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iZombie

Por: em 19 de junho de 2015

iZombie

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Foi completamente desacreditada por muitos que iZombie chegou a programação da novata americana CW na última mid-season. Mais uma trama sobre zumbis, mais uma mitologia a ser criada e sem nenhum nome de peso no elenco. Tudo que conseguíamos pensar era que seria outra das bombas do canal. O que quase ninguém notou foi no nome por trás da produção: Rob Thomas. E foi isso que fez completa diferença.

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Apesar de elementos batidos e um ritmo mais lento nos seus primeiros episódios, a série consegue convencer já nos seus primeiros 40 minutos. A trama conta a história de Olivia (Liv) Moore (Rose McIver), uma estudante de medicina no auge da sua carreira que após ir a uma festa que se transforma em um pandemônio, acorda completamente diferente. Seus olhos ficam completamente avermelhados, seu cabelo perde a coloração atingindo um loiro boneca velha e, a pior das novas características, uma fome insaciável de cérebros. Sim, ainda estamos no lugar comum de histórias de zumbi, mas aí vem a cereja do bolo: cada vez que come um cérebro, Liv ganha características e memórias daquele de onde o cérebro vem.

Adaptando-se a esta nova vida, a protagonista muda completamente os rumos de sua carreira e, convenientemente, passa a trabalhar em um necrotério, auxiliando o médico legista Ravi (Rahul Kohli) na descoberta do que aconteceu com cada uma das ‘vítimas’ que ali chegam. A parceria entre Liv e Ravi torna-se, de longe, uma das melhores coisas da série, não só pelos momentos engraçados que os dois acabam protagonizando, mas também pela verdadeira cumplicidade que se cria nessa relação, motivando o médico a procurar uma cura para a condição da sua mais nova amiga – fazendo progressos expressivos que levam a grandes momentos do final da temporada.

Soma-se a ação principal o detetive Clive (Malcolm Goodwin), que começa como um personagem bastante sem graça, mas se desenvolve e, junto com a dupla principal, vai ganhando seu espaço de tela – porém ainda muito ingênuo perante tudo que acontece. Clive não sabe da condição de Liv, acreditando que ela é uma espécie de paranormal que tem visões sobre o que aconteceu com as vítimas. Com uma temporada procedural quase que em sua totalidade, é através do eixo policial que os casos surgem e fazem com que Liv desenvolva sua condição para o bem. E apesar dessa característica bastante marcante, o show atinge seu ápice quando decide progredir em sua trama principal deixando de lado o caso da semana.

Apesar da série apontar para Blaine (David Anders) como seu grande vilão quase que a todo momento, a trama ganha novos contornos quando Liv descobre o envolvimento da empresa Max Rogers na transformação das pessoas em zumbi na malfadada festa que a protagonista participa no primeiro episódio. Depois do meio da temporada, vamos descobrindo todo um rastro de culpa da empresa, que passa a uma caçada para apagar tudo que ficou para trás e que possa incriminá-los e, ao que tudo indica, depois dos eventos do final da temporada, esta pode ser a grande trama envolvendo os eventos da segunda temporada.

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Enquanto a trama de Max Rogers ganhou espaço aos poucos, nunca houve a dúvida sobre o caráter de Blaine. Podre do início ao fim, sua trama foi um dos pontos altos nesse primeiro ano, principalmente quando seu embate com Major (Robert Buckley), ex-noivo de Liv, toma frente dos últimos episódios. Quando você assiste ao primeiro episódio, provavelmente achará que Major cumprirá a cota de ship impossível na série, mas seu desenvolvimento é um dos mais interessantes da primeira temporada, ao passo que o cara vai descobrindo a existência dos zumbis depois que alguns dos jovens com quem trabalhava, somem. Completamente envolvido, Major duvida até de sua sanidade em alguns momentos por não encontrar apoio em ninguém que está ao seu redor – quando todos sabiam da verdade.

A trama traz referências a cultura pop e um texto bastante irônico, característica marcante das mãos de Rob Thomas (Veronica Mars). Além disso, a série traz algo que poucas das atuais tem: uma abertura bem bacana que provavelmente te fará cantar junto, fora as transições cartunizadas entre os quadros (um charme a mais). Com apenas 13 episódios no seu primeiro ano e já renovada para a segunda temporada, iZombie pode ser uma ótima opção para essa época de vacas magras chamada summer season e, com certeza, vale cada minuto do seu tempo de apaixonado por série.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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