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Game of Thrones – 5×06 Unbowed, Unbent, Unbroken

Por: em 19 de maio de 2015

Game of Thrones – 5×06 Unbowed, Unbent, Unbroken

Por: em

Depois de um episódio mediano, Game of Thrones retomou o bom nível da quinta temporada com Unbowed, unbent, unbroken. Esta semana, todos os núcleos tiveram movimentações surpreendentes com os personagens fazendo aquilo que fazem de melhor. E também com aquilo que a série faz de pior: casamentos.

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“Insubmissos, não curvados, não quebrados” é o lema dos Martell. Um episódio com este título prometia trazer grandes emoções em Dorne, mas ironicamente as sequências em Jardim de Água foram as menos interessantes dessa semana. Nem Jaime e nem Ellaria tinham um bom plano para raptar Myrcella, então o tal “improviso” dos dois grupos terminou no que já era esperado mesmo, um fracassão. Doran até agora prometeu, mas não mostrou nada de muito relevante em suas aparições. É possível que diante dos interesses conflitantes de Jaime e das Serpentes de Areia ele precise se posicionar e tome alguma decisão relevante para a trama. Aguardemos.

Arya continua tentando a todo custo se tornar uma sem rosto. Na verdade, é muito difícil imagina-la realmente se despindo das suas convicções e da sua identidade a esse ponto. Ela acredita que perdeu tudo e o único caminho que permanece aberto é o da Casa do Preto e Branco, mas sua personalidade não é alguém que nasceu para servir. Apesar de ser constantemente desafiada e incomodada pela sua “rival”, as farpas trocadas por elas estão aos poucos lapidando Arya para que ela se aproxime mais do seu objetivo.  Envenenar uma garota moribunda foi um gesto carregado de frieza e compaixão na mesma medida, e mais uma prova da maturidade que a personagem vem alcançando.

Tyrion e Jorah formam a segunda dupla improvável mais bem sucedida da temporada (perdendo apenas pra Jaime e Bronn, claro).  Mas o ex-braço direito de Daenerys precisa melhorar sua rede de contatos urgentemente. Até Arya, que estava sozinha em um navio em direção a Braavos, ficou sabendo da morte de Tywin antes dele… isso sem falar na do seu próprio pai. Vejam só, quem precisa de uma espada quando se tem o cérebro de Tyrion? Já perdi as contas de quantas vezes ele deu um olé na morte usando a cabeça, e dessa vez, além de salvar a própria pele (e outras partes que também começam com “p”) e a do companheiro de viagem, ele ainda conseguiu se manter em seu rumo a Meereen. Well done!

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Se o povo de King’s Landing tivesse Orkut, a sorte do dia seria: “você não nasceu em Highgarden”. Cersei fez tanta questão de deixar claro para Margaery quem é a verdadeira rainha de Westeros que conseguiu mandar a garota para a prisão. Foi uma jogada de mestre considerando apenas a picuinha entre as duas, mas um suicídio político para a coroa, que precisa do dinheiro e da força militar da casa Tyrell. Isso sem mencionar o teto de vidro da própria Cersei, que pode desabar a qualquer momento na sua cabeça, é claro.

Petyr mais uma vez controla as regras do jogo de acordo com a sua vontade. Usando Sansa como uma espécie de cavalo de Tróia, ele se apropriou do ódio de Cersei pela filha de Ned para quebrar sua confiança – e sua aliança – com os Boltons, ao mesmo tempo em que aproveitou a ameaça de guerra de Stannis para manter o exército da coroa longe de Winterfell. Por mais que tenha sido uma jogada em benefício próprio (assim como todas as suas jogadas), tendo a acreditar que devido ao histórico com Catelyn, Little Finger é mais propenso a dar uma rasteira em Cersei que em Sansa no fim de tudo. Isto é, se é que é possível dar uma rasteira maior que entrega-la para casar com Ramsay.

Casamento este que nos leva para as sequências em Winterfell. Eles estavam indo bem, na verdade. Estavam indo muito bem, mostrando a personagem segura de si, não se deixando abater pelas ameaças de Myranda ou pela presença de Theon. Sansa teve momentos incríveis, com um texto que explicitava a transformação e a evolução da personagem, e o quanto ela estava fortalecida por voltar a viver em Winterfell. Aquela era a Sansa insubmissa, não curvada, não quebrada, que poderia se tornar a guardiã do Norte ou até mesmo a rainha predestinada a derrubar Cersei. Mas é claro que ódio pelos Starks e a misoginia da série precisavam falar mais alto. É claro que eles precisavam arruinar tudo de forma gratuita apenas para cumprir a cota de violência contra a mulher do episódio.

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Era um casamento, era uma Stark, era Game of Thrones. Não poderia terminar bem. Ainda assim eu pensei em mil possibilidades, porque não queria acreditar no que estava por vir. Uma faca guardada na manga. Uma frase ameaçadora para mostrar que ela não faria nada que não quisesse. Uma vela na janela para pedir socorro. Uma reação de Theon. Nada. Só o já conhecido sadismo de Ramsay que, além de estuprar a sua nova esposa, tornou a situação ainda mais humilhante ao fazer Theon assistir à cena.

Como já disse em outras reviews, não vejo problema nas mudanças na trama dos livros para que a série ande melhor. Mas certas alterações são, no mínimo, questionáveis. Daenerys, Cersei e agora Sansa foram estupradas na versão televisiva apenas para chocar. Nas outras duas situações, o estupro sequer causou qualquer repercussão posterior, foi só um recurso barato para mostrar mulheres fortes sendo subjugadas. Bran também teve sua história alterada na 4ª temporada, mas, ao contrário da irmã, ele amadureceu, aprimorou suas habilidades de warg e conseguiu encontrar o corvo sem sofrer nenhum tipo de violência sexual pelo caminho. A HBO, que acerta tanto na condução técnica dessa adaptação, precisa ter mais cuidado com a forma como trata as personagens femininas da série. É de uma estupidez gigantesca arruinar a jornada de crescimento de personagens como Sansa e Jaime em troca de cenas tão vazias e misóginas.

Algumas observações:

–  Episódio das águas superpoderosas: uma que mata garotinhas, a outra que tira tinta preta do cabelo sem dekapcolor. Uau!

–  Imaginem o tamanho do meu sorriso ao ver Olenna (que minha mãe chama de Vovó Piedade) de volta. Ai que amor <3

– Tommen é um rei TÃO banana que quase me fez sentir saudade do Joffrey

– Ramsay é um homem TÃO escroto que definitivamente me fez sentir saudade do Joffrey

– Na próxima temporada, Sansa vai casar com um White Walker pra completar a lista de relacionamentos disfuncionais e zerar o bingo dos personagens mais ferrados das séries.

– Fiquei procurando a carinha de alguém conhecido na sala das “máscaras” de Braavos. Alguém reconheceu algum?

–  E o Theon pegável novamente, heim, gente? O que um banho não faz?

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Polêmico? Devastador? Surpreendente? Qual a sua opinião sobre Unbowed, unbent, unbroken? Compartilhe com a gente nos comentários e até a próxima semana!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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