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Demolidor – 1×13 Daredevil (Season Finale)

Por: em 8 de junho de 2015

Demolidor – 1×13 Daredevil (Season Finale)

Por: em

Foram 12 episódios construindo não apenas a história de Matt Murdock, mas também a de Hell’s Kitchen e de Wilson Fisk. Neste season finaleDemolidor não economiza em ação ou emoção e apresentou um ótimo episódio para encerrar a sua primeira temporada mantendo o nível elevado que apresentou desde o princípio. De uma maneira geral (não dá pra dizer que foi perfeito) a Netflix entregou uma das melhores séries novas de 2015 e os poucos erros não chegam nem um pouco perto de sublimar os muitos acertos – especialmente se considerarmos que, antes disso, tivemos o esquecível filme de Ben Affleck em 2003. Se a ansiedade para este começo já era grande, a para a segunda temporada é ainda maior, mesmo que este finale não tenha deixado exatamente muitos ganchos.

Na verdade, se a gente parar pra pensar, a maioria das coisas teve um rumo previsível, o que em nada interfere na qualidade do episódio – na verdade, se mesmo sendo óbvio em muitos pontos, o episódio conseguiu empolgar tanto, é a prova que ele definitivamente foi muito bom. Assim como muitas produções do gênero, Demolidor escolheu gastar as surpresas e viradas de roteiro ao longo da temporada e, para sua conclusão parcial, voltou o foco para o que todos esperam desde o piloto: O confronto direto entre Demolidor e Rei do Crime – desta vez com direito a uniforme vermelho! (#finalmente)

Fisk e Owsley

Fisk viu ruir, por falhas próprias, o império que estava construindo. Na verdade, não dá nem pra dizer que foi uma falha. Afinal, amar é um erro? Sua relação com Vanessa trouxe a tona fragilidades que não costumamos ver em personagens ditos vilões (reside aqui um dos maiores pontos positividos de Demolidor) e isso acabou influenciando no seu “relacionamento” com Madame Gao e Owsley. O momento em que Wilson descobre que eles foram responsáveis pelo envenenamento de Vanessa e mata Leland é um dos melhores da série. E, fala sério: Ele achou mesmo que Fisk iria deixá-lo sair com vida? Não foi exatamente um plano de fuga muito bom – especialmente no momento em que Wilson estava, depois de perder Wesley e quase perder Vanessa.

E a moça, depois de escapar da morte, tomou a decisão já esperada de ficar ao lado do amado, mesmo quando o plano de Matt e Foggy para colocá-lo atrás das grades deu resultado. Vanessa foi uma das figuras mais enigmáticas deste primeiro ano da série (junto com Claire) e fica a expectativa para que na próxima temporada ela tenha ainda mais destaque. Quem sabe ela não reaparece para se vingar daqueles que foram responsáveis pela prisão do homem que ela ama?

Uma das coisas mais legais desse season finale foi como Matt conseguiu usar suas duas identidade, Murdock e Demolidor (agora com o nome adotado oficialmente!), para derrubar Fisk. O plano traçado com Foggy para expor o Rei do Crime e todos envolvidos em seu esquema foi simples, mas certeiro. Como dito antes: Ter sido normal não foi um dos pontos fracos do episódio. Afinal de contas, dá pra reclamar de uma sequência sensacional como aquela das prisões ao som de música clássica? Palmas pra produção que a construiu! E como já era esperado Wilson fugir, nem deu pra ficar espantado. A fuga, antes mesmo de chegar à prisão, nos levou ao momento mais esperado desde antes mesmo da série começar: O embate “final” entre Murdock e Fisk.

Para um show que entregou ótimas sequências de ação, o confronto mais esperado desta primeira temporada da ópera do demônio me desapontou um pouco. As cenas das pessoas ligadas à toda engrenagem suja e corrupta de Fisk ao som da emblemática Nessun Dorma, entoada pelo inesquecível Pavarotti e a fuga do Rei do Crime me empolgaram mais. Entendam, eu adoro uma boa porradaria, mas o que esse confronto trouxe de novo ou de melhor que as outras inúmeras (e algumas inesquecíveis) lutas que assistimos nesses 12 episódios, além do uniforme vermelho? E outra, mesmo ainda se recuperando do encontro com Nobu, a superioridade física de Fisk não foi algo que tenha feito muita diferença. Quando Matt estava no chão, ficou bem que claro que o que derrotou seu nêmesis foi o seu próprio psicológico, que mais uma vez o deixou vulnerável, fazendo com que ele se deixasse abater. Essa foi a minha visão. Com a sua prisão, vimos o Rei do Crime vestido de branco…mas não do jeito que esperávamos. E ele terminou mais uma vez “de castigo” encarando a parede…alguma dúvida que ele vai voltar?

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Tendo dito tudo isso, uma coisa que eu gostei bastante foi o final do episódio, com o trio Matt, Foggy e Karen juntos e felizes, aparentando que pelo menos por enquanto eles poderão continuar assim por algum tempo. Mesmo que a maior parte do cerne emocional da série foram as sucessivas construções e desconstruções de Wilson Fisk, o núcleo emocional de Demolidor como herói e como série foram os funcionários da Nelson & Murdock’. A química entre Charlie Cox, Elden Hanson e Deborah Ann Holl é excelente (e eu dou graças a Deus que não tenham colocado a relação dos personagem em risco com um eventual triângulo romântico, ou algo do gênero). Pode ser que a já confirmada – e esperada- 2ª temporada da série aprofunde um pouco a interação destes personagens, que mesmo juntos desde o primeiro episódio, têm muito para aprender um sobre o outro.

E mesmo com um season finale previsível, eu cheguei os créditos querendo muito mais. Essa primeira temporada fez jus à toda expectativa criada em torno da primeira obra proveniente da parceria entre a Marvel e a Netflix, e uma extensão muito bem pensada e executada do MCU – quem ganha, no final das contas, somos nós. Matt Murdock e seu alter ego são um dos melhores personagens da Casa de Idéias e finalmente ganhou uma adaptação à sua altura. Demolidor estabeleceu um padrão bem alto para o que virá a seguir (e até para as outras séries fora do serviço de Streaming, vamos ser sinceros).

abocados

Observações:

– Mais uma vez ressalto como Fisk foi derrotado não só pelo herói pessoalmente, mas sim pela queda dos seus pilares – dos menores (a jornalista infiltrada no New York Bulletin) aos maiores (políticos).

– Gostei de darem um papel essencial para o detetive Hoffman, que eu tenho certeza que em algum momento dos 12 episódios da série você acreditou que seria um personagem descartável. Seu “resgate” e a sua entrada – com meu adorado slow motion para dar drama – na delegacia foram bem legais de assistir.

-E sim, Stan Lee fez sua participação especial aqui também! This is Marvel!

stan lee

– Ao que tudo indica Owsley está morto, então pode ser que seu altergo nos quadrinhos – o Coruja – não apareça, e fique apenas a referência.  Ao menos, é claro que ele não esteja morto ou que seu filho, que foi mencionado algumas vezes no decorrer dos episódios – com seu pai chamando-o de Lee – venha ter alguma importância mais para frente. Afinal, seu apelido pode muito bem ser um derivado de Leland Jr, ou algo assim…então temos um potencial vilão aqui.

– No atelier de Melvin Potter temos mais algumas referências ao universo Marvel: As pernas do Homem-Pernilongo/ Metaloide (Stilt-man, o cientista transformado em vilão que usa uma armadura com longas pernas metálicas) e o desenho de protótipos de uma serra circular que são as armas do Gladiador, alter ego de Potter nos quadrinhos:

Potter

– O desenho do Demolidor que aparece na capa do jornal do Boletim de Nova York foi feita por Alex Maleev, que junto com escritor Brian Michael Bendis, esteve muitos anos por trás dos quadrinhos que serviram de grande inspiração para o primeiro ano da série.

– Vanessa foi autossuficiente e casou sozinha com Fisk.

– Gostei muito de como Foggy foi essencial na queda de Fisk dentro dos parâmetros legais.

E você? Sentindo falta de Murdock? A 2ª temporada deve estrear em 2016, mas no final desse ano teremos A.K.A. Jessica Jonese pode ser que Matt dê uma pontinha na série da sua colega de equipe em os Defensores. 

Muito obrigada por acompanhar junto com a gente (especialmente comigo e com o Alexandre s2)  essa magnífica obra que, definitivamente, agradou não só os fãs da Marvel, como todos àqueles que buscam por uma boa forma de passar seu tempo.

E é claro, fique a vontade para dividir suas impressões com a gente!

Até a próxima!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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