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Glee – 6×03 Jagged Little Tapestry

Por: em 28 de janeiro de 2015

Glee – 6×03 Jagged Little Tapestry

Por: em

O primeiro tributo da sexta temporada de Glee vai para Alanis Morissette e Carole King. Não mudei minha opinião de que não foi lá uma escolha genial para essa última fase com tão poucos episódios e a infinidade de bons artistas icônicos que mereciam reconhecimento. No entanto, a execução do roteiro foi muito além das expectativas. Delicado e inteligente, Jagged Little Tapestry trouxe de volta aquela sensação de orgulho que lá de vez em quando nos faz esquecer o quão guilty pleasure essa série é.

Glee-6x03-Becky-Quinn-Santana-Brittany-Tina

Todos sabemos que, se é para tratar de assuntos polêmicos, Glee já marca presença sem nem mesmo perguntar o que é. Não foi diferente quando introduziram Becky como a melhor amiga e confidente da Sue. A história das duas é uma das mais emocionantes da série toda e, contrariando todas as apostas negativas, fica cada vez melhor. Apesar de ser bem chata e quebra-barraco em grande parte do tempo, a Becky sabe tão fofa que dá vontade de abraçá-la. E o que dizer daquele namorado dela que mal conheço e já considero pacas? Olha que nem é pelo fato dele ser muito bonito. É o tipo de pessoal legal que faz falta no mundo. Sambou na cara sem sal da Tina, na arrogância da Quinn e até mesmo na preocupação sincera da Sue (naquela sim eu acredito). Fiquei feliz pela Becky e espero que esse relacionamento dê muito certo. E fica aí a lição para nossos julgamentos e falso moralismo.

Outro ponto forte foi a treinadora Beiste assumindo seu desconforto com o próprio corpo. Quando falaram que ela mudaria de sexo, fiquei sinceramente com medo da maneira como isso seria retratado. Mas eles conseguiram suavizar a situação, mostrando muito bem os conflitos emocionais que assombraram a vida toda da personagem. Além disso, deixaram espaço para a Sue novamente ser humana em meio a tanta loucura que está vindo da parte dela. Sempre que me lembro da Beiste nas temporadas anteriores, só me vem à cabeça as histórias sofridas pelas quais ela passou. Torcendo agora para que ela realmente se encontre e volte para a série bem consigo mesma.

Glee-6x03-Beiste

Ainda nesse pique das lembranças, é interessante pensar que a Santana e a Brittany passaram de sombras da Quinn para um dos casais mais aclamados de Glee. E esse relacionamento, que já teve tantos altos e baixos, que já nos fez rir e chorar, não poderia ter outro desfecho. Após uma conversa maravilhosa em que elas juraram amor eterno, veio o pedido da Santana, que foi a coisa mais fofa de todas *insira aqui mil arco-íris*. Foi ainda mais simbólico por ter sido na sala do coral, lugar em que elas foram bem recebidas mesmo quando eram do team hater.

Nisso tudo, só uma coisa me pareceu estranha. A reação da Rachel foi indiferente e compreensiva demais quando se lembra da trágica história da personagem. Ela passou por essa situação em que planejava o próprio casamento e acabou desistindo (uma decisão mútua, na verdade) por ser jovem demais. Não que isso tenha que afetar completamente a vida dela, mas esperava ao menos uma breve demonstração de desconforto da parte dela. É o tipo de coisa que passou despercebida pelo roteiro ou fizeram mesmo a opção de não mencionar o Finn no episódio.

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Ainda no embalo do casamento, a conversa entre Brittany e Kurt foi outro dos pontos altos do episódio. Claro, não fazia sentido ele se justificar para a Santana depois de tudo que ela despejou em cima dele. Fazendo-o com a Brittany, tivemos a união de dois problemas: o estado com que o coração partido deixa as pessoas e a inevitável superação. Às vezes fico me perguntando como aquela Brittany que não sabia o alfabeto se tornou essa gênia da matemática. Fora isso, foi um discursos mais bonitos dela. Que metáfora linda e poderosa, adotando para vida já.

Agora sim, vamos comentar A cena. Não poderia deixar de dar destaque para aquela explosão de sinceridade da Santana – que ainda não sei se amei pelas hilárias verdades sobre Kurt ou pela crueldade de jogar tanta coisa na cara dele (sendo que o Blaine merecia muito mais xingamentos). Foi inevitável não chorar de rir quando ela mencionou o sorriso exótico de Chris Colfer e suas habilidades duvidosas para a dança. No fim das contas, aparentemente ficou tudo bem, já que eles até trocaram sorrisos simpáticos na performance final.

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Performances:

“It’s too late” – Blaine e Kurt

Foi uma baladinha bem ok. Klaine já teve duetos melhores e Glee com certeza já fez melhor na abertura. Se uma pessoa começar a ver sem muito ânimo, na certa não vai ter muito incentivo para continuar depois disso. Ou talvez seja apenas minha implicância com o Blaine tomando conta de mim – saudade do que ele antes, quando ele não era tão inconstante e bobo assim.

“Hand in My Pocket/I Feel The Earth Move” – Brittany e Santana

Dueto apaixonante, leve e divertido. Elas combinam até na harmonia das vozes, é uma coisa linda de se ver. Parece tudo muito fácil quando a Britt e a Santana se reunem para cantar. É uma bela entrega tanto uma para a outra quanto para a música. Mais uma vez, a situação da primeira temporada se inverteu e, agora, a Quinn é a sombra das duas. É ou não é sensacional?

 “Will You Still Love Me Tomorrow / Head Over Feet” – Jane e Mason

Achei bem fofo, mas concordo com o Kurt (não pelos mesmos motivos, claro) que eles poderiam ter se esforçado mais. Como já disse antes, a Jane tem uma voz lindíssima, é de arrepiar. O Mason é uma coisa fofa, mas precisa melhorar as habilidades de dublagem, foi meio fail em alguns momentos. Agora mudando um pouco o foco, foi coisa da minha cabeça ou rolou um climinha ali? Quem sabe não teremos mais um casal lá pelo fim da temporada…

“So Far Away” – Quinn e Tina

Tão sem sal quanto as personagens. De quem foi a ideia de colocar aquelas duas para um dueto? Becky tem razão em desistir, não estava ajudando em nada. Ainda bem que a música foi abruptamente cortada. Por essa, cinco estrelinhas para a diva do episódio, Becky <3

“You Learn”/”You’ve Got A Friend” – New Directions

Minha maior decepção. Não que tenha sido ruim, muito pelo contrário. Os vocais estavam bons e foi uma performance bem legal. Principalmente quando colocaram os novatos frente aos velhos de guerra, esses mostrando-se solícitos para colocá-los no caminho certo para as competições. Só acho que “You’ve got a friend” é uma música maravilhosa demais para ser rebaixada a um mash-up.

Notas:

– Não sei vocês, mas eu não estou suportando o Karofsky. Como ele pode mudar tanto e continuar tão chato desse jeito? Pior personagem do momento – mesmo considerando a volta da Tina.

– Até quando vão insistir na briga entre Rachel e Kurt pelo comando do Glee? Já foi o episódio anterior e agora a mesma coisa. Por favor, mudem a fórmula!

– Que coisa mais chata aquele Spencer fazendo fofoquinha. Se ele continuar assim, vou retirar tudo o que disse sobre ter gostado dele. Vai jogar no mar de esquecimento aquele discurso sensacional que ele fez para o Kurt.

“It’s like you’re Batman. Only gay. I guess it’s like you’re Batman.” – SYLVESTER, Sue.

Pessoal, mil desculpas pela demora com a review. Sei que ainda estou devendo também a do episódio da semana passada – tenham calma, não esqueci. Por ser um “especial” com duas partes, optei por unir o texto ao episódio dessa semana. Espero que não tenham abandonado, viu? Até a próxima!


Giovanna Hespanhol

Jornalista apaixonada pela cultura pop e por tecnologias. Forte tendência a gostar de séries ruins e comédias água com açúcar.

Bauru/SP

Série Favorita: Doctor Who

Não assiste de jeito nenhum: Game Of Thrones

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