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O que esperar da quarta temporada de Damages

Por: em 13 de julho de 2011

O que esperar da quarta temporada de Damages

Por: em

Nesta quarta-feira (13), ressurge das cinzas o poderoso thriller jurídico Damages, rumo a uma inesperada quarta temporada. Depois de toda a incerteza do cancelamento da FX, de uma season finale que muitos consideraram fechar a trama com chave de ouro e de provas dadas no passado de que a série pode, sim, falhar em manter seu altíssimo nível, como a equipe criativa vai reestabilizar a produção, agora em uma nova emissora, para esses dois anos de sobrevida?

Durante suas três primeiras temporadas, Damages fez história na TV. Sua abordagem realista (e ao mesmo tempo glamourizada) do desgastado mundo da advocacia, base de outros incontáveis programas, suas atuações avassaladoras e sua trama intrincada e de desenvolvimento gradual conquistou a crítica norte-americana, rendendo-a reconhecimento nas maiores premiações do entretenimento. Cada frame era executado com perfeição em todos os sentidos.

A série tornou-se um cult, tendo um seleto público que a idolatra, porém, sendo completamente ignorada pela audiência mainstream, por insistir em manter uma característica que não funciona mais na televisão americana (e talvez nunca tenha funcionado): é difícil de se assistir. Ela demanda comprometimento e raciocínio, palavras que são a antítese do comportamento da audiência do país. Os fracos índices não davam lucro suficiente para valer a pena manter o caríssimo elenco, e tanto os fãs quanto a equipe do programa já haviam aceitado o episódio final da terceira temporada como seu encerramento definitivo.

Eis que a notícia de que o serviço de satélite da DirecTV comprou os direitos da série, garantindo mais duas temporadas de dez episódios, sem comerciais e prometendo maior liberdade criativa para os trio Glenn KesslerTodd Kessler e Daniel Zelman, veio para dividir a opinião dos fãs. Em um primeiro momento, as reações foram completamente positivas, mas agora, a dúvida é se eles conseguirão manter a excelência do show durante essas inesperadas novas temporadas.

Apesar do orçamento reduzido, os co-criadores parecem satisfeitos com a mudança. “Fomos pegos de surpresa [com a renovação], mas estamos muito felizes“, disse Glenn Kessler, que além de roteirizar, já atuou na série na segunda temporada. “O fundamento do show é o mesmo, mas injetamos nele vida nova, porque sua estrutura agora é diferente“. Zelman se diz contente com o corte dos comerciais: “Não precisamos mais cortar cenas que gostamos, temos uma hora inteira para trabalhar. Teremos mais história. Estamos sempre adicionando detalhes que vão enriquecer a série, e estamos muito excitados [em relação à temporada]”. Todd Keller disse que a DirecTV lhes dá mais liberdade nos quesitos linguagem, sexualidade e violência. “Entretanto, nada será gratuito“, ele garante. “Será tudo baseado na história e nos personagens. Tudo o que ‘prendia’ o desenvolvimento da história foi removido“.

Spoilers leves a seguir:

A trama continua com o mesmo esquema de um só caso por temporada. Os produtores prometem deixar, sim, assuntos a serem desenvolvidos na quinta temporada, mas vão encerrar o caso da temporada na season finale, sem cliffhangers “imediatos” (por exemplo, a temporada não acabará com um personagem apontando uma arma para outro, de maneira que só viéssemos a saber o desfecho da situação na temporada seguinte).

A temporada começa dois anos depois do final da terceira. Ellen Parsons seguiu com sua vida e agora trabalha na firma  Nye, Everett & Polk com seu antigo mentor. Ela se reconecta com Chris Sanchez, um antigo amigo com quem já teve um relacionamento,  e descobre que ele passou por uma experiência traumática enquanto trabalhava em uma empresa de segurança privada contratada pelo governo para missões em áreas de conflito bélico no Afeganistão, a High Star. Quando Ellen decide tomar conta do caso de  Sanchez, seu novo patrão a desencoraja, o que a leva a buscar o auxílio de Patty Hewes. O caso pode tanto fazer sua carreira quanto arruiná-la definitivamente. É graças a esse plot que Ellen retornará à firma de Patty.

Em entrevista, Rose Byrne, intérprete de Ellen, disse que as experiências vividas pela personagem ao longo das três últimas temporadas a fizeram repensar questões como amor, justiça e confiança, e agora ela é mais experiente e astuta, e “cada vez mais parecida com Patty“, porém o caso em que se envolveu pode ser grande demais para ela. “A série ficou mais sombria – se é que isso é possível -; estamos lidando com questões seríssimas e pessoas muito más nesta temporada. Temos um material muito pesado.

Acho que Patty tem dúvidas se Ellen conseguirá se virar sozinha“, diz a protagonista Glenn Close. “Por vezes, eu não gosto de Patty, mas ela viveu uma jornada incrível durante o curso da série, e agora pode estar mais maleável em alguns aspectos. Ela está bastante ativa nesta temporada. Está envolvida no caso de uma companhia farmacêutica, tem uma neta, não sabe onde seu filho está, bastante coisa aconteceu nestes dois anos, mas eu não acho que sua essência tenha mudado: ela ainda quer vencer sempre que pode“. Close também disse que o caso desta temporada tem uma relevância social muito grande: assim como nas outras temporadas, o caso se inspira em situações jurídicas reais, desta vez tomando por base as atividades ilegais da empresa Blackwater (leia mais), é claro, alterando nomes, locais, etc.

Entre os novos personagens, temos, além de Catherine, a netinha de PattyJulie White no papel de uma psicóloga com quem a personagem irá se consultar, um repórter, interpretado por Griffin Dunne, que pretende escrever um livro sobre o caso High Star, o mentor de Patty, que agora está no fundo do poço, interpretado pelo veterano Judd Hirsch, e Bailey Chase como parceiro de Ellen em sua nova firma,  além de Fisher Stevens e Derek Webster em papéis recorrentes, ainda sem maiores informações. A tradição da série de trazer atores que interpretavam personagens que já morreram de volta, por meio de alucinações ou sonhos, promete continuar.

Mas as três principais adições ao elenco são John Goodman, Dylan Baker e Chris Messina, respectivamente Howard Erickson, C.E.O. da High Star que tem importantes contatos na polícia de Washington e se mostrará um grande oponente para Patty e Ellen; Jerry Boorman, sombrio oportunista que tem valiosas informações sobre Erickson; e Chris Sanchez,  o já citado amigo de Ellen que sofre de stress pós-traumático. São personagens fortes interpretados por atores de alto calibre. Para esta temporada, os criadores prometem o caso mais desafiador da vida de Ellen, em uma “rede de mentiras e manipulações que a levará até à CIA“.

Por tudo isso, é bastante improvável que essa temporada seja decepcionante. Nós sempre confiamos na capacidade dos roteiristas da série, e esperamos que eles a façam voltar do limbo com a maestria que sempre ostentou. Eles têm um caso muito denso nas mãos, com ramificações que prometem desestabilizar as protagonistas deste drama, além de um elenco primoroso, uma emissora mais permissiva e desta vez sem o peso da ameaça de cancelamento: têm tudo para fazer a temporada mais intensa até aqui. A quarta temporada de Damages terá reviews semanais aqui no Apaixonados, assim como a terceira, que foi comentada pelo Guilherme Peres na coluna Super Sunday, só que dessa vez com posts únicos e não no formato “mini-review”, e eu serei o responsável por elas. Espero vocês nos comentários.

Enquanto o primeiro episódio da temporada, de nome “There’s Only One Way to Try a Case“, ainda não está disponível, deixo vocês com a fantástica música de abertura: When I Am Through With You, do The VLA.

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João Miguel

Bela Vista do Paraíso - PR

Série Favorita: Arquivo X

Não assiste de jeito nenhum: Reality Shows

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