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Game of Thrones – 5×07 The Gift

Por: em 26 de maio de 2015

Game of Thrones – 5×07 The Gift

Por: em

The Gift apresentou a conclusão de grande parte dos arcos introduzidos nos seis episódios anteriores, deixando o caminho aberto para novas dinâmicas em praticamente todos os núcleos. Restam apenas três episódios (sim, já) que, ao que parece, terão muita coisa boa para explorar depois do que vimos esta semana. Ou não.

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É claro que em “Ou não” vocês podem ler “Dorne”. Apesar do fiasco da semana passada, eu ainda não tinha abandonado as minhas esperanças no núcleo por acreditar no potencial das Serpentes de Areia. O fato é que depois de perderem a briga para dois homens (um deles, sem a mão direita, vale lembrar), elas ainda foram colocadas em uma cena surreal, que teve como único objetivo… guess what? Cumprir a cota de mulher-objeto do episódio. Qual é o sentido de envenenar um inimigo, ficar pelada para ele só pra mostrar o veneno fazendo efeito e depois oferecer o antídoto em troca um mísero elogio? O diálogo entre Jaime e Myrcella também não foi muito melhor. O mínimo que ele deveria ter feito era apresentar alguns argumentos para convencer a filha, que não é mais uma criança. Mas como ele se preocuparia? No fim das contas, essa missão nunca foi sobre Myrcella, e sim sobre Cersei.

Imaginem só se ele soubesse em que problemas Cersei tem se metido apenas para infernizar a vida da nora?  Estava mais do que claro que em algum momento a bomba iria explodir para o lado dela, mas a rainha estava tão cega de ódio por ter sua autoridade questionada que não viu nada daquilo se aproximando. Cersei sempre se julgou mais esperta e mais competente que os reis a quem serviu, sempre acreditou que seria uma excelente governante se tivesse a oportunidade, mas assim que tomou as rédeas do reino, fez a jogada mais burra de Westeros desde Ned Stark confiando em Petyr. Ela deu um exército a um grupo de intolerantes que não negociam, não podem ser comprados, não fazem política e sabem que são a maioria – por isso não temem a nobreza. Cersei foi atingida por um tiro que ela mesma disparou, e agora vai precisar lidar com as consequências disso.

Com as rainhas fora de cena e um rei frouxo como Tommen, a grande figura de liderança da série passa a ser Stannis. O crescimento do personagem nessa temporada foi impressionante. Exponencial, sem deixar de ser coerente. Stannis nunca teve medo de partir para a guerra. Ele tem seus momentos de se recolher e planejar os próximos movimentos, mas quando decide avançar, ninguém o segura. O que faltava ao personagem era um pouco de humanidade, mas isso tem sido trabalhado na sua relação com a filha. Por mais que ele siga quase todos os conselhos de Melisandre, duvido muito que sacrifique a princesa para vencer uma batalha. Avançando rumo a Winterfell, no entanto,  vai encontrar um desafio maior do que talvez esteja estimando. O inverno está chegando e lutar na neve dá vantagem ao exército dos Boltons. Não ter Jon Snow ao seu lado o deixa em desvantagem política também. Isso sem falar de Brienne, que viu seu rosto na sombra que matou Renly e pode aproveitar a oportunidade para buscar sua vingança pessoal.

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Obviamente, nenhuma dificuldade que Stannis possa encontrar em Winterfell vai ser maior que os horrores a que Sansa é submetida em seu castelo. Se por um lado confirmamos que a cena de estupro do episódio passado foi apenas gratuita e sem objetivo, por outro, fiquei aliviada de ver que Theon continuou fiel a Ramsay. É óbvio que não é agradável ver Sansa sendo traída, ou aquela senhorinha esfolada, mas seria muito pior se a violência sofrida pela garota Stark fosse usada como escada para uma redenção de Theon. É melhor vê-la sozinha lidando com essa situação do que caindo no tropo de “Women in refrigerators”. Se ele vai encontrar o seu caminho, que seja pelas suas próprias motivações, e não por causa da violação de uma mulher.

Ainda no Norte, The Gift apresentou uma conclusão parcial de toda a trama envolvendo os selvagens que estavam presos em Castle Black desde o final da quarta temporada. Eles aceitarem uma aliança com Jon Snow era uma saída esperada, mas será que lá fora as coisas serão tão fáceis? A morte de Meistre Aemon foi outro ponto alto do núcleo neste episódio. Muitos idosos conselheiros em Game of Thrones foram assassinados de forma covarde e dolorosa, pelo menos este teve um fim sereno. Suas histórias vão deixar saudade! Sem Jon e sem Meistre Aemon, Sam já deve ter percebido que a sua vida não vai ser muito fácil. O Fantasma até que foi bem útil, mas poderia ter chegado alguns minutinhos mais cedo, né?

Bom, o que faltou de timing no Fantasma, sobrou nos Jogos Vorazes de Meereen. Jorah e Tyrion tiveram seus “12 minutos de escravidão”, mas depois de tanto perambular por Essos, acabaram no dia, hora e lugar exatos para encontrar Daenerys. Se no primeiro episódio da temporada eu acreditava que ninguém poderia segurar a dupla Danyrion, hoje tenho lá minhas dúvidas. A rainha de Meereen está cada vez mais perdida e, se seguir os conselhos de seu amante, vai ter o mesmo destino que o pai. Tyrion, por sua vez, é bom de lábia, mas ao se separar de Varys para seguir com Jorah se colocou em uma situação ainda mais difícil.

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Algumas observações:

– Petyr e Olenna: que parceria deliciosa. Sempre que lembro que eles mataram o Jofrrey tenho vontade de dar um abraço nos dois.

– O Tommen é burro assim mesmo ou a coroa está apertada demais e impedindo a circulação adequada de sangue no cérebro dele? Gente: ou ele tem sete anos, ou não tem. Não dá pra colocarem um ator adulto com um comportamento infantil assim. Tá feio.

– Será que Margaery e Cersei são vizinhas de cela? Seria lindo ver as duas se atacando sem poder cair no tapa.

– Então, né? Acho que as piadinhas sobre a mão do Jaime já perderam um pouco a graça. Só acho.

– A reação do Sam perdendo a virgindade foi bem… diferente, né? Apesar de já ter um filho, quase dá pra dizer que foi a primeira vez que Gilly fez sexo também, já que antes de Sam, sua única experiência sexual foram os estupros que sofria do pai.

– Alguém entendeu o que era aquilo que a Sansa pegou?

The Gift foi uma síntese de quase tudo o que aconteceu nessa temporada (com exceção de Arya em Braavos). Tudo o que funcionou, tudo o que não funcionou, tudo o que estava enrolado, se desenrolando. Agora a série tem três episódios para aparar as arestas e finalizar este quinto ano de forma digna. Dá! mas as chances de errarem a mão também são grandes. Quais são as suas apostas para essa reta final? Deixe seu comentário!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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