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Confissões de Adolescentes (ou: como deveriam ser as séries teens brasileiras)

Por: em 19 de junho de 2009

Confissões de Adolescentes (ou: como deveriam ser as séries teens brasileiras)

Por: em

Quando eu era pré-adolescente (mas metida a adolescente!), a primeira história que acompanhei na TV foi de Confissões de adolescente. E, pelo que me lembro foi o primeiro programa realmente dirigido para o público.
Em 1994 entrava no ar pela Tv Cultura a série baseada no livro (homônimo) da Maria Mariana, produzida e dirigida por Daniel Filho. A série foi a primeira, desbravadora de público, e até hoje ainda considero um dos poucos programas bem feitos para este público no Brasil, e que, sabiamente, exibiam junto com Anos incríveis (Teremos um post comemorativo em breve ;-)).

No ano seguinte, 1995, entrava no ar Malhação, seguindo o sucesso que Confissões de Adolescente fez, que nunca teve a qualidade que Confissões tinha, mas como é uma super produção da Globo, está no ar até hoje.

Em 1992 Confissões de adolescente era uma peça de teatro, que Daniel Filho foi assistir, só porque era amigo do Domingos de Oliveira, pai da Maria Mariana. Ele se apaixonou pelo texto, pela forma realista como era trabalhada, como ele conta no vídeo no final.
Confissões de Adolescente, já na TV, inovou no seu formato, de colocar os personagens conversando com os telespectadores, cenários que a grande população do Brasil (classe média) se identificava, mas o motivo de sucesso era outro.

Os textos e roteiros eram baseados no diário da própria Maria Mariana, os problemas e histórias eram muito familiares à todos adolescentes, criando uma identificação imediata com os personagens.As quatro irmãs moravam num apartamento no Rio de Janeiro, com o pai viúvo, e tinha todos os problemas que uma familia comum tem, brigas entre as irmãs, dividir quarto, tarefas da casa, telefone.
As histórias discutiam sempre um assunto do mundo adolescente da época, era envolventes, eram 30 minutos de diversão e emoção. Diana(Maria Mariana), Bárbara (Georgina Góes), Natalia (Danielle Valente) e Carol (Déborah Secco, depois Camila Capucci) falavam abertamente sobre primeiro beijo, primeira vez, gravidez na adolescência, trabalho, religião e coisas que eram de “extrema” importância para nós, sempre tratadas com uma delicadeza impressionante. O pai da meninas, Paulo (Luis Gustavo), também participava ativamente, e víamos as histórias também pela sua ótica, na tentativa de ajudar e aconselhar todas elas da melhor maneira possível.

A produção era independente, mas houve várias participações especiais, que eram carinhosamente chamadas de participações afetivas, pois não recebiam pela atuação. Afetivamente, participaram da série: Marieta Severo, Débora Bloch, Cláudia Gimenez, Maitê Proença, Lília Cabral, Lucélia Santos, Drica Moraes, Pedro Cardoso e outros.

Apesar dos poucos recursos que tinham, a série foi a primeira na TV brasileira a ser filmada em película 16mm, e a produção e direção eram de um cuidado que tornou a série o sucesso que foi, sendo que no final da série, ela foi indicada ao Emmy internacional de melhor série.

Enquanto a história nos comovia, falando abertamente de vários assuntos e de uma maneira direta, interagindo com o espectador, a trilha sonora nos fazia sorrir. Eram músicas populares, como O beijo, de Kid Abelha, Fúria e Folia com Barão Vermelho, Nem sempre se pode ser Deus dos Titãs e a clássica Sina do Gilberto Gil, tema de abertura, perfeita para o seriado que marcou a adolescência de muuuuita gente.

O Making of:

Pode ser por pura nostalgia, mas, que vontade de assistir algo bom assim novamente.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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