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Fear The Walking Dead – 1×06 The Good Man (Season Finale)

Por: em 6 de outubro de 2015

Fear The Walking Dead – 1×06 The Good Man (Season Finale)

Por: em

A primeira temporada de Fear The Walking Dead decepcionou. Foi tanta expectativa criada em cima dessa história inicial de algo que já conhecíamos e tudo foi tão mediano. Parece que a série veio, passou e ninguém viu. Ela bateu record em sua estréia e foi só. Acredito que isso se deu pois todo o colapso da civilização – que era o que queríamos ver – se deu fora das cenas. Ao invés disso, fomos obrigados a ver uma versão pocket e contida do apocalipse zumbi.

Como era de se esperar (já estamos escolados com The Walking Dead) o season finale foi muito bom, algo que poderia sim ter se estendido pelos outros 5 episódios. The Good Man foi tudo o que queríamos ver: Ação e zumbis por todos os lados. Essa minha introdução não foi para criticar negativamente o episódio em si, que conseguiu instigar um pouco os espectadores à continuar acompanhando em 2016, mas a temporada como um todo. Passado isso, vamos então analisar toda confusão que acometeu nossos protagonistas.

O episódio já começou com Travis, Madison, Alicia, Chris, Daniel e Ofelia se preparando para abandonar definitivamente a “segurança” do seu bairro, para ir atrás de Griselda e Nick nas instalações médicas indicadas por Andy. A partir desse momento começa toda uma dicotomia nas ações dos personagens – principalmente Travis – que permite a fuga do namorado da filha de Salazar, mas não avisa os próprios vizinhos da retirada das tropas que os deixariam desprotegidos. A máxima aqui é seguir em frente sem olhar para trás.

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Nas instalações médicas vemos que Exner está preparando tudo para a retirada dos doentes, que à princípio estavam sim sendo tratados e levados em consideração pelo exército americano. Tudo isso cai por terra quando Salazar, para distrair os soldados que vigiam as cercas, opta por abrir aqueles portões do estádio e atrair uma horda de zumbis para lá. Mais uma decisão completamente questionável e arriscada dos nossos protagonistas. A partir daí foi tiro, porrada e bomba, algo que sempre nos deliciamos em assistir e estava completamente em falta em Fear.

Na confusão generalizada que se instaura ali, Nick e Strand se utilizam da chave que tinham para fugir de suas jaulas (também deixando os outros presos para trás). O desencontro era previsível – enquanto o jovem Voldemort fugia por um lado, sua família entrava pelo outro. Eu realmente pensei que estava assistindo aos últimos momentos do Tom Riddle quando ele, encurralado, mandou que a mãe fosse embora. Um ato completamente altruísta do jovem que desde o princípio vinha pensando somente nele mesmo por causa das drogas.

Liza então aparece com seu cartão de acesso para salvar o dia. A cena deles enfrentando zumbis (ainda bonitinhos) na cozinha foi claustrofóbica. Os personagens ainda não entendem muito o que os ameaça, mas ainda bem que aprenderam que o segredo é mirar na cabeça. Ofelia e Daniel até que reagiram bem a morte de Griselda, não criando maiores problemas para a fuga deles do local. Ao se depararem com uma Dra. Exner, que sempre passou muita certeza de si desde o primeiro momento que apareceu em tela, completamente perdida, mais uma vez a questão da humanidade vem a tona com a reticência de Liza em deixar a médica para trás. Ela só o fez quando percebeu a total falta de vontade de viver da médica.

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Ao conseguirem sair pelo caminho indicado pela doutora, todos se deparam com um cenário holocáustico (inventei esse adjetivo). Muitos corpos foram queimados e não temos como saber se todos ali estavam infectados ou apenas com a suspeita disso. Ofelia e seu pai parecem ter certeza de que Griselda estaria no meio daquilo, dando um certo fôlego para a vontade deles de escapar – realmente não havia mais nada da matriaca Salazar para se apegar.

Chris e Alicia, que haviam ficado para trás no carro, foram assaltados por soldados também desesperados para sobreviver. Achei fofa, porém burra, a atitude do filho de Liza de tentar proteger a irmã. Mas logo Alicia tomou coragem para tentar tirar o risco dele tomar uma surra bem pior daqueles homens. Travis e Madison se deparam com esse cenário ao encontrar os filhos, dando tempo para que Andy aparecesse para se vingar de Daniel. (de onde ele saiu??)

A cena da tensão do soldado foi bem interessante. Ele estava pronto para atirar do seu algoz, mas em um momento teve um estalo de que perder Ofelia seria um sofrimento bem pior do que a morte para Daniel. A atitude do soldado só serviu para finalmente tirar o “The Good Man” do título do sério. Travis precisava de uma prova de que não só o mundo estava diferente, mas também as pessoas não eram as mesmas naquele novo contexto. O homem que ele tinha deixado escapar havia traído sua confiança e a reação dele não podia ser mais viceral. O simpático professor de inglês quase o matou com as próprias mãos e o faria se Madison não tivesse impedido. Eu vibrei! Finalmente o cara certinho percebeu que não daria mais para ser quem ela agora que o apocalipse começou.

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Eles formaram um mini-comboio que saiu dalí dirigindo “calmamente” direcionado por Strand para uma mansão isolada perto da praia. Nós finalmente vimos como a famosa e solar Los Angeles ficou depois de algumas semanas (???) depois do começo de tudo. O ambiente de desolação é total, algo que pode até ser comparado com a inóspita Atlanta encontrada por Rick nos primeiros episódios de The Walking Dead

Ao chegar na (maravilhosa) casa de Strand, já sabemos que o plano do enigmático homem não é se instalar ali. Algo que sempre questionamos parece que acontecerá na 2ª temporada, com os personagens buscando o mar para se proteger dos zumbis. Isso é algo realmente interessante e nunca mostrado para nós antes. Provavelmente muitas pessoas buscaram essa rota de fuga e porque não pensar que foram criadas comunidades e escalas de poder também “à deriva”. Eu achei realmente legal e gerou uma certa expectativa em mim, é algo que eu realmente quero ver.

Mas duas dinâmicas exibidas no final foram bem interessantes: Nick finalmente parece ter encontrado seu lugar no mundo. Engraçado pensar nisso, mas fez sentido e as palavras dele realmente me pegaram ao serem ditas para sua mãe. Todos sempre souberam para onde estavam indo, enquanto ele era o unico perdido, agora todos estão perdidos e andando lado a lado com o (talvez ex-) viciado. Frank Dillane, para mim, foi a supresa mais grata entre o atores de Fear. O jovem ator tem muito para oferecer no desenvolvimento do seu personagem.

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A outra sequencia que eu gostaria de destacar foi a coragem de Liza em deixar todos para trás ao perceber que havia sido mordida. Sua atitude com o filho já foi o bastante para chamar a atenção de Maddie. Por um momento achei que haveria um cofronto entre atual e ex, mas foi algo muito maior que isso. Madison percebeu que algo estava errado com Liza e foi atrás para ver o que tinha acontecido, ficando com a responsabilidade então de acabar com o sofrimento da pseudo enfermeira.

Mas o bom homem mais uma vez interveio. Travis, em seu desespero, mostrou novamente inocência ao acreditar que antibióticos poderiam salvar a ex-mulher. Liza, por sua vez, mostrou fibra, explicando que a mordida só acelera o inevitável. Todos que morrem voltam, não importa a circunstância. Esse grupo de sobreviventes teve até mais facilidade para constatar isso do que os nossos velhos conhecidos em The Walking Dead. Caso vocês não se lembrem, o Dr. Jenner do Centro do Controle de Doenças contou isso em segredo para Rick no final da primeira temporada e ele só revelou aos colegas bem mais tarde.

Travis ficou completamente desnorteado com o fato de precisar tirar a vida de Liza. A despedida dos dois foi bem emocional, mostrando que de fato houve amor e ainda restava carinho daquela relação. O eco do tiro foi algo realmente colocado para perturbar a tranquilidade daquele porto-seguro efêmero encontrado por eles. Será que isso vai atrair a atenção dos walkers para lá?

Dito isso, eu realmente gostei do finale. A ação foi frenética e animadora. Se eles deixaram os zumbis de lado por toda a 1ª temporada, em The Good Man fomos bem servidos nesse quesito. Além de todos os personagens tomando decisões boas e questionável, colocando-os quase que no mesmo patamar no que tange um compasso moral. Mesmo com um bom material bom para desenvolver, creio que a melhor opção para nós é aguardar a 2ª temporada com uma expectativa bem menor.

E você? O que achou de Fear The Walking Dead? Acredita que ela pode realmente engrenar ou vai continuar servindo de tapa buraco para TWD? Fique a vontade para compartilhar suas impressões conosco!

Observações:

– Nesse domingo foi ao ar/disponibilizado na internet o 1º episódio da nova Web série Flight 462: Fear The Walking Dead. A partir de semana que vem eles serão exibidos nos intervalos de TWD e sua história refletirá na 2ª temporada de Fear:

“What is family now? Be brutal.” O novo conceito de família foi algo muito bem observado por Exner em sua conversa com Liza. Ela foi brutal e escolheu apenas salvar o filho.

– Travis realmente tomou decisões surpreendentes e que devem mudá-lo mudado para sempre.

– Não conseguir definir se Strand é alguém para se confiar. Ele mesmo disse que isso acabaria os matando e se juntou à fampilia Clark-Manawa…

“The only way to survive a mad world is to embrace the madness.” – disso nós sabemos.

-Obrigada por acompanhar as resenhas, semana que vem estaremos por aqui para a análise da premiere de The Walking Dead. Veja o que esperar da 6ª temporada aqui.


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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