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Lost, amo muito tudo isso!

Por: em 8 de setembro de 2009

Lost, amo muito tudo isso!

Por: em

Este post é uma “resposta” a muitos que temos visto sobre não gostar de Lost. Nada mais justo que possamos defender essa série fantástica e eletrizante. Gosto é gosto, claro, mas o “não se discute” pode ser parte do ditado, mas não é o que acontece. Dentre os vários fatores que contribuem para que ela seja uma das maiores séries de todos os tempo, existem fatos e existem sentimentalismos. Claro que parece meio suspeito um viciado fã de Lost julgar a série, mas nem tudo são flores.

A História
Um avião cai em uma ilha aparentemente deserta e muitos passageiros sobrevivem. Eles precisam trabalhar juntos para que consigam sobreviver, esperando o resgate, mas enquanto o mesmo não chega, eles começam a descobrir que a ilha em que estão não é tão deserta e pacífica como parece. Com uma premissa básica dessa, Lost pode parecer clichê e sem sal, mas comecemos do princípio:

A ABC precisava de alguma série que pudesse levá-la novamente as alturas e foi com Lost que ela conseguiu. Foi um projeto arriscado e em cima da hora, sendo seu episódio piloto de duas horas de duração, o mais caro da história da televisão, custando de 10 a 14 milhões de dólares. Cenário? Cidade de Oahu, Hawaii, onde as mais belas praias do mundo estão localizadas. Cenário este, que nenhum ator da série reclamou ao visitar, (só os atores recorrentes que precisavam ficar voando dos EUA até o Hawaii e vice-e-versa, um trabalho que tirou alguns atores da trama, como Mira Furlan, a Rousseau, que estava cansada das viagens).

Assistindo o piloto você percebe diferentes pessoas, com nacionalidade, raça, crença e personalidades diferentes, envoltas em grandes mistérios: como o avião caiu? Qual o motivo de tantas pessoas (47 mais um cachorro) sobreviverem ao acidente? Por que há um urso polar em uma ilha tropical? Quem é a francesa que está repetindo a mesma mensagem há 16 anos? E o que ou quem consegue fazer barulhos assustadores, derrubar árvores e destroçar o piloto do avião daquele jeito?

Muitos reclamam de abandonar Lost pela falta de resolução de mistério, mas 4 das 5 perguntas acima já tem resposta. Lost adiciona muitos mistérios ao invés de resolver todos? Sim, mas os principais, os que realmente interessam, serão solucionados ao final da série. Promessa de Damon Lindelof e Carlton Cuse, dois grandes escritores e diretores que supervisionam Lost.

A série é sobre destino versus livre arbítrio, o bem versus o mal (através do branco e preto); É sobre redenção e a possibilidade de renascer, começar de novo, fazendo tudo certo dessa vez. Lost é sobre o resgate aos erros passados e suas resoluções. É sobre conhecer pessoas diferentes, aceitar e respeitas seus pontos de vista e aprender viver em grupo atrás do bem maior. É sobre como cada ato de seu passado pode ter uma consequencia no futuro. É a procura de ser alguém melhor em cada etapa de sua vida, escolhendo seu caminho, mas tendo a certeza que o destino final, pode já estar definido de acordo com as pedras encontradas e enfrentadas no percurso.

E agora me responda, quem de vocês não espera e busca viver uma vida cheia de alegria, tentando sempre fazer o melhor e aprender com os erros. Clichê? Pode ser, desde que você aceite que sua vida seja um.

Personagens e Elenco


Uma criança adotada, descobre seu pai que o engana e tenta matá-lo. Ele fica paraplégico, o amor de sua vida o abandona, ninguém o leva a sério, ele cai em uma ilha; Médico bem sucedido, cujo pai nunca foi uma grande influência positiva. Tudo o que faz é tentar consertar as coisas ao invés de olhar os próprios ferimentos e além de tudo, é responsável pela morte do pai, ele cai em uma ilha; Foragida da polícia e responsável pela morte do pai, sendo que sua mãe colocou as autoridades atrás dela, também cai em uma ilha.

Se fosse para citar a vida de todos, veríamos que nem só Locke, Jack e Kate puderam ter a chance de começar de novo. Cada um deles: o iraquiano, os coreanos, o gordinho milionário, o drogado, a grávida, o golpista, tentam buscar vidas melhores. Vidas que podem não estar tão perto de nós, mas que com toda a certeza, existem. Histórias tão bem escritas e projetadas, só poderiam caber a atores com um bom calibre de interpretação, e é aí que Lost arrasa. Terry O’Quinn é ótimo como John Locke e duvido que não tenha se emocionado com cenas como a tentativa de suicídio do careca. Yunjin Kim é a atriz mais conhecida na Coréia e atire a primeira pedra quem não sofreu com Sun quando a mesma pensava que Jin estava morto. Quem não ri com Jorge Garcia e as piadas de Hurley? E com a interpretação de um atrapalhado físico de Jeremy Davies? Podemos citar ainda Josh Holloway, Henry Ian Cusick, Nestor Carbonell e Dominic Monaghan.

Mas os dois maiores trunfos de interpretação em Lost,e até hoje não conheci alguém que negasse isso, são Michael Emerson e Elizabeth Mitchell. Emerson é o vilão/bonzinho, manipulador/manipulado, esquisito e de olhos esbugalhados Ben Linus, enquanto Mitchell é a “estou por minha conta” Juliet Burke. Dois atores sensacionais, e caso você precise de confirmação, assista Mitchell nos episódios 3×07, 3×16 e 5×17 e Emerson em 3×20, 4×09 e 5×17. A cenas falam por si só.

Nem tudo são flores


Como fã, dedicado e obsessivo, odeio críticas a Lost, mas também não concordo com algumas coisas na história. Flashbacks e Flashforwards são artifícios extremamente bem usados e é a marca da série, algo que não pode faltar, mas ajudou muita gente a fugir de Lost. Já ouvi: “eu não entendo a história”, e compreendo. Ela pode ser difícil e paciência e dedicação são itens básicos nessa jornada. Com as viagens no tempo na quinta temporada, muita mente deve ter pirado sem entender absolutamente nada.

A introdução de muitos personagens importante também é fator que compromete a história, afinal, eu ainda quero saber a história da Libby, mas não há tempo nem chance dessa história ser colocada novamente. Sinto falta do Walt e acho que o garoto teria muita coisa a ajudar na trama, mas a importância em Jacob-Não Jacob-Ben-Jack está em primeiro plano para o final. O que dizer de Caesar e Ilana depois da queda do voo 316 da Ajira Airways? Indispensável na minha opinião. E ainda sobre a história de Santoro em Lost, eu entendo que foi completamente equivocada naquele momento, pois ninguém queria personagens novos, e sim a resolução da história dos já conhecidos.

A série tem um universo expandido enorme, com podcasts, entrevistas, comic cons, jogos de realidade alternativa e jogos de quebra cabeças que contem spoilers e resoluções das tramas. Eu reclamei da história da Libby, mas eu descobri as partes faltantes de sua vida em entrevistas com os produtores. Para entender 100% a história, é preciso acompanhar todos os artifícios usados, que podem acrescentar e ajudar os mais perdidos.

O fato é que Lost mudou a história de ver a TV, com a busca de informações por outros meios de comunicação. É a série que mais transformou pessoas simples em viciados extremos de seriados (eu sou um deles). Gostando ou não, Lost já entrou na lista de séries como Beverly Hills, 90210, The Wonder Years e Friends e é muito difícil encontrar alguém que, pelo menos, nunca tenha ouvido falar da série. Um fenômeno sem igual,de proporções gigantescas (é só entrar em orkut, youtube e outros para ver milhões de vídeos, comunidades e até pedidos para ser matéria na escola, e nos EUA pessoas andam vestidas iguais aos personagens). Então, para os que não gostam e criticam, whatever, isso nunca vai tirar os créditos de Lost.

Para quem nunca viveu emoções como felicidade, tristeza, ansiedade, medo e muito mais com a série, só posso dizer: bad for you. Se Lost pode mudar vidas, como já mudou, e com certeza pode reparar vários erros do passado, (por experiência própria e de pessoas próximas), ela pode mudar a sua. Jogue a preguiça e o preconceito do lado e dude, seja feliz!

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Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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