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Orphan Black – 2×10 By Means Which Have Never Yet Been Tried

Por: em 23 de junho de 2014

Orphan Black – 2×10 By Means Which Have Never Yet Been Tried

Por: em

Uma season finale que mudou tudo em Orphan Black. Foram tantas ações e informações em By Means Which Have Never Yet Been Tried  que um piscar de olhos já era o suficiente para fazer o espectador se perder. É inegável que foi um bom episódio, mas passado o choque inicial podemos analisar com calma o que aconteceu e como isso tudo influenciará no futuro da série.

Logo no início já era possível perceber que aquele seria um episódio diferente: a escolha da direção de apresentar a discussão de Sarah e Siobhan, o sentimento de culpa de Felix e a rendição da clone à DYAD simultaneamente já indicava que o ritmo dos 40 minutos seguintes seria intenso. Era quase paupável o desconforto de Sarah de ser mais uma vez invadida por aquela corporação, mas em nenhum momento houve hesitação da sua parte, pois ela sabia que aquilo tudo era necessário para que ela pudesse recuperar Kira.

Rachel sarah2x10

Genial como sempre, a garotinha fez uma dupla incrível com a tia Cosima e, depois de conseguir pedir ajuda a Cal, desenhou para a mamãe o manual de instruções da engenhoca que tiraria Rachel do caminho delas de uma vez por todas. A filha de Duncan definitavmente não vingou na trama. Suas motivações eram fracas, suas cenas chatas e ao destruir o material genético  que salvaria Cosima, ela colocou o último prego do próprio caixão – e já foi tarde. O suicídio de Ethan, por sua vez, pareceu sem propósito. Ele queria apenas torturar a filha, forçando que ela o visse morrer?

Art pode nunca ter sido um grande personagem na série, mas ainda surpreende a forma como ele foi mal aproveitado nesta temporada. O ex parceiro de Beth passou a maior parte do tempo sendo babá de Helena e sua participação na season finale não foi diferente disso. Ou arrumam uma função mais interessante para o policial ou é melhor tira-lo de cena, e de preferência levando Angie junto. Aliás, depois de tudo que já vimos, ainda há espaço para a polícia em Orphan Black?

E que momento lindo foi o encontro de Helena com suas irmãs no apartamento de Felix! A vida foi especialmente cruel com a loira, e enquanto praticamente todas as clones tiveram a oportunidade de desenvolver seus talentos e escolher – na medida do possível – o que queriam fazer da vida, Helena foi apenas usada por terceiros: primeiro como uma arma de destruição das clones, depois como uma reprodutora. A personagem renasceu de muitas formas neste ano, e vê-la feliz, brincando com Kira ou dançando com as outras clones foi uma boa recompensa pela dura trajetória que ela percorreu.

clones2x10

A noite de reunião das clones foi como o pote de ouro no fim do arco-íris, mas os bons momentos não costumam durar muito e a série ainda tinha coisas a mostrar. Cosima sobreviveu à temporada e, embora tenha perdido Delphine, tornou-se a herdeira das anotações de Duncan. Helena foi raptada mais uma vez, e Sarah foi atrás de respostas com Marian e finalmente encontrou uma pessoa disposta a falar francamente com ela, inclusive apresentando a pequena Charlotte, única sobrevivente da segunda geração de clones da DYAD.

Mas é claro que o que deixou todo mundo de queixo caído e vai pipocar na cabeça do público até o ano que vem é a revelação sobre a versão masculina do projeto Leda, o projeto Castor. Se a presença de Tony, um único clone homem, já tinha sido chocante para a série, imagine descobrirmos, a essa altura, que os militares têm a sua própria “linha de produção”, e que Mark faz parte dela? Provavelmente o (ex) membro dos Proletheans não sabe sobre a sua origem, mas o rapaz que viu Sarah sim, a julgar pela sua empolgação ao encará-la.

Foi certamente uma grande revelação, e um gancho mais interessante que o desaparecimento de Kira na temporada passada, mas será que foi uma boa escolha dos roteiristas? Depois de tanto tempo acompanhando as clones e a relação incrível de cumplicidade e auto-suficiência que elas construíram, seria frustrante que o foco da série se voltasse para este novo grupo de personagens e deixasse arcos como os de Alison e Helena em segundo plano.

mark2x10

Apesar de a série precisar de novos elementos para se manter interessante, o projeto Castor quebra um dos pontos mais interessantes da série, que era a analogia entre o controle sobre o clone club e o controle sobre as mulheres na nossa sociedade. Mas ainda que eu tenha alumas ressalvas sobre este novo plot, acredito que eles conseguirão trabalhar todas essas questões de forma satisfatória na próxima temporada e que a série não vai se perder.

Com a segunda temporada chegando ao fim, podemos dizer com toda certeza que grande parte do sucesso da série se deve ao talento de Tatiana Maslany, que manteve a versatilidade da primeira temporada e amadureceu ainda mais a personalidade de cada clone, coisa que fez falta no ano passado. Vamos torcer para que Ari Millen esteja à altura da nossa protagonista e nos entregue um trabalho do mesmo nível no próximo ano. Até lá!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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