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Constantine

Por: em 30 de outubro de 2014

Constantine

Por: em

Depois de Gotham e  The Flash, a britânica NBC também lançou oficialmente dia 24 de outubro – em novembro no Brasil, conforme divulgamos aqui –  uma série baseada em quadrinhos para chamar de sua: Constantine. O anti-herói da DC tem uma grande base de fans, já inspirou um filme com o mesmo nome, com Keanu Reeves e agora vem dar pinta na televisão. Além de ser uma estreia super esperada, ela comprova a onda (que está dando certo) de trazer os quadrinhos para a TV.

Constantine - Season Pilot

Bom, uma das coisas que a série prometeu foi fidelidade aos quadrinhos, o que já não rolou no piloto. John Constantine aparece internado por vontade própria no hospital Ravenscar. Nas HQ’s ele é “preso” na instituição por conta da morte Astra – uma menina que não resistiu à um ritual em que Constantine acabou invocando o demônio que a matou, ao invés de salvá-la. Na série ele está lá para tentar aceitar que seus poderes não existem, que demônios são mentira, se submetendo aos mais diversos tipos de tratamentos. Ele inclusive se intitula Mestre das Artes ocultas, como se isso fosse uma profissão (ele tem inclusive um cartão de visitas). Na HQ, seu dom é hereditário e ele sempre os usou para conseguir vantagens na vida, por isso que ele foi fadado à danação eterna. Assim que recebe um “chamado”, de seu mentor Jasper pedindo que ele salve a vida de sua filha Liv, John se dá alta e segue para encontrar a garota, tendo vista de estar em dívida com seu pai. Fica claro no episódio que proteger Liv não é um simples acerto de contas, o que Constantine quer é a chance de ter sua alma de volta, de ser absolvido da ida certa para o inferno. Creio que ele vai tirar vantagem da menina e dos seus dons.

John e Liv

Para esclarecer, Liv Aberdeen o dom dessa jovem: Ela consegue ver demônios. Com o episódio, achei que a moça engoliu muito rápido a história, inclusive conseguindo ajudar John à combater um demônio, tratado nesse episódio como o “vilão da semana”, ou seja, já me deixou com pé atrás. Não quero acompanhar as aventuras de Constantine e seus amigos contra o mal. Não! Isso não é o Hellblazer! O ator Matt Ryan se assemelha fisicamente ao personagens na HQ, mas não vi nada de sombrio no personagem, muito pelo contrário: ele é pró-ativo, efusivo. Loiro? Sim. Britânico? Sim. Mas uma pessoa animada? Esse não é John Constantine. Outra coisa que faltou, uma das principais características do personagem: Os cigarros! John Constantine fuma aproximadamente 30 por dia. Se você assistiu ao filme de 2006 (muito criticado pelos leitores da HQ), vai lembrar que o fato de fumar foi inclusive um gancho do roteiro nas telonas. Mas na série, cadê? Creio que a NBC está preocupada em criar um herói para toda família, e isso me decepcionou. Pelo que parece não vai ter sexo, nem palavrões, nem cigarros. Vai ter o humor do personagem e talvez até um romance (?????)

manny john

Não estou dizendo que o Piloto foi ruim, mas não foi o amor a primeira vista que eu achava que seria. Queria algo mais sombrio, pesado e assustador. Temos participações que já deixarão a galera que ama Lost feliz:  – eu queria chamar ele de Michael logo, rs – interpreta o anjo Manny, que aparece de vez em quando para bater um papo com o “herói” e Jeremy Davies– o físico Faraday – é um (ex)amigo do protagonista, estudioso das ciências ocultas que, mesmo a contragosto, acaba ajudando na missão principal do episódio. Diretamente dos quadrinhos, temos um outro parceiro de John, Chas Chandler, interpretado por , que a primeira vista é um mero taxista, mas descobrimos ter um qualidade bem incomum.

Talvez, se dermos uma chance, com o andar da carruagem, a série se torne um pouco mais densa. Eu achei ela levinha, quase que infantil. E definitivamente John Constantine não aprovaria o episódio, xingaria e tacaria fogo na fita, conjurando um demônio para gravar novamente. O melhor da série é que eles realmente conseguiram transformar o ator Matt Ryan em uma personificação próxima ao personagem dos quadrinhos. Só espero que deem à ele um enredo que faça jus ao anti-herói mais sombrio que eu conheço. “I walk my path alone, because, let’s be honest, Who be crazy enough to walk with me?”

Vamos esperar pra ver se a série deslancha ou flopa. E você? O que achou?


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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