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Madam Secretary – 1×11 Game On

Por: em 14 de dezembro de 2014

Madam Secretary – 1×11 Game On

Por: em

Game On é um título de episódio que já traz boas referências. Daqueles que a gente assiste com empolgação, esperando uma reviravolta, algo muito importante para a trama. A tal virada de mesa até veio, mas com uma execução tão ruim que em vez de fidelizar o espectador para o retorno no ano que vem, fez muita gente desistir de vez da série.

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Todos os erros que Madam Secretary costuma cometer estiveram presentes neste episódio, que conseguiu, em questão de segundos, destruir o melhor plot da série: a conspiração na morte do ex-secretário. Todas as pistas que nos deram ao longo de onze episódios foram levadas para um ponto que em uma só cena se mostrou estar errado. O fato de o presidente estar envolvido em um assassinato era a única coisa que equilibrava o patriotismo exagerado e até caricato no roteiro. Jogar essa culpa para longe da Casa Branca é apenas reforçar essa alienação de que os Estados Unidos são sempre inocentes.

Elizabeth McCord não é uma personagem ruim, pelo contrário! Ela é sensata, determinada, tem uma inteligência emocional fora do comum e ainda consegue ser carismática pra caramba (além de boa mãe, boa esposa, boa profissional e linda de morrer). Só que essa perfeição toda sendo colocada na protagonista enquanto todo mundo que orbita ao seu redor parece uma caricatura mal acabada faz com que Bess se torne realmente a uma Mary Sue de Barbara Hall, a criadora da série.

Enquanto a equipe da Madam trabalha com seriedade e honestidade o tempo todo, os representantes de outros países são sempre mostrados de forma rasa e estereotipada. A vítima da vez foi a Venezuela, com um presidente ditador casado com uma ex-Miss Universo que só deixa suas convicções políticas de lado por causa de um ídolo esportivo. Tá pouco de caricatura, né? Manda mais!  Praticamente todo “caso da semana” repete a velha fórmula que todo mundo já conhece desde os filmes de faroeste, com índios malvados e pouco inteligentes sendo derrotados pelos bravos cowboys.

venezuela

A descoberta de que os iranianos podem estar por trás do assassinato de Vincent é ruim olhando de perto ou de longe. De perto porque a execução foi ruim, com tudo sendo resolvido simplesmente pela forma como Russel falou com Bess. De um segundo para o outro, o personagem perdeu o ar sisudo de sempre e ficou até com cara de bonzinho. De longe porque agora o atentado ao ex-secretário virou apenas mais uma trama do bem contra o mal, onde o governo americano é sempre o lado justo e atacado pelo resto do mundo – aqueles recalcados.

Outra que foi detonada nos últimos episódios foi Stevie. A personagem foi interessante por algum tempo apresentando contrapontos honestos à política americana.  Ela tinha uma visão crítica bem sensata e agora voltou ao estágio inicial de filha rebelde sem causa que sempre contraria a mãe só por esporte mesmo.  Mas que esforço enorme para tirar a credibilidade de todo mundo que não engole 100% da postura da Casa Branca, heim?

No mais, tivemos o de sempre: Matt e Daisy discutindo sobre oficializar ou não o relacionamento, Nadine sendo o braço direito de Bess, um plot twist tentando ser impactante sobre a sexualidade do jogador venezuelano e o dia sendo salvo pelo bom senso da Secretária de Estado mais querida da TV. Analisando o episódio individualmente, ele não é muito pior que os outros, mas considerando toda a narrativa até agora e o fato de ser o último episódio antes de um longo hiato, ele falhou muito.

bess

Algumas observações:

– Que banco é aquele que deixa todo mundo ter acesso a contas altamente secretas usando chapéu, sobretudo, óculos escuros e até lenço na cara?

– Esqueceram mesmo da missão do Henry, né? Será que algum dia saberemos mais sobre o assunto?

– Já faz algum tempo, mas acho que quando eu era adolescente não era tão besta pra cair na lábia de alguém que tem “CILADA” tatuado na testa que nem aquele rapaz.

– Ver Russel e Bess de bff’s no fim de episódio foi demais pra mim. Sério, não desce.

A série volta para a segunda parte da primeira temporada no ano que vem. Eu não. E você?


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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