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Arrow – 3×20 The Fallen

Por: em 24 de abril de 2015

Arrow – 3×20 The Fallen

Por: em

Em mais um episódio preciso, Arrow embarca de vez na sua jornada final e flerta com a morte, como de costume, mais uma vez, agora de maneira figurada e apagando a vida daquele que se dispôs a lutar pela sua cidade: Oliver Queen não existe mais entre nós. Depois do grande desfecho do episódio anterior, ficava fácil supor quais seriam os caminhos tomados pelo nosso protagonista, mas a maneira que tudo aconteceu não deixou de ser surpreendente ao ponto de qualificar o episódio como um dos grandes marcos da série. Talvez fora nesse episódio que vimos a maior entrega emocional do nosso Arqueiro até aqui (mesmo que muitos tenham achando que Amell não tenha dado conta de mostrar isso) e, com isso, seu fim dói ainda mais.

arrow 320 - oliver shocked

A sequência inicial do episódio me confunde um pouco, porque se você lembra bem (e até a minha review de Broken Arrow pode comprovar), Thea foi deixada desacordada no meio de uma mesa de vidro, enquanto ela começa esse episódio já bem longe da mesma, tentando alcançar um telefone. Primeiro que eu nem sei como que alguém pode ter sobrevivido a um ataque daqueles, mas superei. Daí, o que mexeu mesmo foi ver a devastação de Oliver quando encontra sua irmã naquele estado. Ele realmente não sabia o que fazer, se viu mais impotente do que nunca e com um aviso muito bem dado: Ras Al Ghul não brinca quando diz alguma coisa – a decisão tinha sido tomada. Claro que todos os esforços para salvar a vida da garota seriam em vão, restando somente o apelo desesperado para que o poço de Lázaro (elemento fantástico que entra com tudo na série) fosse usado. Nossas ressalvas aparecem exatamente pelo fato de que com algo assim para “proteger” os personagens, esperamos que não se torne um recurso maçante sempre que alguém morrer – tornando a morte uma coisa qualquer para a série (até porque já se deu a entender de que Sara foi jogada lá também).

Agora me digam, Malcolm opinando sobre tudo aquilo sendo que ele era o maior causador de toda a bagunça? Pelo amor de Deus. Nesse ponto, a arrogância de Oliver foi precisa e acabou com qualquer chance de discussão: ele não estava pronto para perder mais uma pessoa próxima, sendo que o sacrifício era algo que já estava conformado. O que vi na internet foi muita gente falando: mas se Oliver ia virar Ras, porque não aceitou logo de cara, mandou em todo mundo, nomeou um sucessor e saiu andando. Jura gente? Sério que vocês querem resolver os plots dessa maneira imbecil? Existe toda uma mitologia por trás da Liga dos Assassinos e como o sucessor do herdeiro do Demônio deve ser escolhido. A partir do momento que Oliver assumisse o cargo – como foi agora -, seria muito complicado ele deixar tudo para trás e voltar para a vida que sempre teve (acredito até que ele passará por um tratamento de choque para “esquecer do passado”, pelo menos é o que os vídeos promocionais indicam). Então não, não me venham com isso como desculpa para falar que a série tá ruim.

arrow 320 - olicity sex

Fato é que Thea foi jogada no poço e pulou daquele negócio com o demônio no corpo. Foi tudo muito estranho, muito complicado de entender. Sabemos até o momento que a pessoa que é jogada lá pode não voltar como era antes, mas aquele ataque foi bem surpreendente pra mim, ainda mais para cima de Oliver. Depois veio a perda de memória – que me lembrou um pouco do Gilderoy Lockhart, saudades Harry Potter -, também não explicada. Talvez, depois de tudo isso que aconteceu, Thea seja o gatilho que Oliver vai precisar para voltar a sua humanidade, mas também não sabemos o quanto de sua própria humanidade restou na menina depois que tudo aconteceu. Felicity ganhou seus momentos e soube aproveitá-los muito bem e agora meus caros, Olicity é real. Em uma das melhores cenas do casal, os dois compartilharam momentos e Felicity soltou o esperado “eu te amo” pela primeira vez, o que os produtores garantiram estar guardando para um grande momento. E depois rolou aqueles pega pesado que todo mundo estava esperando e quem pode julgar? Menino Oliver tava numa seca pesada depois da morte de Sara.

A pior parte foi a conversa de Felicity com Ras, que humanizou demais aquele cara. Sim, sabemos que ele já foi um zé ninguém, mas achei bem desnecessário colocar ele ao lado de Oliver como figura humana, sem chance de dizer adeus aos que amou. O lance dele ter um filho homem, me impressionou um pouco e, talvez, ainda possamos ver essa criatura por aí – apesar que ele já vive a mais de um século, fazendo do filho alguém igual a ele para aparecer. E aí eu pergunto: quem é a mãe de Nyssa? Aquela mulher que tava falando as língua estranha? Fiquei com essa dúvida depois desse episódio, mas também nada que vá tirar meu sono. Voltando aos momentos mais emocionais do episódio, mesmo com todos os esforços de todas as partes, não houve escapatória e a despedida de Oliver com Dig e Felicity acabou com qualquer fã. Foi duro ver o que ele tá fazendo por amor a irmã. Abrindo mão de tudo, mais uma vez. E entre o medo do desconhecido e o adeus não dado, Oliver cumpriu o ritual. Um homem não pode viver sob dois nomes. Oliver Queen está morto, Ah Sah-him vive.

arrow 320 - oliver flashback

Mais uma vez, levanto a falta de necessidade que os flashbacks cumprem na trama – apesar de já ter aceitado que eles vão acontecer até o final da série (uma curiosidade: vendo o conteúdo extra dos DVD’s da primeira temporada, os produtores comentam que veem os flashbacks como parte integral da série e que programam para que eles acabem no último episódio, com Oliver vendo o navio que o resgatou chegando na ilha, assim como no episódio piloto. Achei poético, mas melhorem esse negócio). A tal bomba biológica foi lançada e agora veremos quais serão as implicações diretas disso – acho que Akio vai morrer, já que Maseo nos deu essa informação no tempo presente – Maseo que teve participação importante no episódio, mas acabou não ganhando espaço nesse texto.Isso que é o relevante, certo? Agora ficamos na ansiedade por mais um episódio. Por enquanto, você pode ver o vídeo promocional de “Ah Sah-him”, que tem até grito da Canário, e depois comentar comigo o que achou. Até semana que vem pessoal!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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