O apocalipse zumbi vai chegar em Los Angeles.
Previsto para estrear depois do meio do ano, a série spinoff do fenômeno The Walking Dead vai explorar os dias iniciais do surto global que levou à maioria da população mundial a transformar-se em mortos vivos, tendo como cenário a ensolarada Costa Oeste dos Estados Unidos. Rick Grimes e companhia estarão bem longe, sendo as famílias Cabrera e Tompkins responsáveis por fornecer o drama diante dessa crescente ameaça.
Robert Kirman, o homem dos quadrinhos e co-criador Fear the Walking Dead, falou recentemente com a imprensa sobre expandir o seu universo, como ele pretende manter a narrativa de um pós-apocalipse interessante diante das duas séries existentes sobre o tema e comentou sobre lançar uma série derivada de uma das séries mais populares da televisão atualmente.
Algum desses personagens da nova série, interpretados por Kim Dickens e Cliff Curtis , você tinha em mente antes, quando você estava escrevendo os quadrinhos ou trabalhando na série original ? Ou será que eles nasceram depois que a ideia para essa série surgiu?
Eles surgiram com a ideia de fazer outra série. Quando a AMC me perguntou sobre a possibilidade, se eu estaria interessado em fazer um novo show “companheiro” de The Walking Dead, minha mente logo entrou em um modo de “Eu criei TWD quando eu tinha 23”. Eu estava com 34 ou 35 quando comecei a desenvolver isso. Eu estaria em uma competição comigo mesmo. Eu queria ver se eu seria capaz de criar algo mais legal e único. O que um velho, cansado e triste Kirkman sabe sobre o apocalipse se comparando com a minha versão mais nova e energética, de quando criei os primeiros quadrinhos? Aconteceu que o velho, triste e velho Robert Kirkman precisou da ajuda de Dave Erickson. Então, com ele, veio a ideia da criação de todos esses personagem nesse novo contexto. A versão de The Walking Dead em Los Angeles. Não são sobras ou um lado B da história original. Essas são pessoas que não se encaixam em The Walking Dead, nos quadrinhos ou em qualquer outro lugar. Esses são novos personagens e elenco reunidos especificamente para essa série.
Quando você começou a trabalhar nas ideias da série e as colocar em ação, como você esperava visualizá-las? O visual vai ser parecido com o que já conhecemos ou conheceremos algo diferente?
Uma das coisas mais importantes para nós, desde o primeiro dia, era que o show de segurasse sozinho, com história e personagens inteligentes. Nós queríamos que ele tivesse um lugar próprio dentro do universo. Tudo isso se estendeu para como seria o visual da série.
Eu tenho que dizer, uma grande porção veio do Adam Davidson, nosso diretor do episódio Piloto. Ele também vai dirigir uma quantidade considerável de episódios na série. Ele foi capaz de prover uma visão única de Los Angeles como cidade, mas também trouxe um sabor diferente para ela. É muito mais como… eu não sou diretor, então não consigo verbalizar tão bem quanto ele poderia. Mas sei suficiente para dizer que quando você assistir Fear The Walking Dead o visual será bem diferente de TWD. Ele não está filmando com uma câmera de 16 mm, e sim digitalmente. Então essa sentiremos essa série de uma maneira diferente, o que é muito excitante e mal posso esperar para que as pessoas vejam.
Como a narrativa vai se diferenciar? O que pode surpreender os fãs da série original e como vocês inovar?
Acredito que a coisa mais surpreendente sobre essa série para os fãs serão as coisas que ainda não foram retratadas. Eu acho que o coma de Rick foi uma dinâmica interessante para iniciar a série original. Mas acredito que assistir como as pessoas foram se desconstruindo, tendo que se adaptar rapidamente, com muito mais perigos e incertezas, é o que vai fazer tudo ser muito diferente. Essa série vai fornecer uma experiência única para as pessoas, mesmo que elas tenham assistido todas as temporadas de The Walking Dead.
Em termos de ação, isso vai se passar em L.A. Nós vamos poder ver de uma perspectiva diferente, fora de Atlanta. Devemos esperar mais ação e locais maiores dos vistos em The Walking Dead?
As vezes, sim. Eu acho. Pois estamos em uma metrópole e por ser um lugar realmente icônico, teremos algumas coisas bem legais nesse sentido. No que tange a escala e ao escopo, os dois shows estarão equiparados no sentido de situações épicas. Eu sei que o que planejamos para a 6ª temporada de The Walking Dead é bem épico. Honestamente, eu não considerei nenhum tipo de competição entre as duas séries, no quesito grandeza ou essas coisas. Eu não acho que tenha faltado grandeza em The Walking Dead. Mas ter o show gravado em Los Angeles, acredito que deixará as coisas mais caóticas, especialmente na primeira temporada e depois na segunda. Nós estamos vendo uma civilização desabar. Muitas estarão acontecendo ao mesmo tempo e a história deve ser ágil. Eu espero que seja um pouco mais agitada que a primeira temporada de TWD.
Como escritor, o quanto você se envolve na escalação, direção e como essas coisas funcionam quando as filmagens se iniciam?
Eu sou um dos produtores da série, então eu tenho voz. Eu trabalho com a Gale Ann Hurd, David Alpert, David Erickson e o Gref Nicotero. Nós somos um time bem amarrado. Isso ajuda a resolver as questões de diretores, produtores e atores. Uma das coisas legais é que nós temos a mesma função em TWD. Nós podemos usar nossa experiência para fazer a série e para trazer os melhores profissionais para trabalhar conosco.
O quanto vocês vão revelar sobre a origem do surto?
Quase nada. Eu mantenho a posição de que isso não é importante dentro da história. Acho que assistir Fear The Walking Dead vai trazer uma perspectiva maior do mundo e veremos aspectos de uma civilização desmoronando. Isso vai te dar uma noção melhor do que está acontecendo. No que tange descobrir o gatilho ou a causa de tudo, realmente não é importante para história como um todo. Você verá quando começar a ver a série. Se nós estivéssemos fazendo um spinoff de TWD sobre um bando de cientistas trabalhando para encontrar a origem e a cura, isso iria me fazer chorar de tédio. Eu realmente não sei para onde a série vai caminhar.
Até então os personagens anunciados são os Cabreras e os Tompkins. O que torna interessante trabalhar a dinâmica entre famílias em oposição à um grupo de pessoas que não se conhecem?
Nós temos vários indivíduos e pessoas estranhas em TWD. Uma das coisas que estamos tentando mostrar no contexto de Fear The Walking Dead, mas do que uma unidade familiar, é o contexto de uma família única e que se estende. Nós temos Madison e Travis com suas famílias. Eles estão construindo um relacionamento, se preparando para casar. A civilização começa a desmoronar em cima deles. Eles tem filhos de casamentos diferentes. É bem interessante ver essa dinâmica familiar lidando com qualquer coisa. Mas, tendo todos esses elementos enfrentando a queda do que eles conhecem como mundo e um apocalipse zumbi, torna ainda mais. Há uma quantidade enorme de dinâmicas familiares que veremos aprofundadas em Fear The Walking Dead e à serem exploradas em TWD. Essa é uma das muitas coisas que fazem essas duas séries serem diferentes e capazes de existir simultaneamente sem qualquer sobreposição.
Você pode falar sobre esses atores escolhidos para a série e o que os faz ser a escolha perfeita para os papeis que vocês criaram?
Kim Dickens foi ótima em A Garota Exemplar e Sons of Anarchy. Ela é uma atriz que nós estamos querendo trabalhar faz tempo. Existe uma força na Madison que é algo inerente de toda personagem que ela já interpretou. Ela exala confiança e força de caráter, e isso personifica a Madison.
Curtis como Travis – esse é uma cara que você já deve ter visto em bilhões de coisas diferentes. Ele é um ator fantástico. Para mim, ele é como um homem comum. Ele ter força para ser esse heróis de ação se ele quiser, mas tem uma suavidade, uma bondade, que eu acho que eu vi na maneira como Travis e Madison trabalhariam juntos. Eles são dois personagens bem apaixonados. Muito frequentemente a Tv lida com o término de relacionamentos, infidelidade, pessoas não se acertando e depois se separando.
Essa é uma série sobre duas pessoas que são um time em primeiro lugar. Eles apoiam um ao outro, se respeitam e se amam. Ver esses dois sobreviver nesse mundo juntos e como eles estão ali um pelo outro, as vezes pode afastá-los, mas muitas vezes irá fazê-los ficar mais juntos. E como eles continuarão a sobreviver juntos é o que será o cerne da série.
Com o cenário da televisão sendo como é, e com vários canais procurando séries antológicas ou de duração limitada, há alguma chance de explorarmos outras áreas do universo de The Walking Dead? Ou, caso a possibilidade abrangesse outro lugar no mundo, você faria algo maior como Fear The Walking Dead?
Há sempre a possibilidade. Eu não descartaria, mesmo não tendo planos de fazer isso agora. Todos estão trabalhando muito duro e tentando fazer o seu melhor em Fear The Walking Dead. Eu estou muito feliz em dizer que acredito que o todos estão fazendo um trabalho fantástico. Estou muito animado para a estreia da série em agosto e para que as pessoas assistam primeiro ao que fizemos. Nós não estamos com nenhuma pressa em continuar a expandir o mundo de TWD. Não daremos esse passo até passar da 6ª temporada. Não vamos focar em coisas diferentes agora. Vamos ver como Fear The Walking Dead vai se sair, e então fazemos uns 9 spinoff – o que seria ótimo!
De falta de série de zumbi ninguém pode reclamar. Todos esses insights deixam os fãs cada vez mais ansiosos para conferir Fear The Walking Dead, que tem estréia prevista para agosto. The Walking Dead retorna para sua 6ª temporada em outubro de 2015.
Apenas um pequeno teaser da série derivada foi liberado. Se você ainda não viu, confira:
