Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Arrow – 3×19 Broken Arrow

Por: em 16 de abril de 2015

Arrow – 3×19 Broken Arrow

Por: em

Depois de assistir três vezes ao episódio de ontem, finalmente me sentei em frente ao notebook e comecei a escrever essa review que promete ser muito mais longa do que eu possa planejar – tudo isso porque ficou bastante complicado achar algum ponto falho em “Broken Arrow”. Servindo como pontapé inicial para o final da temporada, o episódio 19 emplacou mais uma vez (vale lembrar que foi no episódio de mesmo número da temporada passada que demos nosso último adeus a Moira) momentos eletrizantes e que vão ressoar impactos na trama por um bom tempo. E, apesar das críticas quanto ao ritmo, as escolhas de roteiro e tudo mais que pode ser criticado nessa terceira temporada, esse é o momento que todos se calam e assistem ao episódio, só esperando para ver onde toda essa loucura vai acabar.

arrow 318 - roy

Colton Haynes foi, sem sombra de dúvidas, o nome do episódio. Faz algum tempo que se prenunciava que algo muito grande aconteceria nessa semana e muitos apontaram a morte de Roy como certa – o que eu insisti em não acreditar, porque para mim o personagem é muito grande/importante para a mitologia do Arqueiro para ser usado como sacrifício de sensibilização do nosso herói. Acabou que as coisas percorreram esse caminho, só que com resultados um pouco diferentes. Quando Roy se entrega a polícia em nome do Arqueiro, ele foi um verdadeiro parceiro. Aquele que toma o tiro no lugar para salvar a vida do amigo – o que mostra o porquê disso tudo ser tão doloroso para Oliver. Ele sabia todo o caminho que Roy percorrera até se tornar Arsenal e também o bem que ele vinha fazendo para uma cidade que insistia em ir contra seus salvadores. E como foi difícil ver o menino dos Glades atrás das grades. E como foi foda poder vê-lo acabando com a raça dos prisioneiros, mesmo sem suas flechas.

O grande momento de Colton veio em sua cena com Thea – que esteve melhor do que nunca nesse episódio, mas chegaremos nela. A cumplicidade dos dois naquele momento foi tão grande, que duvido que você não tenha se emocionado pelo menos um pouco. Ele não queria ter que mentir mais para ela, mas acabou fazendo isso mais uma vez, por falta de opção. E foi no silêncio depois daquele “vai ficar tudo bem” que soubemos que poderíamos estar perto de um fim para a linha de Arsenal. Não vou mentir, o roteiro me pegou direitinho. Eu acreditei em cada segundo dele e meu baque foi tão grande quanto o de Oliver ao ouvir a notícia. Mas confesso que vê-lo vivo foi um grande alívio. Para mim é uma história que se encerra para que outras sejam contadas e tenho a certeza de que ele volta um dia, afinal não o deixaram vivo a toa. Com isso, limpa-se da série o excesso de heróis que muitos reclamavam, já que até mesmo Ray não deve voltar tão cedo para as ruas de Starling. Vá com Deus, Roy – mas volte.

arrow 318 - roy farewell

Li também algumas críticas a “falta” de emoção de Oliver, na maior parte do tempo – o que retruco com um simples: quando que foi diferente? Quando que Oliver Queen deixou suas emoções esvaírem no lugar da raiva? Essa é uma das características mais marcantes do personagem e acho bastante coerente que se mantenha uma linha gradativa até o ponto de transformação dele, o ponto em que ele consiga se dividir entre quem é e quem precisa ser. Te falar que sofri a cada segundo desse episódio, como se eu mesmo fosse Oliver. Ele estava tão sem saída, tão sem ter o que fazer, que foi estranho aceitar tudo que acontecia ao seu redor. Muito disso provavelmente decorre do tempo em que nosso arqueiro só podia confiar em si mesmo, desenvolvendo toda essa “intolerância” a ajuda. Não achei que ele ia surtar ao descobrir o plano do team Arrow – talvez essa tenha sido a jogada mais legal até aqui. Ele finalmente pode perceber que por mais que acredite que precisa salvar o mundo de todos os que ama, aqueles que o amam também estão dispostos a salvar sua pele.

Sendo uma saída fácil ou não, a identidade do Arqueiro foi comprometida – bem como suas instalações. Apesar de Roy conseguir limpar o nome de Oliver, sua atuação como Arrow ficou bastante dificultada, o que me faz pensar como as coisas andarão daqui para frente. Claro que diante da motivação do final do episódio, Oliver não terá outra escolha senão aceitar a requisição de Ras e se tornar o próximo cabeça do Diabo. Sobre a cena final, vou falar que achei que a Thea aguentaria menos num mano a mano com o líder da Liga dos Assassinos, mas até que a menina deu uma canseira. Irônico também notar o paralelismo entre a “morte” de Thea e de Moira – ambas amaldiçoadas pelas escolhas que Oliver fizera ao longo de seu percurso e fadadas ao destino por uma espada. Claro que essa trama não acaba aqui e o desenvolvimento dela envolve elementos muito interessantes, como o Poço de Lázaro – por isso que eu mal posso esperar pelo episódio da semana que vem, onde tudo virá a tona.

arrow 318 - thea dead

Enquanto Laurel fez bastante falta nesse episódio, Ray ganhou seus momentos e fez cenas bem bacanas, mesmo longe de Felicity. Ainda tenho um pouco de dificuldade de gostar dele por seu excesso de bom humor, mas, aos poucos, ele vem me ganhando e já consigo não ficar bravo quando ele aparece. Além de lidar com o caso da semana – que eu não podia me importar menos (tá, talvez eu me importe menos ainda com o flashback) -, Ray talvez tenha se tocado de que ele é o elemento que está sobrando naquele triângulo. O final do episódio, mais especificadamente, comprovou que Olicity vai acontecer e deu a brecha para que ATOM siga seu rumo em busca da salvação de outros lugares. Mesmo sem uma grande interação prévia, não teve como não curtir aquele momento em que Oliver controla Ray remotamente, onde a equipe de coreografia de luta está de parabéns, porque saiu tudo perfeito.

Foi com ATOM que também tivemos uma deixa para The Flash que ficou um pouco confusa: um meta-humano que foi criado em um lugar distante de Central City? O que isso significa em uma escala maior? Provável que vejamos as implicações disso em breve lá nas terras do Velocista Escalarte. O passado nos levou a momentos um pouco entediantes e – até então – sem propósito. O exército quer lançar um vírus para destruir a China porque acha que ela é uma potência emergente. Isso nada tem a ver com a ARGUS – que estava com sua líder nas mãos do governo -, mas ainda assim indica um grande perigo. Só que cara, em meio a tanta coisa acontecendo, se eles quiserem destruir a China inteira, por mim pouco importa. O que mais me intriga nesse lance dos flashbacks é como que, no fim, o casal termina separado e onde diabos está o filho deles agora? Porque de resto, sei lá, não me importo. Até entendo que é um elemento criativo que está no cerne da série, mas talvez o cuidado com o excesso e com o desenvolvimento que essas tramas tomam, valham a observação da produção da série.

E aí, quando você acha que já bastou tudo que você passou em 40 minutos de episódio, você abre isso:

E fica completamente surtado!!! Apesar de ser muito esperado, não tínhamos a certeza até agora de que o Poço ia voltar e ser um elemento fundamental para a sobrevivência da Thea. Eu diria que ela pode voltar um tanto mudada dessa transformação – talvez até virada no demônio -, mas isso temos que esperar. O que me chocou muito foi a presença de Sara no promo. Sim, olhe bem aos 11/12 segundos do vídeo. É ela meu povo. Alguém jogou essa mulher lá e ela tá viva esse tempo todo (tá que já tá enchendo essa mulher morrer e voltar toda hora, mas ainda não me importo o suficiente pra reclamar). Reparem também que aos 7 segundos vemos a flecha que vem aparecendo na abertura da temporada em chamas, como se fosse um objeto para marcar gado. E claro, teremos os pega Olicity que já tão mais do que na hora.

Sério, me aguenta que uma semana é tempo demais. Compartilha comigo sua opinião, por favor. E nos vemos em uma semana – apertem os cintos!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×