Diferentemente de outras séries originais do Netflix, onde os episódios meio que adentram um nos outros, Demolidor tem levado sua história de maneira diferente. A cada 50 minutos (aproximando o tempo que a gente leva para assistir uma parte) temos um capítulo diferente da história do submundo de Nova York, representado pelo bairro Hell’s Kitchen. Não existem aqueles cliffhangers que antecedem os comerciais nas séries normais e tudo flui de maneira constante – o que pode ser cansativo as vezes – reservando seus grandes momentos para os minutos finais de cada capítulo, isso faz com que no restante do tempo nos deparemos analisando todos acontecimentos que levarão à eles.
Em In The Blood temos um belo exemplo dessa diretriz. O episódio nos proporcionou chegar mais perto do homem, Wilson Fisk, ao qual Vicent D’onofrio está entregando uma interpretação que eu ainda não decidi muito bem o que expressa. As vezes ele parece descompensado, vacilando em momentos de verdadeira loucura e fragilidade. O primeiro encontro com a Vanessa para proporcionar um conhecimento do que há por trás do homem que chega a ser quase um Voldemort para as pessoas, que evitam falar seu nome. Como eu disse, tudo nele parece estar a ponto de desmoronar, ele consegue ser extremamente romântico e delicado para, depois de algum gatilho que for, transformar-se em um monstro sedento por sangue.
E foi isso que vimos, a cena dele matando o irmão do russo, que tinha ido dizer que se curvaria perante as suas condições foi seca e de revirar o estômago. Em um momento ele estava comendo a sobrimesa que ele adorava na infância e no outro arrancava a cabeça de um homem a sangue frio. Brutal. Fisk claramente deseja ser, ao mesmo tempo, um homem sofisticado e um mafioso coração de pedra, mas vendo tudo o que vimos dele, sabemos que ele nunca conseguirá se equilibrar nesse mundo onde ele é o chefão e que todos esperam muito dele. Ele se engasga nos próprios anseios, tomando decisões tempestuosas e creio que isso pode começar a atrapalhar seus negócios em alguns momentos.
Do outro lado da história, desde que Claire ajudou Matt a se esconder em seu apartamento, já sabíamos que em algum momento a conta chegaria para ela, que foi sequestrada pelos russos e torturada para que revelasse a identidade do demônio de Hell’s Kitchen. Como eu gosto de pancadaria ( essa série é um deleite para mim #mejulguem), mesmo que previsível, gostei da sequencia em que a Enfermeira Noturna é resgata. Os acontecimentos representaram uma virada para o herói que, pela primeira vez, confia sua identidade à uma pessoa. Rosario Downson é uma ótima atriz e sua dinâmica com Charlie Cox está bem interessante, só espero que isso não descambe pra romance, pois não há espaço para isso em Demolidor.
Quando questionado porque mantém sua vida dupla, Matt responde dizendo que só quer que sua cidade seja um lugar melhor. Vocês já repararam que esse é o mote da maioria dos heróis? Na mesma hora eu fiz um paralelo com Gotham e a premissa de fazer a cidade e como ela influencia na vida dos seus habitantes o cerne da história. Em Demolidor também acontece isso, Nova York é enorme, então o bairro de Hell’s Kitchen é sim um dos protagonistas da trama, ele foi o start de tudo (A criminalidade aumentou depois do “incidente” decorrente das ações de um certo grupo de heróis. Acho isso muito interessante, pois a série só tem a ganhar com esse tipo de abordagem.
Já a menina Karen está mostrando que primeira impressão não é a que vale. Lá no primeiro episódio eu pensei que ela fosse ficar meio alheia, protegida por Foggy e Matt, mas não, ela também demonstra ser uma mulher sem medo. E mesmo depois de Ben aparentemente ter dado uma cortada nela, ela insiste na sua investigação se arriscando ao ir sozinha no leilão dos imóveis da construtora em que ela trabalhava que, depois do escândalo que figurou na capa dos jornais, começou a ser liquidada. Foi ótimo ver que Ben não tinha desistido do caso, que ele apenas quer manter a menina segura. Essa dupla dinâmica vai começar a mexer em coisas que incomodarão peixes grandes, pode postar que tudo vai levar ao Rei do Crime em breve, tenho certeza. Mas em um primeiro momento, o inconveniente foi só um lote de móveis velhos que Karen se viu obrigada a comprar no leilão para não levantar suspeitas.
Em seu 4º episódio, Demolidor não nos entregou muitas novidades. Into the Blood serviu apenas para trabalhar um pouco mais os arcos dos personagens. Fico torcendo para que logo haja algum confronto direto entre Fisk e Matt, ou que no mínimo as palavras “Rei” “do” “Crime” saiam da boca de alguém (acho que eu entraria em êxtase). No mais, a lição que tiramos desse episódio é nunca atrapalhar o date de ninguém, pois isso pode colocar sua cabeça em risco.
Observações:
Wesley: What should we do with this?
Fisk: Take what’s left of him and send it to his brother.
Wesley: That will start a war.
Fisk: I’m counting on it.
– Repito, a cena da decapitação com a porta do carro foi uma das mais cruas e violentas que eu já vi.
– Finalmente o mínion do Fisk ganhou um nome: Wesley. Um personagem muito interessante, que parece se importar verdadeiramente com seu chefe. Quero ver mais dessa relação.
– Depois de decapitar o russo azarado, Wilson pede que Wesley ligue para um tal de Mr. Potter para pedir um novo terno (da pra ver que a indumentária do chefão não é convencional). Quem seria esse Mr. Potter? Não, infelizmente não tem espaço para criossovers com a obra de JK Rowling aqui (Já pensou, seria só a Disney comprar os direitos hahaha)
– “If he had an iron suit or a magic hammer maybe that would explain why you keep getting your asses handed to you.” – Wesley. Não precisamos dizer mais nada.
– Qual o mistérios das abotoaduras do Fisk.
– Uma das coisas legais da relação entre Karen e Ben é poder ver que como a S.H.I.E.L.D. ele está em todas.
– Além disso, ele menciona que a jovem tem um passado meio negro. Se for de acordo com os quadrinhos, essa menina era metida com droga.
– Vanessa existe nos quadrinhos e sim, neles ela se casa com Fisk, ganhando seu sobre nome. Porém sua primeira aparição foi na história do Homem Aranha, criada por #sempre Stan Lee e John Romita. BTW, ela manja das coisas.
E você, o que achou do destino do episódio? Quais as suas impressões de Demolidor até agora? Fique a vontade para deixar suas impressões.
