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O que esperar da 8ª temporada de House

Por: em 24 de setembro de 2011

O que esperar da 8ª temporada de House

Por: em

House não é mais o mesmo. Aquele seriado desaforado e instigante das primeiras temporadas faz falta. Até o mais cego defensor do drama reconhece que a qualidade da produção vem caindo e não é de hoje. Alguns dizem que a má fase começou na quinta temporada da série, outros vêm se sentindo insatisfeitos desde a saída dos ducklings originais no fim da terceira e há ainda quem aponte o relacionamento entre House e Cuddy, já na sétima temporada, como o início dos problemas, mas a constatação do desgaste é unânime.

E se a série já não vinha sendo vista com bons olhos a um tempo, o season finale da mais recente temporada não contribuiu muito para melhorar a opinião pública sobre o show de David Shore. Além da sensação de que eles fizeram aquilo simplesmente porque não sabiam como continuar conduzindo a história, a atitude de House não é condizente a tudo que o personagem mostrou durante as outras temporadas do show e o desagrado foi geral, tornando-se um prato cheio para os fãs que defendiam outros possíveis pares românticos ou para aqueles que simplesmente torciam o nariz para a ideia de House e Cuddy juntos.

Mas a criação de um relacionamento amoroso entre os personagens e a fatídica cena de House invadindo a sala de estar de sua ex-companheira não foram as únicas decisões criativas questionáveis que os roteiristas levaram à tela nas temporadas mais recentes. Como é natural em uma série dramática de longa duração, personagens foram tornando-se excessivamente caricatos (como Taub) ou descaracterizados (como Chase), a fórmula foi perdendo seu brilho, aquela incômoda sensação de mais do mesmo assombra todo o santo episódio e todo plot twist que promete “mudar a maneira como assistimos a série” revela-se um pretexto para mudanças efêmeras, que nunca ameaçam, de fato, o status quo estabelecido.

Portanto, a missão da oitava temporada de House é ter sucesso naquilo que sua predecessora falhou: reconquistar a audiência do programa. Várias foram as tentativas – o dia da semana em que a série é exibida foi modificado, os casos médicos ficaram mais ousados (e inverossímeis), a cada dois episódios comuns, tínhamos um “especial”… mas isso não foi o suficiente. Os índices de audiência registrados na sétima temporada foram os piores da série. House não é mais tão atrativa para quem nunca a assistiu e os telespectadores de longa data perderam sua confiança nos roteiristas, e agora, na oitava temporada, eles precisam provar que a velha história do médico manco e rabugento ainda é uma fonte decente de entretenimento.

Atenção: spoilers a seguir


E como se esta difícil missão já não fosse o suficiente para ocupar David Shore e sua equipe durante esta fall season, o grupo ainda teve que lidar com a saída de Lisa Eldestein (leia mais), intérprete de Cuddy, que pareceu discordar com os rumos tomados pela série e com o corte no orçamento anunciado para a oitava temporada. Apesar da insatisfação geral dos telespectadores, os roteiristas pretendem tirar o melhor da situação: ” quando sentamos para escrever o roteiro“, disse Shore, “decidimos lidar com o desafio e pensamos em um jeito realmente interessante de continuar, e acabou ficando bem emocionante“. O que significa que temos novas personagens chegando.

A personagem de Charlyne Yi será a Dra. Chi Park, uma jovem integrante da equipe de diagnósticos do Princetown-Plainsboro que será introduzida no episódio Transplant. Já Odette Annable, como já havíamos noticiado aqui, é a Dra. Jessica Adams, médica que trabalha na prisão para onde House foi mandado. Em Twenty Vicodins, a season premiere, os dois resolvem um caso juntos e isso leva-a a perder seu emprego, sendo posteriormente contratada por House. Os produtores já adiantaram que muitos ideais de Jessica são opostos aos de House, e que ambos terão “um relacionamento bastante especial“. “Ela vai mudá-lo e ele vai mudá-la“,  disse Hugh Laurie. Novo bromance a caminho? É provável.

Mas essas não são as únicas mudanças da nova temporada. Como todos já sabem, haverá um salto temporal de um ano e logo no primeiro episódio já podemos ver House em seus últimos dias na prisão, pagando pela inconsequência do final da temporada passada, e um antigo personagem será promovido a diretor do Princeton-Plainsboro (clique para detalhes). Apenas o primeiro episódio da temporada se passará inteiramente na cadeia, o suficiente para mostrar a dinâmica do lugar e como ela é influenciada por House, para introduzir a personagem de Odette Annable e para trazer House de volta para sua rotina sem correria. A estrutura deste episódio lembra muito o início da sexta temporada – Broken, tendo House como o único personagem fixo a aparecer em tela.

Por fim, o que eu espero desta oitava temporada é que ela seja a última. House já foi longe demais, já se perdeu vezes demais e precisa ter um fim antes que caia no ridículo. Nenhum fã da série quer vê-la se arrastando nas noites de segunda-feira da Fox e entregando episódios vexatórios a cada semana que passa, e acho que nós merecemos uma última temporada decente e bem planejada. Apesar das declarações de David Shore sobre não ter ideia de como seria a series finale e sobre a vontade da emissora de continuar a produção,  não vejo o seriado tendo uma nona temporada digna, e espero que seus produtores tenham noção de que deixaram de fazer televisão de qualidade quando passaram a buscar desesperadamente o prolongamento da série. House precisa acabar antes que caia ainda mais no conceito de público e crítica.

A nova temporada estreia oficialmente em 03 de outubro e terá reviews semanais no site.


João Miguel

Bela Vista do Paraíso - PR

Série Favorita: Arquivo X

Não assiste de jeito nenhum: Reality Shows

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