O sexto episódio de Narcos começa com uma sequência interessante entre Pablo e seu filho mais velho Inicialmente achei que, assim como nos demais, a série tentava mais uma vez ”atenuar” a imagem do traficante, mesmo diante de todas as atrocidades que ele cometia. Mas logo ficou claro que o propósito na verdade era outro: Traçar um paralelo com a história de Jaime, o pobre garoto recém-chegado a gangue, que teria sua vida mudada após ser usado como um mero joguete nas mãos de Escobar.
Durante todo o episódio, é bastante óbvio que os interesses de Pablo no garoto são maiores. Até então, ele não havia demonstrado tamanho carinho e cuidado com nenhum de seus serventes, então por que esperar que ele o faria para um adolescente de no máximo 18 anos? Foi muita ingenuidade da parte do próprio garoto acreditar que ele seria tão útil e bem tratado a troco de nada – e aí já podemos ver como, à época, já era grande o fascínio que Escobar exercia.
Sua história ligou-se diretamente a de Murphy na figura de Gaviria, o novo candidato a presidência, que por ser pró-extradição, logo entra na mira de Escobar, que aparentemente quer algum tipo de recorde de número de presidentes assassinados. Há que se admirar a força de vontade do candidato em seguir em frente com a campanha e a caça a Escobar, tendo plena consciência de tudo que aconteceu com seus antecessores.
Murphy, mais uma vez, mostra ser bastante inteligente, mesmo tendo a cabeça um tanto quanto quente. Toda a jogada para esconder Elisa com a ajuda de Connie foi bem pensada – mas ao mesmo tempo, foi bastante ingênuo por partes dos outros acreditar que o policial não encontraria uma escuta. Murphy sabe somar 2 e 2 e provou isso também quando conseguiu as pistas que o levaram a descobrir sobre o tal “The Spaniard” e os planos para a explosão do avião.
Mesmo já sabendo o que aconteceria na cena final, foi uma sequência bem impactante e que certamente vai trazer grandes implicações políticas para a guerra contra Escobar, agora que Murphy provou estar certo quanto ao traficante ter diversos meios para matar o candidato a presidência.
Paralelamente, o episódio focou na caçada promovida por Carillo e Peña ao Gacha. Todas as cenas do traficante com o seu filho mimado (e potencial estuprador) incomodaram um pouco, mas no fim provaram-se necessárias para que a morte do garoto impactasse diretamente em Gacha. Durante a perseguição da polícia, a coisa que ele mais tinha em mente não era se salvar, era salvar a vida de seu filho. Quando isso se perdeu, ele não tinha mais nada a perder.
A execução autorizada por Penã após um hesitante Carillo deixar a decisão em suas mãos é outro fator que certamente vai levar a guerra entre Escobar e o governo a um novo nível. E a 4 episódios do fim da temporada, tudo pode acontecer.
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PS. RIP Suárez. Mas ele já devia esperar, não é? Entrou no jogo com Pablo sabendo das consequências.
PS². Que bizarro o sistema de premiação por mortes que Escobar criou. O cara estava mesmo sem controle.