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Demolidor – 1×05 World on Fire

Por: em 4 de maio de 2015

Demolidor – 1×05 World on Fire

Por: em

Se tem uma coisa que World on Fire prova bem, é que em Demolidor nada é preto e no branco e os tradicionais arquétipos de “mocinho” e “vilão” não caem bem aqui. Analisando ao pé da letra, dá até mesmo pra dizer que Matt Murdock e Wilson Fisk, Demolidor e Rei do Crime, pouco tem de diferente. Na essência, o objetivo dos dois é mesmo: Limpar Hell’s Kitchen. Só que enquanto um fala em “libertar”, o outro prefere o termo “reconstruir”. Murdock trilha o caminho como Justiceiro; Fisk torna-se aquilo que ele mesmo pretende destruir. É um jogo de dualidade que foi muito bem construído e dominou boa parte desta quinta hora do show.

Vanessa e Fisk Demolidor

Esses ideias ficam claras nas conversas dos dois com suas respectivas damas (ao menos por este episódio), Claire e Vanessa. E já com relação as garotas, o roteiro faz questão de salientar as diferença entre elas. Ambas sabem a natureza e as intenções do homem com o qual estão lidando. Dá pra dizer até que isso faz parte do que as atrai em ambos. A principal discrepância é que enquanto os instintos morais de Claire parecem gritar dentro dela para que ela recue e não se envolva com Matt (como ela própria faz questão de externar), Vanessa sabe muito bem o tipo de homem que Fisk é e, mesmo assim, não hesita em embarcar de cabeça no tal plano de limpar Hell’s Kitchen.

Mesmo assim, a inserção da mulher no seriado ajuda a mostrar um lado mais humano de Fisk. Nós sabemos do que ele é capaz de fazer (e se restava dúvida a alguém, World on Fire a dizimou). Mas ao mesmo tempo em que ele consegue esmagar a cabeça de um cara com a porta do carro e arquitetar um plano que resulte em uma explosão para matar “inimigos”, ele fica nervoso ante a presença de Vanessa e porta-se como um cavalheiro – ao menos até onde se é possível o Rei do Crime ser um cavalheiro. Quais os rumos dessa história, eu não faço a menor ideia. Mas chutaria que ainda veremos os dois bebendo vinho e discutindo obras de arte enquanto avançam no plano de destruir a cidade para reconstruí-la de uma maneira melhor.

E, há que se dizer, Fisk é um gênio.

Todo o plano para colocar Vladimir contra Matt foi bastante simples, mas capitalizado pelo sentimento de raiva que dominaria o irmão russo, era impossível não funcionar. Dessa maneira, Fisk poderia assistir de camarote a seus dois inimigos se matando em um jogo de gato e rato, enquanto continuava a fazer seus movimentos. Me surpreendeu, contudo, que Vlamidir tenha percebido que havia alguma coisa errada na história-  mesmo que não tenha entendido bem – logo agora. Cheguei a cogitar uma possível aliança dele com Matt, mas depois da surra na última cena, acho que não é possível. E que cliffhanger o episódio deixou, não é? Nessas horas a gente agradece aos santos dos streamings pela Netflix soltar todos os episódios de uma vez.

matt e claire demolidor

Diferente de Vanessa com Fisk, Claire tem medo da relação que tem desenvolvido com Matt. Ela sabe que os métodos dele não são exatamente os mais corretos, mas também sabe que alguma coisa precisa ser feita – e Murdock é um dos poucos que está se mexendo pra isso. Rosario Dawson tem estado perfeita no papel da enfermeira noturna e a química com Charlie Cox é  grande. Todas as cenas que os dois dividem são bem bacanas de se assistir e, lá no fundo, é bom saber que o Matt tem alguém pra quem voltar no fim do dia, mesmo que à maneira dele. Alguém que, mesmo que não o entenda totalmente, o aceita. E isso às vezes vale mais do que o entendimento pleno. 

No lado procedural nem tão procedural assim da série, o caso da semana foi interessante, mas serviu apenas para, outra vez, conferir a Foggy e Karen a parte mais leve do episódio. Tem funcionado muito bem até aqui, mas eu confesso que espero ver logo os dois entrando em uma trama com vibe mais pesada. Karen já ensaiou isso com a sua parceria com Ben, que não deu as caras aqui. Mas Foggy até agora é apenas o melhor amigo legal de Matt. que vem pra divertir e amenizar as cenas pesadas que a série exibe. Não é uma crítica ainda, até porque a temporada nem na metade chegou; mas é algo que eu gostaria de ver desenvolvido mais adiante.

Quanto as insinuações – ainda que lentas – de um possível romance com Karen, fico bastante na dúvida se vejo ou não algo aí. Às vezes me parece que é apenas uma amizade bacana – talvez até colorida – e que Karen tem algum tipo de sentimento reprimido por Matt (ela perguntando ao Foggy sobre ele despertou de novo essa dúvida em mim). Será que teria rolado alguma coisa se a explosão não tivesse chegado até eles? Nunca saberemos.

Outras observações:

– Cada episódio, gosto mais da Madame Gao. Enigmática, engraçada e surpreendente. Espero por mais destaque.

– Está claro que essa aliança de Fisk não vai durar muito.

– Claire falando sobre playboys milionários e é óbvio que a gente já  liga a Tony Stark, né?

– Fisk tem mesmo gente em todos os cantos, né? Até dentro da polícia.

– Muito, muito bacana finalmente entender e ver como a visão do Matt funciona. E a audição é quase sobrehumana, né? Pra ele ter ouvido a queima de arquivo na prisão quando o cara disse o nome de Fisk.

– Duas referências bacanas nas cenas da delegacia. Primeiro, o poster escrito “Você não precisa revelar sua identidade para lutar contra o crime.” (tradução livre minha), que se refere ao plot de Guerra Civil, o próximo grande evento do MCU. E segundo, um quadro com uma foto de Stan Lee, atrás de um oficial.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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