor, Malcolm. O asco que a personagem impõe na cena final do episódio é, no mínimo, justo e não podemos negar que concordamos com tudo aquilo. O cara manipulou a filha para matar e não se lembrar de nada depois, pelo amor de Deus! E esse é um ponto importante dessa segunda metade da temporada: apesar do Arqueiro Negro se fazer necessário na vida dos Queen, ele não é nem um pouco bem quisto, o que poderá lhe custar algum sacrifício mais a frente.

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Ao passo que vimos a volta de Oliver a ilha no presente, acompanhamos seu retorno a Starling no passado, promovido pelos serviços que Amanda Waller necessitava. Ainda acho um pouco fraca e cansativa toda essa trama envolvendo os flashbacks (um recurso que começa a se tornar bastante esgotado) e China White. A menos que isso se transforme em algo sensacional até o final da temporada, toda essa estadia no passado de Hong Kong terá sido perda de tempo durante os episódios. O bacana foi poder dar uma breve passada em como eram as vidas de cada um dos personagens enquanto Oliver estava “morto”. Tommy estava lá, com seu jeito malandro e sedutor, começando uma tentativa de relacionamento com Laurel e cuidando de Thea, mal sabendo que cuidava da própria irmã. Os anseios de Laurel eram colocados a prova enquanto seu pai devastado pela primeira morte de Sara tentavam lembrá-la de que salvar as pessoas era a sua missão. E Thea, perdida como outrora, buscava encontrar um sentido na sua existência depois de se ver sem ninguém ao seu lado.

Até mesmo Diggle e Felicity tiveram sua participação nessa pequena incursão de Oliver a sua antiga vida. Senti muita falta de Moira, quem eu pensei que reveríamos, mas acabou ficando para uma outra oportunidade. De volta ao presente, tivemos também a dura conversa entre Quentin e Laurel depois de toda a revelação do último episódio. Apesar de achar que essa era a consequência óbvia a acontecer, ver que o detetive não confia mais na filha foi bastante duro. Eles eram os parecidos, existia uma ligação e agora tudo está quebrado. Claro que é uma questão de tempo para que as coisas tomem outras formas e acabem se recuperando, mas não temos como saber quanto tempo vai demorar o processo de recuperação, afinal sentimentos não são aqueles que criam as feridas mais estáveis e fáceis de sarar. Completamente fora do episódio, Roy ainda não era relevante no passado mostrado e Ray Palmer também deixou de dar as caras.

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O saldo que fica é que as coisas começam a tomar formas mais reais. Oliver e Thea estão conectados de fato e, com o treinamento de Malcolm, podem tentar ser uma resistência ao ataque de Ras Al Ghul, que não deve demorar a chagar. O próximo episódio, “Nanda Parbat”, promete colocar as coisas em chamas com a volta da Liga dos Assassinos, Ras, Malcolm em perigo e a primeira aparição de Eléktron. Se segurem meus amigos, daqui a uma semana nos encontramos de novo!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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