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Game of Thrones – 4×01 Two Swords

Por: em 12 de abril de 2014

Game of Thrones – 4×01 Two Swords

Por: em

Oberyn Martell

“Diga aos Lannister que eles não são os únicos que pagam suas dívidas.”

A cena que abre a quarta temporada de Game of Thrones, uma das séries mais populares e aclamadas da atualidade, já dita o tom de que a configuração do jogo mudou. Após a morte de Robb e Catelyn Stark no malfadado Casamento Vermelho, a guerra que percorria os Sete Reinos de Westeros aparentemente (vejam bem – aparentemente) chegou ao fim. E o momento em que Tywin Lannister, o responsável direto pelo massacre, destrói, ao som melancólico de Rains of Castamare, os últimos vestígios Stark, é emblemático para coroar isso. É a própria série nos dizendo: Esqueçam. É uma nova fase do jogo.

Quando o episódio 9 da última temporada foi ao ar, muita gente se questionou os motivos que levaram a morte de Robb, ao momento, o principal herói da história – mais uma vez, aparentemente. Uma das coisas que faz de Game of Thrones encantadora é o fato de que nunca sabemos exatamente quem é herói e quem é mocinho, e quem vai viver e quem vai morrer. Os Stark são – teoricamente – os bons moços e os Lannister – teoricamente – os vilões, mas quem garante que esses papéis continuarão por muito tempo? De qualquer maneira, é exatamente essa aversão aos leões que faz de Oberyn Martell uma das aquisições mais interessantes ao quarto ano da série.  

Em menos de cinco minutos, o personagem já deixou claro que tem uma forte personalidade. Um dos príncipes de Dorne (mais um reino a tantos que a série já apresentou), Oberyn traz consigo um ar dual de certeza e dúvida. Ao mesmo tempo em que se impõe e deixa bem claro a maneira que quer se divertir, ele evoca o mistério sobre quais serão seus próximos passos. Que ele veio vingar sua irmã Elia, esposa de Rhaegar que foi assassinada (a mando de Tywin), junto com seus dois bebês, durante a guerra que deu o trono a Robert, já ficou claro. Como fará isso, é um mistério. Um mistério que promete ser uma das melhores coisas da temporada.

Jaime-Cersei

E no próprio núcleo Lannister, as coisas só vão bem na superfície. Na essência, a maioria deles está tão bagunçada quanto os demais.

Jaime foi um dos personagens que mais evoluiu ao longo da temporada passada. Depois que perdeu a mão, o gêmeo de Cersei passou a enxergar as coisas de outra maneira. Sua relação com Brienne e sua promessa a Catelyn nos fizeram entender mais sobre o personagem que, de um dos mais odiados, passou, aos poucos, a ganhar a simpatia de boa parte do público. Contudo, toda essa evolução entra em xeque a partir do momento em que ele está novamente próximo a Cersei. A rainha é tóxica. Contamina tudo que chega perto e a obsessão de Jaime por ela pode trazer de volta o seu pior. A menos que a presença de Brienne, ainda disposta a cumprir a promessa que fez a Catelyn de manter Sansa e Arya em segurança, na corte mantenha-o com os pés no chão.

Ironicamente, uma das coisas que peca contra o crescimento de Jaime agora é exatamente o que, temporada passada, o impulsionou: A perda da mão. Agora que não está mais apenas na companhia de Brienne e tem que encarar Joffrey e toda a corja que vive em Porto Real – incluindo o próprio pai – lhe tratando com inferioridade por usar uma mão de ouro, é realmente complicado manter-se otimista e firme em qualquer tipo de ideal. Por um caminho ou outro, um fato é certo: Ele continua sendo um dos personagens mais interessantes de se acompanhar.

Já Tyrion, vive o dilema de estar casado com a suposta única remanescente da família que seus pais e irmãos dizimaram – agora com o plus de Cersei saber que Shae é sua amante e de ter consciência dos planos de Oberyn. Seus próximos passos diante destas circunstâncias também são um mistério. Já sua esposa Sansa ainda vive o luto de forma intensa. Parece chato visto de fora, mas parando para se analisar a trajetória da personagem, sua vida não tem sido fácil. O aliado que ela parece ter encontrado no rapaz que salvou outrora foi um ponto interessante do episódio por mostrar que, enquanto todos estão as voltas com o Casamento Real, não, Sansa não está sozinha e ela não foi esquecida.

E mesmo com a máquina política em Porto Real fervendo, Tywin cada vez mais poderoso, Joffrey e os Tyrell se preparando para o casamento real de domingo, o episódio não se esqueceu das frentes narrativas além-mar.

Dany

Daenerys Targaryen, mãe dos dragões, continua querendo brincar de ser a Princesa Isabel dos Sete Reinos e agora planeja marchar para Meeren. O que não gosto dessa decisão (e antes de acusações, eu já li os livros e odeio os mesmos caminhos) é que a coloca cada vez mais longe do seu objetivo outrora primordial, que é reivindicar o trono que um dia foi usurpado de seu pai. Em suas poucas cenas, duas coisas se destacaram. Primeira, e óbvia, é o grande crescimento dos seus dragões, antes criaturas inofensivas e crianças, agora já desenvolvidos e assustadores. Como Sor Jorah colocou, chegará um ponto em que nem a própria Dany poderá controlá-los e aí as coisas podem ficar interessantes de se observar. A segunda, é o desenvolvimento de sua relação com Daario (que teve o ator trocado por um que jamais lembra o antigo), que parece caminhar a passos lentos para um romance – flerte já é, pelas rosas e pelo olhar que Dany lançou ao seu servo.

Jon Snow, outro personagem questionável, acabou sendo uma das partes mais interessantes de se acompanhar na premiere por, finalmente, assumir uma postura de imposição e não abaixar a cabeça ao voltar a Muralha e ser acusado de traição. Com Mance marchando com canibais, a batalha pela Muralha parece cada vez mais próxima e promete ser um dos grandes pontos da temporada. 

Sua irmã, Arya, também não esteve menos forte. Talvez a personagem que mais cresceu (na marra!) desde o começo da série, seu novo relacionamento com Cão de Caça coloca a personagem em um novo nível. De maneiras até irônicas, os dois são bastantes parecidos, mesmo com a gritante diferença de idade. Arya é uma garota, Cão de Caça é um homem feito, mas ambos possuem um desejo de vingança e uma sede de se provar que deixa toda essa nova parceria bastante interessante. De posse de Agulha novamente e riscando o primeiro nome de sua lista, Arya deu um grande passo. O sorriso nos lábios da garota ao realizar sua primeira morte direta poderia assustar a muitos, mas aos que entendem sua história e sabem seus objetivos, o sentimento não é, nem de perto, este.

**

PS. No fim das contas, mesmo sem grandes atritos, foi um excelente retorno.

PS². A partir de agora, os reviews da série passam a sair antes, provavelmente entre a terça e a quarta. Vai ser um prazer comentar novamente a série com vocês!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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