Um episódio resumido a inversão de papéis, o desperdício de um momento especial e a introdução de um vilão desnecessário. Parece que Beauty and the Beast saiu dos trilhos e se perdeu complemente em meio aos fatos jogados de sua terceira temporada – olha que nem mesmo com o chatíssimo Gabe, eu me sentia tão incomodado com a falta de tato do roteiro. Fiquei bastante aborrecido com o uso de uma situação como o casamento dos dois para alavancar tantos momentos bestas e repetitivos. Enfim, não gostei e começo a me preocupar com onde vamos parar.
Não sei se vocês acharam que o casamento iria acontecer de fato, mas eu não me deixei enganar desta vez. A falta de romantismo com o momento não condizia com o grande sonho de Vincent, com o que ele queria para a grande data, então só fiquei esperando para ver o que iam fazer com o evento, que acabou se transformando em um verdadeiro caos. Mas antes de chegarmos a isso, temos que falar da vitimização de Julianna, seguida pelo seu silenciamento bastante exagerado com a chegada de Liam. E quem é Liam? Mais um vilão que enfiaram e parece ter poucos propósitos, além de calar todos que se voltam contra ele e seu plano de se tornar um super soldado – o que, aparentemente, deu certo visto os seus poderes nada convencionais (apelou, perdeu mermão).
Beleza, ele ameaçou a guria, pediu que ela injetasse o soro – ela se negou, tornando-se um alvo. Como que ela resolve o problema? Decide injetar o soro em alguém que não pediu, só para resolver o problema dela e pouco se importando com as consequências que isso teria na vida do injetado. Pouco provável? O pior é que ela ainda se acha uma coitada quando acorda algemada na cama do hospital. Cara, cadê a coerência, porque eu to com saudades dela. Não bastasse isso, ela dá um jeito de invadir a limusine que levava Cat para a igreja e fazer da policial elemento de barganha. Sério, manda esse roteiro pra cá que a gente pensa em uma coisa melhor. Se ela precisava tanto de ajuda, porque ao invés de transformar Vincent em um inimigo, não se aliou a ele? Tá difícil de engolir.
Enfim, já estava tudo bem complicado, mas daí colocam Liam no meio da mistura e parece que tudo desanda de vez. Primeiro porque ele foi jogado em meio a uma história que ninguém aguenta mais – nem mesmo Cat. Segundo porque não houve qualquer preocupação com a introdução do personagem (sério que tudo que a gente vê do cara é a super visão, seu poder curativo absurdo e uma força incrível? nunca vimos isso antes po! -ironia mode on-). Agora o ponto é: quis aplaudir de pé quando Cat disse que estava se demitindo de caçar esse povo. FINALMENTE ela percebeu que isso não ia levar eles a lugar nenhum e que só estava desgastando eles e a todos os relacionamentos ao seu redor. E não acho que essa vai ser a atitude final da personagem, mas já fiquei feliz pelo menos por hora.
Mas como felicidade de engenheiro civil em tempos de Lava Jato dura pouco, colocaram Vincent querendo salvar a pátria agora. Essa inversão de papel me deixou tão irritado, mas tão irritado, que eu tive que respirar fundo antes de escrever essa review (e sei que ela está basicamente só com reclamações). Cara, não. Você lutou contra isso o tempo todo, não tenta salvar o mundo agora. Como a gente já sabe, eles vão se meter no meio do caminho de Liam e as coisas vão se enrolar todas, mais uma vez se repetindo o ciclo vicioso da série. Que, ao menos, eles usem o casamento em um momento mais oportuno agora e que seja digno da história do casal, porque os fãs ficarão indignados com um evento assim sendo tão morno.
Na contramão de tudo de ruim que vem acontecendo, Tess e JT são um bom agrado para os nossos irritados corações. Gosto muito como a série encaminha a história dos dois e acho que eles acertam muito em tirar o foco do cientista do melhor amigo. É uma amizade, não um fardo. Tess também terá de lidar agora com toda a confusão que o assassinato cometido por Liam causou, o que coloca em risco sua carreira recém começada como Capitã. Heather também sempre me faz feliz com seus momentos inspirados e trazendo um pouco de tom cômico para momentos quase-trágicos. Agora o que nos resta é fazer uma corrente de oração e esperar que melhore, porque tá puxado. Até semana que vem!
