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Orange is the New Black – 3×04 Finger in the Dyke

Por: em 4 de julho de 2015

Orange is the New Black – 3×04 Finger in the Dyke

Por: em

Um dos grandes acertos da segunda temporada de Orange is the New Black foi focar nas personagens coadjuvantes, e o quarto episódio deste ano trouxe um dos melhores flashbacks de uma personagem que a cada dia ganha camadas mais interessantes. A história de Boo foi um grande acerto. Forte, agressiva, pesada e ousada, assim como ela. Finalmente conhecemos a Carrie que existe por trás da Big Boo, e Lea Delaria foi absolutamente brilhante, impecável, nos fazendo gargalhar e sofrer com a mesma intensidade.

boopride

Poucas histórias e poucas personagens mostraram a verdade de uma forma tão crua e tão pura quanto a que vimos em Finger in the Dyke. Duas frases conseguem resumir Big Boo: “Não tenho nenhuma história dramática” e “Eu me recuso a ser invisível”. A história dela não é um dramalhão, e ela não é uma vítima, é uma lutadora com um passado de violência, de apagamento, de uma obrigação de ser quem ela não era, de não ser aceita, mas acima de tudo é uma história de resistência. Há várias outras personagens lésbicas e bissexuais em Orange is the New Black, mas quantas delas precisaram lidar com a lesbofobia 24/7 como Carrie precisou fazer? É relativamente fácil para a garota “feminina” e dentro do padrão branco-magro-cis-rico conviver com a sua sexualidade restrita a  barzinhos temáticos, mas só quem vive a pressão de ser apontada na rua e dentro de casa como inadequada todos os dias sabe o que é ser uma panela de pressão. Boo nunca recebeu empatia – nem daqueles que a odiavam, e menos ainda daqueles que a amavam.

A parceria dela com Doggett vai se tornando cada vez mais forte e mais gostosa de assistir! Qunado Boo descobre que ela não matou a enfermeira por ser “pró-vida”, mas recebe as doações dos ativistas mesmo assim, enxerga uma bela oportunidade para ganhar dinheiro em cima do fanatismo alheio também. Ela se prepara para encarnar uma verdadeira “personalidade pés-de-lótus”. Valeu a mudança de visual, valeu a tentativa de usar o dialeto hétero, mas é claro que se nem para visitar a mãe moribunda ela conseguiu fingir, imagine se ela se dobraria em troca de uns centavos na lojinha! Já odiei e já achei Boo muito dispensável na série, mas depois desse episódio ela se tornou uma das melhores personagens.

A coitada da Gloria está com problemas com o filho psicopata mirim e precisa vê-lo toda semana para tentar colocar o adolescente rebelde na linha. Mas quem vai levar o menino-problema até lá? Conflitos familiares à parte, o grande momento dela foi sua pequena cena com a Daya fumando um cigarrinho escondida. Compartilhar aquela bombinha de nicotina com a garota pode ser visto como um absurdo, já que ela está carregando um bebê, mas também pode ser visto como um belo ato de solidariedade. Um ato de quem enxerga que Daya não é uma incubadora, é uma mulher bem ferrada que merecia um agrado depois de ter sido abandonada.

piper

Piper é gente como a gente e também fica de péssimo humor com a chegada do aniversário (eu fico. Vocês não?). Isso se reflete em um distanciamento de Alex, nas respostas atravessadas pra todo mundo ao redor e nos maus modos que ela tem ao receber a família. Mas, como sempre, ela perde o tom da coisa e fica mais é parecendo uma criança birrenta mesmo. O melhor do seu dia de fúria foi o final dele, com o momento que teve com Alex, seu pedido de namoro e a playlist imaginária de presente.

Suzanne e Taystee também tiveram seus altos e baixos no episódio quando Tasha recebeu a missão de vigiar os surtos de Crazy Eyes por causa da morte de Vee. Suzanne só consegue superar definitivamente seu estado de luto quando encontra alguém que entende seu sentimento, quando reconhece em Taystee uma outra filha abandonada. Ouso dizer que esse foi o melhor momento dramático de Danielle Brooks, e que eu choro toda vez que assisto novamente àquela cena em que as duas se emocionam e se confortam, juntas, pela perda de uma pessoa tão nociva, mas tão importante nas suas vidas.

Caputo continua em sua tentativa de salvar Litchfield e precisa apelar para a iniciativa privada. A visita seria trágica, se não fosse absolutamente cômica, mas existe alguém no CEO que olhou pelas meninas e achou que seria um bom negócio dar mais uma chance à penitenciária. Será que vai ser um bom negócio para todas as partes de fato? Será que a privatização é essa maravilha toda que eles esperam e vai salvar a pátria?

caputo

Algumas observações:

– Você sabe que é um musical freak quando solta uma gargalhada quando ouve “24601” e já começa a cantar mentalmente “Who am i?

– Aliás, Boo se tornou a dona das piadas mais deliciosas de toda a série. O Capitão América iria à loucura com tantas referências para identificar.

-Tiffany dizendo que não precisa escovar os dentes pq são de porcelana também foi de cair o Boo da bunda. Não à toa os dentes velhos ficaram daquele jeito.

– Aquelas lentes na Teen Boo me incomodaram demais. DEMAAAIS!!!

– Se elas gostam da Judy King, imaginem se elas conhecessem a Ana Maria, que se veste de Madonna, ouve Slipknot no programa e fala com um papagaio. #MaisVocêEmLitchfield.

– Mr. Healy dando “rosas” pra Red, jogando o maior charme e depois reclamando da esposa. Mas é um cara de pau mesmo, viu?

– Nem a Soso aguenta mais a Meadow. Que pessoa irritante! Mal conheço e já desconsidero pacas.

E você, leitor, gostou de conhecer melhor a história de Big Boo? Quanto tempo acha que vai durar a lua de mel de Alex e Piper? Deixe seu comentário!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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