Cara, que saudade que eu estava de escrever sobre Arrow. Finalmente chegamos a tão falada quarta temporada e o saldo final dessa estreia não poderia ser mais positivo. “Green Arrow” determinou os novos rumos para a série do Arqueiro e deixou o espectador ansioso pelo desenvolvimento da trama até o culminante momento dos minutos finais do episódio.
Com uma bela introdução do vilão da temporada e um tanto de ação, a série não perdeu com um caso da semana dessa vez. Começamos revisitando a vida de Oliver, agora longe da loucura que era salvar sua própria cidade. Apesar de “feliz”, como ele mesmo classificou lá no final do terceiro ano (que parece ter acontecido há séculos atrás), as coisas não se encaixam muito bem. E nós sabemos o porquê disso. Nosso menino Queen pode não ter nascido um heroi, mas se transformara em um e vê-lo desperdiçando seu talento com suflês e uma vida pitoresca foi duro. Seu relacionamento com Felicity ganha contornos mais sérios com um pedido de casamento no caminho, que acaba sendo deixado de lado diante a situação.
Aqui já aponto algo que muito vinha sendo falado sobre esse novo ano: o tom mais leve da série, abraçando o Arqueiro mais sarcástico e divertido que temos nos quadrinhos. Essa desconstrução do personagem se dará aos poucos, mas já pudemos ver Oliver rindo em algumas cenas, o que era praticamente impossível nos três primeiros anos. Junto de Felicity, tudo soa despretensioso e leve, mostrando claramente que o roteiro percebeu a overdose Olicity da temporada passada e agora tenta recuperar essa personagem tão boa que acabou virando uma chorona com o tempo. Aos poucos, acredito que veremos Stephen Amell mais solto nas cenas e será um bom desenvolvimento, tanto para sua atuação (ainda muito criticada), quanto para a leveza da série.
Mas tanto eu, como você, já sabíamos que ele voltaria. Só que, meus queridos, que vídeo foi aquele? A transformação em Arqueiro Verde traz claro o símbolo de esperança que Oliver quer representar para Star City (agora nomeada assim em homenagem a “morte” de Ray Palmer), algo muito parecido com o que Flash representa para Central City. Só que se a dúvida pairava sobre o tom mais leve afetar a ambientação mais sombria da série, já podemos ficar sossegados. Arrow segue firme no seu aspecto cru da retratação de destruição de uma cidade, algo que me lembra muito a ambientação escolhida pela trama de Gotham. Só que agora, no meio dessa realidade crua, adicionaremos umas pitadas de misticismo bastante interessante.
A apresentação de Damien Darhk não poderia ter sido melhor. Botando banca de vilão, suas primeiras aparições já mostraram que ele não veio para brincar. Ainda sem um propósito claro, pelo menos para nós, o cara por trás dos chamados Fantasmas, vem destruindo Star City e parece que só sossegará quando ver a cidade virar pó. A grande pegada desse novo “vilão” é sua ligação com o místico, que deve ser explorado nos flashbacks desse novo ano. Desde que foi citado pela primeira vez, nunca tivemos pistas dessa ligação e só sabíamos que ele tinha roubado um pouco de água do Poço de Lázaro. Agora depois que ele falou aquelas palavras estranhas para o armarinho, parou as flechas do Arqueiro no ar e sumiu depois de tomar um tiro de Diggle, as coisas mudaram de figura.
Essa é a representação do impossível, do que Oliver não consegue combater apenas com sua força e isso me anima bastante – até por ser o que eu esperava que Ras fosse. Fica muito difícil apontar aqui como que se dará a relação de enfrentamento entre os dois, mas considerando o que vimos nesse primeiro episódio, eles não pouparão esforços na hora de travar batalhas. Ainda sobre Damien, é bem interessante notar como o cenário em que aparece no final do episódio referencia a COLMEIA através dos formatos sextavados nas paredes e no chão – essa organização finalmente volta ao centro das atenções, depois de citada há muito tempo por Deadshot como sendo a responsável pela morte do irmão de Diggle. Agora o que não deu para conter foi o grito de #Falsiane para Lance. Que ódio. Eu já não gosto muito do personagem, mas jamais que pensaria que ele estava mancumunado com Damien – o que promete ser um dos pontos altos desse novo ano.
Voltando ao team Arrow, vimos que a relação de Oliver e Diggle (que ganhou o capacete ala Magneto – muito menos estranho na série do que nas fotos promocionais) está mesmo abalada pelas escolhas que o Arqueiro fez para tentar salvar todos de Ras. Era de se esperar esse estranhamento inicial, que eu espero não durar muito – não vamos perder tempo com bobeira né meus amigos. Todo o clima entre os dois abala demais o desempenho da equipe, o que afeta diretamente no bem estar da cidade. Sobre Speedy, será que já é o momento de se preocupar com a agressividade da garota? Se lembrarmos do começo de todos os salvadores de Star City, veremos que passaram por momentos onde a raiva falou um pouco mais alto que a vontade de fazer justiça. Já Canário teve pouco destaque e serviu mais como um elo de ligação da equipe do que qualquer outra coisa.
E se tudo isso já tinha deixado tudo muito bom, os minutos finais quebraram com nossas mentes. Particularmente, gosto muito quando o roteiro se preza a utilizar de um recurso como flashfoward para atiçar a curiosidade dos espectadores. Fato é: alguém morreu. As especulações já começaram e minha única expectativa é que seja alguém grande o suficiente para ter se criado uma situação como tal. Meus palpites variam: a participação de Grant Gustin na cena – que confirma inclusive Zoom como o grande vilão do segundo ano -, me faz acreditar que a vítima possa ser Felicity, mas também acho que ele estaria mais abalado se fosse a nerd.
Considerando a situação atual, Diggle é um palpite melhor. Todo o lance dele e Oliver não estarem bem, a reconquista da amizade e tudo mais, pode acabar culminando na morte do segurança. Já a internet acredita que Lance é quem empacotou – o que seria muito fraco, porque Oliver nem tem uma ligação tão forte com ele. Vale notar que a cena se passa 6 meses depois dos fatos atuais e, considerando que Zoom ainda incomoda Flash e o Arqueiro jura Damien de morte, devemos descobrir quem morreu lá pela metade da temporada, talvez até no mid-season finale.
Algumas considerações importantes:
– Felicity é a nova CEO da Palmer’s Tecnology, que claramente será quem vai financiar a reforma do QG do team Arrow.
– Preciso falar da nova roupa do Arqueiro? SENSACIONAL. Obrigado Cisco.
– Fiquei um pouco decepcionado com os flashbacks passarem por Coast City tão rápido e já voltarem sua atenção para Lian Yu. Por sinal, você reparou no homem vestindo uma jaqueta com o sobrenome Jordan no bar que Oliver conversa com Amanda? Seria nosso menino Hal, aka Lanterna Verde? Confira:
– Troféu Falsiane 2015 já tem dono e se chama Lance.
– O livro de culinária, “Cooking Impress“, que Felicity está lendo na cozinha, logo no começo do episódio, foi escrito por ninguém menos que Tara Butters, roteirista de Agent Carter e mulher de um dos produtores de Arrow. E o que falar dos dotes culinários de Oliver: “Desde que você decidiu explorar seu lado cozinheiro, nossa vida se transformou em um episódio de MasterChef sem fim” – só amor por você Felicity.
– Indústrias Kord. Gravem esse nome, será importante.
– “Felicity Smoak, you have failed this omelette”.
– Nos quadrinhos, Damien usa o sangue de Adeline Kane Wilson, esposa de Slade Wilson, aka Deathstroke, para se tornar imortal. Considerando a importância de Slade para a série, será que teremos alguma referência no futuro?
– Todo o lance místico entrar em Arrow permite que a série se aproxime do universo criado pela animação Vixen, que teve 6 curtos episódios e que tem tudo para virar live-action. Também faz mais sentido agora a participação de John Constantine, considerando o contexto que se dá a temporada.
– Cadê introdução para a gente falar junto?
Ufa, respirei. Agora quero saber de você: o que achou dessa estreia de temporada? Animado? Não? Comenta comigo o episódio que vai ser bacana. Enquanto isso, deixo vocês com o vídeo promocional de “The Candidate”. Até mais!
