Pela primeira vez em muito tempo, o 6×08 me fez prestar muito mais atenção aos casos do que à vida pessoal dos personagens, de uma forma boa. Já fazia um tempo que poucos clientes eram tão empolgantes quanto estes.
Começando pelo Sam, o debate sobre pessoas trans* poderia ter sido mais aprofundado, mas pegou em pontos importantíssimos. Como que para muitos o simples ato de ir ao banheiro pode ser uma batalha gigantesca e mostrou bem as dificuldades de certas pessoas de aceitarem que não é a biologia que determina o gênero da pessoa e sim como ela se define e sente.
O tema não é novo e já foi retratado em Glee, quando a Unique entrou para o elenco. Lá as coisas foram um tanto mais cruéis. Em Drop Dead Diva, parecia que o diretor da escola era o único retrógrado que tinha um problema gigantesco com a identidade do Sam, já que ele tinha amigos e não parecia sofrer bullying por isso, muito pelo contrário. A única menção de bullying por parte dos coleguinhas foi justamente quando o Sam foi obrigado a usar uma saia na escola.
Entendo as boas intenções da Kim em querer transformar o caso em uma discriminação por deficiência/doença, mas não era justo e não era isso o que os clientes dela queriam. Como a Jane disse, a família do Sam não queria somente ganhar; eles queriam respeito, que tanto merecem. Ainda bem que este caso teve um final feliz e a Kim aprendeu uma lição sobre identidade de gênero.
No lado do Grayson, foi interessante ver a pressão em cima dele em um caso criminal. Nunca tinha pensado na falta de experiência dele nesses assuntos ou no fato de isso estar travando uma promoção. Como no mundo de DDD tudo costuma correr bem e os clientes costumam ser inocentes e os advogados os heróis, nem por um segundo imaginei que o Drew tivesse mesmo assassinado a Megan. Infelizmente, o primeiro caso criminal do Grayson não foi tão bom quanto o esperado e achei admirável a postura dele em querer se retirar e se sentir mal por estar defendendo um culpado.
Correndo por fora, tivemos ainda um pequeno drama da Stacy com o Owen querendo mandar em absolutamente tudo o que ela fazia, sem consultá-la em nada, mesmo sendo “para o próprio bem dela”. Foi muito bom terem abordado esse aspecto do relacionamento e melhor ainda a loira ter mostrado que tem personalidade o suficiente para conseguir se impor. Desta vez nem fiquei brava com o pedido de casamento, era esperado.
O 6×09 começou direto ao ponto: o Grayson na sala de cirurgia depois de levar alguns tiros do pai da Megan no episódio anterior. Confesso que não temi exatamente pela morte do advogado, mas pela possibilidade de fazerem-no morrer e outra pessoa entrar no corpo dele, como poderia ter acontecido com o Owen.
Foi bonitinho o Grayson também planejar pedir a Jane em casamento e me faz ter ideias de uma cerimônia dupla na series finale. Se ele sobreviver até lá. Depois de tudo o que tivemos que aguentar, vai ser muita falta de sacanagem os roteiristas separarem o casal.
O problema do pai da Kim foi no mínimo engraçado. Ser preso por conduta obscena com a nova madrasta da filha? Sendo que esta nem ao menos sabia que o pai estava namorando? Foi divertido também ver como a coisa se desenvolvendo, com a chegada até da mãe da advogada, com uma atitude bem previsível. Só não sei como eles não falaram no escritório de advocacia este ponto tão importante, como oficializar o divórcio antes de ir para o tribunal de fato. Não foi algo tão insignificante que eles poderiam esquecer sendo que relembraram rapidinho na frente do juiz.
O caso da Jane capturou minha atenção pela reviravolta, com o processo se voltando contra a advogada e ela, como sempre, brilhantemente oferecendo um ótimo final às partes interessadas.
Por fim, foi apenas o fluxo natural o que aconteceu com Stacy e Owen no episódio, com os dois “escondendo” dos amigos que estão noivos.
P.S.: Que graça o Owen ensaiando a dança do casamento no escritório e não ficando nem um pouco embaraçado quando o Paul entra no recinto.
