Depois do painel de Doctor Who, Steven Moffat, co-criador de Sherlock, se uniu à produtora executiva Sue Vertue e ao ator Rupert Graves no palco da Comic-Con para mostrar o primeiro clip do Especial de Natal da série da BBC e anunciar que o episódio será exibido em algumas salas de cinema ao redor do mundo.
O primeiro vídeo do epecial que será ambientado na Londes Vitoriana mostra Holmes (Benedict Cumbertch) e Watson (Martin Freeman) chegando à BaKer Street e Ms. Hudson (Una Stubs) reclamando que não recebe muita atenção nas histórias de Watson. Veja o vídeo:
Moffat disse durante o painel que espera que o Especial estreie este ano, mas não confirmou a data. Sobre a trama o co-criador garantiu que a série deve manter o humor. “É Sherlock, como vocês conhecem. Mas na era ‘correta'”, afirmou. “É inequivocamente o nosso show, e nosso mundo”, acrescentou Sue Vertue.
Ele ainda disse que um dos maiores desafios para a adaptação foi que as mulheres não falam muito nos livros original. “Mrs Hudson mal tem uma fala”, reclamou. Moffat explicou que as personagens femininas da série não têm espaço em uma “era incrivelmente sexista”. Mary Mortan, que na série é interpretada por Amanda Abbington, não faz muita coisa depois que ela deixa de ser o foco no livro “O signo dos quatro” (The Sign of the Four, nome que é referência ao segundo episódio da terceira temporada, chamado de The Sign of the Three) e Molly Hooper, interpretada por Loiuse Brealey, simplesmente não existe na obra original. Por isso, o desafio foi trazer as mulheres para o Especial de uma forma que faça sentido.
Sobre a trama, Moffat não revelou nada e disse que a palavra chave é “ghost“.
Antes do clip, o painel mostrou um vídeo com Benedict Cumberbatch, Andrew Scott e Mark Gatniss pedindo desculpas por não estarem presentes no evento. No vídeo, os atores brincam com os compromissos que eles têm que os impediram de ir para San Diego. O vídeo termina com Scott dizendo “Miss me”, em referência ao final da terceira temporada da série. Veja o vídeo:
Apesar de não ter começado a escrever a quarta temporada, que deve estreiar apenas em 2017, Moffat prometeu que terá cliffhangers “chocantes, emocionalmente desgastantes, que você nunca será o mesmo outra vez e nunca vai parar de chorar” e garantiu que ele já sabe onde quer chegar com a história.
Sobre as expectativas de Graves para a próxima temporada, o ator afirmou que está feliz que Lestrade sempre está fazendo as mesmas coisas (mas usando uma palavra menos educada que essa). Apesar da falta de reconhecimento de Sherlock, Moffat afirmou que a inteligência do personagem de Graves está em reconhecer uma pessoa mais esperta que ele e nunca ter vergonha de pedir ajuda à Sherlock.
Graves acrescentou que eles desenvolveram e “aqueceram” o relacionamento entre seu personagem e o de Cumberbatch. Isso é evidenciado quanto Lestrade descobre que Sherlock está vivo e o abraça. “Você dá um grande abraço nele e Sherlock não sabe o que fazer”, relembrou Moffat. O relacionamente entre os personagens faz que Lestrade, que está em apenas cinco ou seis histórias no livros, ganhe mais espaço na série.
Quando perguntado se Lestrade se tornou mais adorável porque era o melhor para a série ou se Graves era muito charmoso, Moffat disse que o ator mostrou uma versão de Lestrade que eles não estavam esperando, que era um policial muito bom. “Um policial que você acredita que pode ser a estrela de uma série em que ele provavelmente não vai conseguir resolver os crimes”, disse.
Moffat falou um pouco sobre o seu processo de escrita, que ele descreve como “paranóia, parece que estou sendo assombrado, um estado miserável e estou sempre pensando ‘Eu não posso fazer isso, eu nunca vou terminar isso'”. Por sorte, ele conta com a ajuda de Vertue para lembrá-lo que isso acontece em todos os scripts em algum momento.
Apesar do processo caótico, Moffat admitiu que o “I am Sherlocked” de Irene Adlers foi uma das melhores coisas que escreveu. Quando perguntado se a personagem, que apareceu na segunda temporada da série, pode voltar, Moffat afirmou que não sabe e que nós não sabemos o que aconteceu com Sherlock e Irene. “O episódio dela está próximo de nossos corações”, disse. Mesmo assim, Moffat contou que escreveu sobre essa noite apenas para seu próprio prazer. “Não era nada libertino, terminava com ela roubando todas as roupas dele”.
De qualquer forma, Moffat afirmou que prefere escrever momentos que Sherlock é enganado pelos seus oponentes do que quando o contrário acontece. “Em ‘His Last Vow’, ele é completamente derrotado e atira na cara do vilão! Os momentos de alta tensão na vida de Sherlock são aqueles que a razão suprema não funciona e nós vemos o seu grande coração aparecer para salvar o dia”.
Se você depois de 18 meses sem um episódio novo da série e disposto a esperar ais outros 18 já esqueceu o que faz Sherlock tão popular, Moffat fez questão de lembrar. “Eu acho que nós sempre vamos nos apaixonar pela ideia do homem que entende tudo menos a si mesmo”, afirmou. “Ele é um indivíduo danificado de uma maneira estranha, eu acho que nos apaixonamos por um gênio extravagante, pelo o que Benedict chama de superpoder possível e pelo calor e gravidade da amizade entre esses dois homens”, completou.
Moffat ainda respondeu várias perguntas sobre personagens que não estão na série, pelo menos ainda. Sobre um terceiro irmão para a família Holmes, o co-criador primeiro perguntou “Que terceiro irmão?” e depois que a fã lembrou que Mycroft disse “Nós todos sabemos o que aconteceu com o outro”, Moffat prefere não responder e sorri maliciosamente. Sobre a Mrs. Turner, vizinha da Mrs. Hudson, Moffat explicou que a personagem surgiu de um erro de Doyle, quando o autor que dão origem a série muda o nome da Mrs. Hudson sem motivo algum por algum tempo.
Assim como no painel anterior, Moffat não escapou de perguntas sobre um possível crossover entre Sherlock e Doctor Who. Moffat disse que ele ainda quer que esse encontro aconteça porque ele é basicamente uma criança com action figures e morre de vontade de colocar Holmes com um Dalek. Ele contou que já filmou esse encontro quando ele estava na universidade, mas com uma câmera 8mm e que sua irmã atuou nos dois papéis.
A última pergunta do painel foi sobre Cumberbatch como Sherlock e se existiu alguma preocupação que ele não era bonito o sufiente para o papel (Oi? Como assim?!). “Existiu um medo leve de ‘vocês nos prometeram um ator muito bonito, Benedict é bonito, mas ele não é deslumbrante'”, Moffat brincou. O co-criador contou que assim que o ator colocou a roupa, o casaco e o chapéu, ele tornou um ídolo de matinê!
Vocês estão com saudade de Sherlock? Gostaram do clip? Para saber mais sobre as novidades de Sherlock e mais sobre a Comic-Con, continuem acompanhando a nossa cobertura do evento.
