Algumas xícaras (quebradas) de tensão, uma pitada de suspense e uma bela dose de nostalgia seriam a receita perfeita de And the Woman Clothed with the Sun. Esta semana, Hannibal transitou entre o presente – personificado pelo dragão de Dolarhyde, e o passado, com o re-retorno de Abigail Hobbs.
Rever a personagem foi um pouco frustrante em um primeiro momento. Ela já morreu, já voltou, já morreu novamente, já fizeram uma pegadinha para que o público pensasse que ela estava viva, já a colocaram como um alter-ego do Will, o que mais inventariam dessa vez? Mas para a nossa sorte, ela surgiu para encaixar as peças que faltavam da sua história. Seu tempo com Hannibal, a forma como forjou sua morte para incriminar Will e até mesmo a sua participação na noite do massacre de Mizumono.
E o que pode ser mais nostálgico que a parceria de Hannibal e Will para desvendar uma série de crimes? Foi como voltar à primeira temporada, ver os dois analisando aquele perfil juntos, redesenhando o quadro antes pintado pelo Fada do Dente, mas dessa vez com muito mais detalhes que quando Will esteve no local dos assassinatos. É claro que a volta dessa parceria não passaria em branco pela jornalista mais obcecada por aquela dupla que existe! Freddie Lounds volta à ativa e consegue a capa de sua revista sensacionalista em um piscar de olhos.
E é justamente através do trabalho de abutre da repórter que o esperado “encontro” entre Hannibal e o novo queridinho da mídia acontece. O canibal já estava fascinado – à sua forma – pelo Dragão Vermelho, e receber aquele telefonema, aquele ato de ousadia, aquele convite para dançar… isso foi uma deliciosa massagem no seu ego, que àquela altura já estava com alguns arranhões, ainda que leves, deixados pelas ameaças de Alana.
Falemos então sobre Francis Dolarhyde. Essa figura excêntrica e instigante que tomou pra si todos os holofotes, transformou a lógica da série – vide o padrão quebrado dos nomes dos episódios – e aos poucos vai revelando uma personalidade cada vez mais perturbadora. Ao mesmo tempo em que tem seu narcisismo aflorado, produzindo um clipping particular dos seus crimes, ele é discreto e renuncia à sua identidade, aos sinais do seu corpo e até mesmo à sua humanidade. A cada lua, menos homem e mais fera.
Sendo assim, como não temer pela segurança da simpática moça do estúdio fotográfico? Bem, ele segue um padrão em suas vítimas no qual ela não se encaixa, mas qual é o interesse, então? Que motivo levou Francis a oferecer uma carona, sentar para conversar, querer conhecer mais aquela mulher? A solidão tem sido tão insuportável assim que gerou nele a necessidade de se conectar a alguém? Ou ela é de fato uma vítima em potencial? Bem, acho que a palavra vítima não se encaixa com aquela mulher incrível em circunstância alguma, mas aguardemos os próximos acontecimentos.
Algumas observações:
– Hannibal reconhecendo Will pelo cheirinho <3
– O casal Alô está firme e forte, criando o baby Verger.
– Alana, aliás, pegou emprestado o figurino do beetlejuice emprestado essa semana.
– Acho que já falei, mas que delícia essas cenas em cenários diferentes do real, né?
– Tá bom já de Abigail, né? Acho que se trouxerem essa garota de novo eu vou pular as cenas sem dó.
Depois de uma sequência de episódios impecáveis, And the Woman Clothed with the Sun deixou o ritmo cair um pouco em suas indas e vindas no tempo e sem acrescentar nada de tão importante ao que já tínhamos visto. Hannibal não tem mais tempo para esse tipo de respiro. A poucos episódios do final, precisamos olhar menos para o passado e mais para o presente, então chega de nostalgia! Gostou de rever Abigail? O que acha que Dolahyde fará com a sua nova amiga? Deixe seu comentário!
