Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Cadê o final que estava aqui?

Por: em 4 de maio de 2012

Cadê o final que estava aqui?

Por: em

Para quem é seriador nato, assistindo mais de 15 ou 20 séries ao mesmo tempo, não existe pior pesadelo do que a incerteza quanto ao destino do seu programa querido. A máquina da TV (especialmente a norte americana) é cruel. Todo ano, milhares de séries vão ao ar. Umas centenas são canceladas (algumas com 2 episódios exibidos, outras com 3, outras após a temporada completa) e apenas umas poucas dezenas são renovadas e ganham a chance de voltar para, pelo menos, mais um ano – mesmo que seja o seu último.

Quanto as séries que conseguem sobreviver ao menos mais uma (ou apenas uma) temporada completa, quando a navalha é passada e os canais dão seu aval final, geralmente a grande maioria já gravou ou exibiu seu season finale. Alguns usam-se de finais alternativos ou até mesmo de episódios que, ao mesmo tempo em que encerram aquele arco de episódios, também poderia servir de encerramento da série.

Contudo, não é isso que acontece com a maioria. É cada vez maior e mais esmagador o número de séries que, por um cancelamento (seja ele abrupto ou não), terminam sem um final conclusivo, despertando assim o ódio de muitos fãs, que direcionam toda a sua raiva ao canal em questão e prometem nunca mais assistir nada que ali seja produzido. Pena que cumprir essa promessa seja difícil…

O Apaixonados por Séries listou alguns desses casos, entre os mais recentes que ainda não foram superados e mais antigos, que até hoje seguem entalados na garganta de muitos. Vale lembrar que, infelizmente, não assistimos todas as séries do mundo, então alguns dos cancelamentos mais sentidos pelos fãs (como Eastwick, Kyle XY ou Lie To Me) não estão na lista porque ou ninguém da equipe assistia.

10 Things I Hate About You (2009-2010) – por Mayara

A série da ABC Family baseada no filme de mesmo nome chegou cheio de dúvidas, devido ao sucesso da primeira obra. Porém, a comédia feita para a emissora de televisão conquistou não somente o público que gostava do filme, mas aquele que também nunca o tinha assistido, se é que esta pessoa existe. A princípio, somente 12 episódios foram encomendados, porém, após a exibição dos mesmos, a emissora logo completou a primeira temporada, que chegou ao vigésimo.

A história se inicia com a chegada das irmãs Stratford, Kat e Bianca, em seu primeiro dia de aula, a primeira e mais velha não gostava da popularidade, chegando a ser um tanto quanto antissocial. Já a mais nova, sonhava em ser líder de torcida e arrumar um namorado, mas para isso o pai exigia que Kat namorasse primeira, tornando a vida de Bianca bastante complicada. Eis que surge Patrick, o temido garoto da escola, que devido ao pedido de Cameron, apaixonado pela Stratford mais nova, se aproxima de Kat. Apesar de todos os encontros e desencontros, Kat e Patrick assumem que estão apaixonados, o que todos nós que assistíamos a série rezamos para que acontecesse, ficam juntos e estão prestes a ser pegos pelo pai da garota no que seria o último episódio da primeira temporada. Semanas mais tarde, somos surpreendidos com o cancelamento da série, e a história que poderia se desenvolver, simplesmente chega ao fim, sem a menor satisfação para os fãs.

   Hellcats (2010-2011) – por Mayara

A série já entrou no ar com todos os preconceitos possíveis: era da CW, tratava de líderes de torcida e ainda era estrelado por astros teens, famosos por filmes como High School Musical, caso de Ashley Tisdale. Entretanto a série conquistou fãs, não muitos, mas conseguiu manter a média de audiência da emissora, que por não abranger todo o território americano e até mesmo por ser famosa pelas séries para o público jovem, é bem menor do que as das consideradas grandes. Esse público se manteve fiel à série, acompanhou todo o crescimento de Savannah e seus problemas familiares, a luta de Marti para chegar a tão sonhada faculdade de direito e mais tarde a busca por suas origens, principalmente seu pai.

Ainda acompanhamos várias apresentações musicais, não só dos personagens, como de bandas famosas fora das telinhas, a exemplo de 3OH!3. Vimos também os grandes números dos Hellcats, durante todas as competições em que eles participavam, além de investigações, amores e desilusões, armações, tudo que uma série como esta deve conter. Mas, como nenhuma série vive com altos e baixos, quando chegamos ao episódio final da primeira temporada, com Marti descobrindo a verdade sobre seu pai, e saindo chorando pelas ruas em sua bicicleta, a série acaba e não volta, devido ao seu cancelamento. O que acontece depois fica da imaginação de cada um que acompanhou os 22 episódios!

Heroes (2006-2010) – por Alexandre

Heroes sempre foi uma série controversa. Há quem discuta sua qualidade desde a 1ª temporada, mas a despeito disso, há que se reconhecer que, junto com Lost, a série de pessoas com poderes da NBC foi a principal representante de uma nova era na TV. Foi a série mais baixada nos EUA, atingiu níveis altíssimos de audiência, mas graças a esquizofrenia de seu criador, Tim Kring, que nunca soube o que fazer com sua trauma, viu seu público despencar junto com a qualidade.

Após uma temporada boa, seguiram-se três absurdamente inconsistentes, cheias de furo, descaracterização de personagens e diversas falhas. Mas, mesmo com todos os erros, Heroes merecia um final conclusivo. O que se viu após o fim da 4ª temporada e do 5º volume, foi o início de um 6º que nunca assistimos. O que nos ficou foi um Sylar bom, Peter e Emma juntos, Samuel preso e, pior, Claire se revelando ao mundo, com o óbvio objetivo de expor as pessoas com poderes – algo totalmente incoerente com a história da 4ª temporada, que era exatamente impedir isso, o que ela, inclusive, ajudou. Era o início de um Brave New World (seria o título do 6º volume), mas que ficou apenas nisso. No início. Sem final.

  My Name is Earl (2005-2009) – por Bruna


Estrelada por Jason Lee, My name is Earl teve quatro temporadas de humor excelente. A história tem base no aprendizado do protagonista quando percebe a existência do karma. Segundo suas observações, algo de bom acontece em sua vida depois de ele realizar uma boa ação, e vice-versa. A série obteve números expressivos de audiência em sua primeira temporada, mas a cada nova temporada, a audiência foi diminuindo. A trama foi ficando cada vez mais focada na história de cada personagem, exigindo um conhecimento prévio, desde o seu início. Além disso, as críticas claras – em forma de humor – do roteiro à inteligencia dos norte-americanos também podem ter afastado os espectadores.

O último episódio da série tem um plot twist completamente inesperado: um dos filhos de Joy, Dodge, pode ser filho de Earl. Jason Lee declarou em várias entrevistas que tem interesse em dar um final digno para a série. Várias emissoras foram abordadas para uma possível continuação, mas segundo o produtor executivo, Greg Garcia, as mudanças que decorreriam dessa troca de emissora afetariam a integridade artística da série. Na série Raising Hope, que compartilha do mesmo produtor executivo, várias alusões a My name is Earl já foram feitas. As duas séries compartilham de “Inside Probe” um programa de televisão fictício que os personagens das duas séries assistem. Além disso, quando personagens de Raising Hope vão ao cinema, o cartaz de “My Name Is Earl: The Movie and 2 the Max” pode ser visto claramente.

Terra Nova (2011) – por Luana

Quando Terra Nova foi anunciada, gerou uma expectativa na maior parte dos telespectadores. Muitos esperavam uma nova grande produção pela qual se apaixonariam, inspirada em séries como Lost ou Fringe. O público esperava poder ver na nova série algo de suas outras amadas e conhecidas histórias. Afinal, viagem no tempo, Spielberg, dinossauros e tecnologia… não havia como errar. Mas Terra Nova começou a decepcionar e perder audiência logo na primeira semana. Por causa disso, todos sabíamos que o mais óbvio iria acontecer (mesmo sem a confirmação oficial): a série nunca teria uma segunda temporada.

Com isso claro em mente, o público esperava ao menos um belo encerramento na season finaleda primeira temporada da série da Fox, mas como esse cancelamento ainda não havia sido confirmado, os produtores arriscaram e decidir não apenas deixar coisas em aberto, mas sim jogar um ótimo cliffhanger (o que Mira, chefe dosSixers, achou nas Badlands era a proa de um navio do século XVIII). A cena que mais fez com que o público tivesse vontade de continuar assistindo a série, para saber mais a respeito, ficou completamente sem explicação por conta do cancelamento.

  V – The Visitors (2009-2011) – por Alexandre

Desde antes de sua estreia, V já causava expectativa. A promessa de um remake da clássica minissérie homônima, conhecida ao menos de nome pelos fãs de ficção científica, deixou a todos em polvorosa e talvez esse tenha sido o maior erro da série: Criar expectativas que não conseguiu atender. Durante toda sua primeira temporada, o que se viu uma série cheia de clichês, mais baixos do que altos, personagens mal desenvolvidos e situações nada empolgantes.

A principal consequência? A queda brusca de audiência, que começou muito bem, mas foi definhando pouco a pouco. Mesmo assim, uma segunda temporada foi conquistada e, por mais que os problemas continuassem a existir, é preciso dizer que a série apresentou uma melhora e um season finale de explodir cabeças e com não apenas um, mas uma sequência de cliffhangers que, após o anúncio do cancelamento tempos depois, foram motivo de raiva. Com Tyler e Ryan morto, Erica a salvo com o Projeto Ares (que nunca saberemos exatamente o que era) e a humanidade (inclusive Jack!) rendida à Glória de Anna e recebendo naves prontas para dominação, V saiu de cena, deixando um rastro de raiva e decepção.

  Veronica Mars (2004-2007) – por Alexandre

Aclamada por público e crítica e considerada uma das melhores séries “teens” já produzidas, Veronica Mars possui uma única mancha em seu currículo: O final. Apesar dos muitos elogios, o show nunca foi um hit de audiência e alguns até mesmo consideram 3 temporadas um grande mérito. Muitos defendem o episódio final como uma conclusão da série, mas o próprio Rob Thomas (produtor, criador e roteirista) não sabia se Veronica e cia ganhariam ou não um novo ano quando escreveu e planejou o último episódio da terceira temporada – ele, inclusive, parecia certo de uma renovação. Tão certo que deu um tiro no escuro.

The Bitch is Back” em nenhum momento tem cara de final, continua a abrir tramas que nunca foram realmente esclarecidas (como o vazamento do vídeo de sexo da Veronica e do Piz e as acusações ao Keith pelo roubo do HD que a Veronica realizou), sem contar o relacionamento entre Logan e Veronica (um dos casais mais populares das séries de TV), reduzido a poucas cenas, (mais) uma troca de socos do Logan com mauricinhos da faculdade e um sorriso misterioso. Nem um beijo, nenhuma conversa, nenhuma perspectiva futura, depois de todo o abalo que o relacionamento sofreu no terceiro ano da série. Muita coisa ficou no ar, muita coisa ficou não resolvida e por mais que a última cena, com uma Veronica solitária e caminhando na chuva seja poética, o gosto amargo ainda permanece na boca, mesmo depois de anos.

  Joan of Arcadia (2003-2005) – por Cristal

Joan of Arcadia iniciou sua trajetória concorrendo ao Emmy de melhor drama logo em sua primeira temporada, um feito pouco comum para séries estreantes. O problema é que muitos sempre a viram como uma série teen – e alguém aí já viu alguma série teen levar um prêmio sério pra casa? Mas, verdade seja dita, tirando o fato da sua protagonista frequentar o colegial, a série nunca teve nada de teen. Uma protagonista que conversa com Deus – “encarnado” em diversas formas, e tenta melhorar o mundo, essa era Joan, moradora de Arcadia, filha de um policial que, paralelamente à trama principal, solucionava os crimes da cidade.

Mas, claro, Joan também tinha um amor, e ao longo da segunda temporada da série a vimos se apaixonar por Adam e viver feliz ao seu lado até acabar traída porque não queria perder a virgindade. Sozinha, Joan conheceu um sujeito bastante suspeito, que acabou se revelando alguém como ela, que também falava com Deus, mas que tinha planos totalmente opostos… Nos momentos finais, do episódio intitulado “Something Wicked This Way Comes“, vimos Deus dar forças a uma Joan temerosa por estar só, sem o exército de sua antepassada. Ele lhe mostra que ela nunca estará sozinha enquanto tiver seus amigos por perto. Se eles a ajudaram ou não na guerra contra o mal, jamais saberemos.

  Eli Stone (2008-2009) – por Cristal

Séries que tem Deus como temática principal não costumam dar sorte… Pelo menos nos últimos anos. Depois do fracasso de Joan (of Arcadia) chegou a vez de Eli, o advogado  que recebia missões de Deus através de visões. E as visões de Eli não eram nada ortodoxas; sempre com uma trilha sonora pop, elas eram praticamente musicais da Broadway, contando eventualmente com a presença de George Michael.

Eli tinha um aneurisma que poderia ser a causa de tudo o que ele via- e que no final das contas não passaria de alucinação. Mas nada era tão simples. Com o passar dos meses, sempre agindo de acordo com o que ele acreditava ser o caminho certo para fazer o bem, e até mesmo evitar possíveis tragédias,  Eli passou a ser visto por alguns como um profeta. Mas seu aneurisma atacou novamente e terminamos a série com Eli internado e tendo visões (ou alucinações?) com seu pai, que aparentemente tinha muito mais em comum com o filho do que jamais poderíamos imaginar.

The Event (2010-2011) – por Alexandre

Quando The Event estreou, várias foram as comparações. A série sofreu o estigma de ter sido vendida (por mais que digam que não, foi!) como uma possível nova Lost, usando-se de mistérios para prender sua audiência. Os produtores bem que tentaram manter o público interessando, respondendo perguntas não apenas em “episódios chaves”, mas ao decorrer de toda a temporada. O problema é que se você responde uma questão em aberto, você deve fechá-la e partir para novas tramas, enquanto The Event tinha a péssima mania de andar em círculos e não chegar a lugar algum.

O resultado foi o esperado: Uma queda drástica de audiência com o decorrer dos meses, que resultou no cancelamento da mesma, após o fim da primeira de cinco temporadas que os produtores afirmavam já ter planejado. Há quem diga que o final tenha sido satisfatória, mas a verdade é que várias pontas ficaram em abertas. O tal “evento” nunca foi realmente explicado (Ok, os EBE’s viviam na Terra e fugiram para outro planeta porque se ficassem, algo de ruim aconteceria, o tal “evento”. Mas o quê ele seria de fato?) e o series finale se encerra quando o planeta de Sophia se alinha à Terra e pode ser visto a olho nu, o que poderia ser o princípio de uma guerra. Que jamais aconteceu.

E pra você, qual foi a maior decepção no que diz respeito a finais-não-finais?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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