Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

[Maratona] Battlestar Galactica – 1ª Temporada

Por: em 3 de março de 2013

[Maratona] Battlestar Galactica – 1ª Temporada

Por: em

Chegamos ao fim da 1ª temporada de Battlestar GalacticaChegou aqui agora? Então confira o post de abertura da maratona e a review da minissérie que antecede esta temporada. Se ainda você ainda não assistiu a 1ª temporada da série, recomendo que você pare por aqui e volte depois de assistir, pois comentaremos sobre todos os acontecimentos até este momento. Lembrando que vários leitores que estão acompanhando a maratona BSG aqui com a gente ainda não assistiram toda a série, então por favor, não dê spoilers nos comentários sobre as próximas temporadas. Teremos espaço para discuti-las mais no futuro. Mas tudo que aconteceu até o season finale da 1ª temporada está liberado para ser discutido nos comentários. Fiquem à vontade!A primeira temporada foi exibida entre 2004 e 2005 e é a mais curta da série, com apenas 13 episódios. A história continua de onde a minissérie parou, com as autoridades sabendo que os Cylons se parecem com humanos (apesar de o rumor correr pela frota, a informação não era oficial) e com os sobreviventes sendo perseguidos pelos Cylons, que conseguem rastrear os humanos e aparecem a cada 33 minutos, independente de onde a frota esteja. O aparecimento do inimigo em períodos regulares é o assunto do primeiro episódio.

Em 1×01 – 33, a série passa a acompanhar Caprica, agora ocupado pelos Cylons. No planeta está Helo, que  ficou para trás na minissérie, a fim de salvar Gaius Baltar (é impressionante o talento que Gaius tem para se safar da morte). Uma das cópias de Sharon acompanha Helo em Caprica, enquanto a outra, que está a bordo de Galactica, começa a temporada lutando com a sua Cylon interior. A personagem foi programada para pensar que é humana e não aceitou muito bem quando sua programação foi ativada. Este conflito já começa a demonstrar que os Cylons podem ser muito mais complexos do que podemos imaginar. Eles próprios afirmam que são mais do que uma torradeira e que tem uma alma. Um dele, na minissérie, diz acreditar que os Cylons são uma forma que Deus encontrou para corrigir o erro que a raça humana se tornou.

Falando em Deus, religião é um assunto muito abordado na série. Já no início, podemos perceber uma diferença fundamental entre as crenças dos Cylons e dos humanos. A religião predominante na raça humana é politeísta, que acredita que os humanos vieram de Kobol, planeta de origem das 13ª Colônias. Acreditavam-se que 12 destas colônias se instalaram em Caprica, formando o planeta que todos habitavam até o ataque Cylon. A 13ª colônia, segundo as escrituras sagradas, teria se separado das outras e se instalado em um planetinha desconhecido chamado Terra.

Apesar da religião ser um traço fortíssimo nesta cultura, podemos perceber que há várias pessoas que não acreditam nisto, como o Comandante Adama Gaius Baltar. Surpreendentemente, os Cylons também possuem sua própria religião, que acredita em um Deus único e soberano. Six, que é a Cylon que mais tivemos contato até agora, é extremamente fervorosa e tem como objetivo converter Gaius. Até o momento, todos os Cylons, com exceção aos programados para pensar como humanos, acreditam fielmente em Deus. Pessoalmente, acho esta discussão sobre religião interessantíssima. Ainda teremos muito o que falar sobre o assunto.Na minha opinião, o terceiro episódio, Bastille Day, supera os anteriores, envolvendo uma questão política muito importante. Um grande problema para frota era a nave Astral Queen, que carregava prisioneiros perigosos. Mas após a questão da água apresentada no episódio anterior, Adama Roslin viram a possibilidade de utilizar os presos para fazer o serviço pesado de buscar água. O caso é que Tom Zarek, terrorista famoso (e popular!) faz uma rebelião, mantendo Apollo e outros como reféns. Tom Zarek é interpretado por Richard Hatch, que viveu o Capitão Apollo na primeira versão da série.

Apesar de ter meios moralmente duvidosos, Zarek diz que luta por democracia e exige uma eleição presidencial. O episódio foi de tirar o fôlego e eu adorei a atitude do Apollo. Ele concorda com o objetivo de Zarek, mas obviamente discorda de seus métodos. Mas tiro o chapéu pela forma que ele conseguiu lidar com a situação. Ele conseguiu o queria e ainda teve coragem de enfrentar seu pai e a presidente. A promessa é que haverá uma eleição muito em breve.

Os episódios 1×04 –  Act of Contrition e 1×05 – You Can’t Go Home Again foram contínuos e focados na mesma história: Starbuck instruindo novos pilotos, lidando com a culpa da morte de Zak e depois se perdendo. A história se divide na frota em busca e em Starbuck tentando pilotar a nave Cylon. A nave é bem legal, apesar de ser muito nojenta. Os caças Cylons são como seres vivos, sendo uma nova categoria, assim como os centuriões e os humanoides.

Pessoalmente, achei essa parte um pouquinho arrastada. Não vi a necessidade de um episódio duplo, apesar de não ter sido um problema muito grande. Até esses episódios, Helo continua aparecendo em Caprica de vez em quando, apesar de não ter uma grande evolução em sua situação. Mas como ele aparece pouco, não dá tempo de cansar da monotonia. Isto acaba servindo como recurso para mostrar que eles ficaram bastante tempo no planeta ocupado pelos Cylons.

Em 1×06 – LitmusDoral (o cylon que foi abandonado na minissérie) reaparece como homem-bomba. Neste episódio, Adama descobre que os Cylons possuem várias cópias. Outra consequência do ataque foi que passou a ser impossível esconder da população que os Cylons agora se parecem com os humanos. A preocupação das autoridades de esconder esse fato é completamente compreensível. Controlar o pânico do povo causado por uma informação como essa é uma tarefa quase impossível.

Política é algo bem interessante na série. Roslin Adama tomam decisões o tempo todo. Algumas eu concordo, outras não. Algumas eu não gosto da solução, mas não consigo pensar em algo melhor. Como humanos, eles não são perfeitos. Por mais que goste de Roslin, depois do episódio da rebelião, também não consigo parar de pensar que o governo dela não foi definido pelo povo. Em algumas decisões, este fato incomoda. Como é o caso da posição dela em relação à transparência para com a população. Concordo que pode se tornar uma caça às bruxas, mas e a democracia? Parece que Tom Zarek conseguiu o efeito que queria. O tribunal, como esperado, foi uma confusão e só piorou as coisas.

Gaius é um covarde irritante. Quando digo “irritante”, não quero dizer que gostaria que o personagem não existisse. Acho ele importante para série. Mas ele é absurdamente irritante! Fico torcendo para que ele se dê mal, mas parece que ele consegue se livrar de qualquer problema. Isso me faz adorar episódios como o 1×07 – Six Degrees of Separation, em que ele fica aterrorizado pela presença da Six em Galactica. Maldade, né? Eu sei, mas é inevitável. Ele realmente contribuiu para o ataque e faz de tudo para se livrar da culpa. Ele tem cara de bobo, mas a combinação de inteligência com covardia pode ser muito perigosa.Depois de sete episódios em Caprica sem entender porque diabos Helo ainda estava vivo, em Flesh and Bone os Cylons apresentam seu plano. Sharon deveria conquistar Helo e convencê-lo a ficar no planeta. Enquanto isto, no mesmo episódio, Starbuck torturava um Cylon em trocas de informações sobre uma ogiva nuclear. O interrogatório envolveu muitas discussões filosóficas. Engraçado como os Cylons são convincentes. Inclusive, Gaius não é o único que tem alucinações. Roslin também passou a ter sonhos com o cylon.

O nono episódio, Tigh Me Up, Tigh Me Down foi dirigido por Edward James Olmos, o Comandante Adama. O acontecimento mais importante aqui foi o surgimento da esposa de Tigh. A mulher é bem esquisita e apareceu em circunstâncias estranhas. Claro que não estranho o fato de ela ser desequilibrada, afinal, ela se casou com o Tigh. A mulher é doida e mentirosa. Se ela é uma cylon ou não, nós não sabemos, porque Gaius resolveu que não vai revelar quem são os cylons na nave (a não ser, é claro, que isso seja vantajoso para ele).

Em 1×10 – The Hand of God, começamos a perceber que talvez Six não seja tão louca assim. Como já disse, religião é algo muito discutido na série. A questão é: como as duas religiões (dos humanos e dos cylons) se conectam? Quando Adama prometeu levar todos à Terra, tanto ele quanto Roslin não acreditavam na existência do planeta. Ele apenas pegou uma parte das crenças do povo para dar esperanças. Mas existe uma profecia que se encaixa perfeitamente em Roslin. Talvez as profecias não são tão furadas assim. Claro que depende do ponto de vista. Os remédios que Laura está tomando estão causando efeitos colaterais fortíssimos. Ela pode ter ouvido alguma coisas semelhante à profecia em algum momento de sua vida e não se lembrar, mas seu subconsciente está usando esta história em suas alucinações.Como todo episódio aparece um novo drama a bordo de Galactica, em 1×11 – Colonial Day, Tom Zarek volta, mas dessa vez como parte do governo. Segundo a lei, depois de servir seu tempo, ele tem o direito de viver normalmente na sociedade e claro que política é a carreira perfeita para ele. Como já disse, é inegável que o governo de Roslin não é exatamente um exemplo de democracia. É um governo emergencial, mas algumas ações passam longe de serem democráticas. Não que eu ache que Zarek faria um trabalho melhor. O quórum dos doze é uma assembléia em que cada colônia tem um representante, feita para discutir assuntos relevantes à população. Zarek propõe a eleição de um vice-presidente. Zarek foi indicado, e apesar de não ser uma campanha presidencial, é óbvio que ele quer mais que isso.

Depois de muitas emoções em onze episódios, inicia-se a primeira parte do season finale, que foi divido em dois. Os sobreviventes encontraram um planeta habitável, que eles acreditam ser Kobol. Em CapricaHelo descobre que Sharon é uma Cylon. As profecias dizem que Kobol indicaria o caminho para Terra, mas para isso eles precisariam da flecha de Apollo, que está em Caprica. Como Starbuck é louca o suficiente, ela foi, sem autorização, para o planeta agora dominado pelos Cylons para buscar a flecha. Esta situação causou um grave desentendimento entre o Comandante e a Presidente. Com Starbuck em Caprica, as histórias começam a se cruzar. Helo deixa de ser só uma história paralela para passar a ter uma importância real na série. O plot dele se torna ainda mais importante com a notícia de que Sharon está grávida.

Laura Roslin é uma mulher fantástica, eu já disse isso? Gosto muito da relação entre a presidenteComandante Adama Apollo. Os três são pessoas muito fortes e muito inteligentes. As conversas entre estes três personagens são sempre ótimas de se assistir. Sejam estas discussões ou decisões conjuntas. Gosto de vários personagens, mas se tivesse que escolher, no momento diria que os três são os meus favoritos durante esta temporada. Acho interessante como os três funcionam também quando não estão juntos.

plot da doença de Roslin é algo que vai explodir em algum momento. Apesar de guardar segredo, os médicos disseram que ela está condenada. Por quanto tempo ela conseguirá manter o governo desta forma? Considerando-se também que o governo dela deve acabar logo por causa das eleições, quem será o presidente é uma questão a ser pensada. Até porque, não é qualquer um consegue lidar Adama como ela.Uma coisa interessante no roteiro da série é como as “coincidências” não parecem coincidências. Algumas situações são tão convenientes que parecem ser impossível que sejam apenas acaso. Six insiste que é obra divina. Outros dizem que faz parte do plano dos Cylons. Inclusive, o plano das torradeiras parece ser mais complexo do que o que aparentava no início. Sim, eles querem acabar com a humanidade. Mas em vários momentos fica a impressão de que tem algo além disto. Como se o fato de Galactica ter sobrevivido não ter sido algo tão ruim assim para os planos deles. Ou pelo menos não algo inesperado. Há vários Cylons a bordo. Acho que se eles realmente quisessem acabar de vez com a humanidade, eles conseguiriam.

A segunda parte de Kobol’s Last Gleaming foi nada menos do que brilhante. Muita coisa aconteceu e muita coisa mudou. Os últimos 10 minutos foram um cliffhanger perfeito, nos deixando muito curiosos para saber o que vai acontecer daqui para frente.

Esta foi a primeira temporada de Battlestar Galactica. Para não escrever um livro, vou parar por aqui, mas não se esqueçam de comentar, assim podemos discutir com mais detalhes. Deixe a sua opinião sobre a série aqui! Comecem a assistir a segunda temporada, porque em um mês teremos review aqui no Apaixonados por Séries.

Considerações finais:

– Sou apaixonada pela trilha sonora e pela abertura da série.

– As cenas na sala de controle são sempre ótimas. Não sei porque, mas adoro as contagens para os saltos.

 


Keyla Mendes

Uma paulista vivendo em Minas esperando pacientemente o momento de sair para conhecer o mundo. Ou, quem sabe, o universo... Tudo depende de um certo Doutor e sua cabine mágica.

Lavras / MG

Série Favorita: Joan of Arcadia

Não assiste de jeito nenhum: Séries médicas

×