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Parenthood – 6×13 May God Bless And Keep You Always (Series Finale)

Por: em 3 de fevereiro de 2015

Parenthood – 6×13 May God Bless And Keep You Always (Series Finale)

Por: em

Em uma das milhares tentativas em tentar convencer as pessoas ao meu redor a ver Parenthood, eu mencionei que todos deveriam assistir por diversos motivos. Entre eles, a compaixão. As pessoas definitivamente aprenderiam mais sobre compaixão, mais sobre serem responsáveis pelas suas próprias vidas e a vida de quem eles amam e quem os amam de volta.

Esta série é uma linda e muito bem escrita lição sobre a vida e o que é realmente importante enquanto respiramos: amar acima de tudo, viver acima de tudo, e principalmente… apreciar as pequenas coisas que nos esquecemos no dia a dia. É sobre ser honesto, não importe a situação e aceitar que sim, cometeremos enormes e terríveis erros – mas esse é só um detalhe da figura como um todo; e do lado dele, há mais ainda pequenos detalhes que esquecemos de olhar com mais profundidade na nossa rotina diária. É saber enxergar tudo com um pouco mais de sabedoria e perceber que a vida é como se fosse um paraíso emprestado. E nós teremos que devolvê-lo algum dia. Mas antes que o façamos, vamos viver. E deixar viver.

Essa introdução foi só um resumo do que Parenthood nos fez por seis anos. E a series finale da nossa favorita não poderia ter sido menos perfeita.

Já começamos com um discurso do nosso patriarca Zeek falando sobre Sarah – mas, na verdade, se pensarmos bem, ele falou sobre a série em geral. “It’s all about the love”. Se sua filha foi uma professora para ele, Jason Katims foi o nosso – nos ensinando a amar incondicionalmente, sem nos apegar a nada material, à nenhuma produção televisiva monstruosa e a nenhum efeito visual magnífico. Mas àquelas pessoas simples: a nossa mãe, nosso tio, nosso irmão, nosso sobrinho. E um roteiro escrito de forma sutil, porém brilhante. Brilhantemente capaz de nos destruir e ao mesmo tempo nos acalentar.

Parenthood precisou de poucos ingredientes para conquistar seu pequeno, porém lindamente fiel, público. O elenco impecável e escolhido a dedo tem uma química incrível. O roteiro tão sensível à nossa realidade é quase fora de realidade (que me perdoem a redundância e incoerência na mesma frase!). E a trilha sonora chega como cereja do bolo. Enfim, depois de tantos especiais já feitos pela equipe do Apaixonados por Séries, essa última review também será especial. Então eu tive ajuda de alguns dos meus parceiros para deixá-la um pouquinho mais pessoal e mostrar ainda mais como a série é importante para nós e como doeu deixá-la para trás.

Adam, Sarah, Crosby e Julia são filhos de Zeek e Camille – e assim se iniciou a história dos Braverman…

Por Leandro

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Ser o filho mais velho de uma grande família pode não ser a posição mais fácil de alguém ter, mas Adam conseguiu cumprir com maestria seu papel durante a sua trajetória em seis temporadas. Um pai presente, um marido espetacular e, acima de tudo, um grande amigo que todos sempre puderam considerar. E o engraçado é imaginar que por ser considerado como a fortaleza da família, Adam tenha deixado a sua própria felicidade na espera. Desde que o conhecemos, o personagem busca por aquele que será seu trabalho dos sonhos e acabou o encontrando no meio do sonho de sua mulher, Kristina. Minha mãe comumente diz que a mulher tem o poder de levantar o homem ou afundá-lo de vez e se vimos algo que valeu a pena nesse casal foi a sua inabalável parceria por todos os momentos que tiveram de passar. A descoberta do diagnóstico de Max, as mudanças de Haddie, a gravidez inesperada de Kristina, como também seu câncer. Tudo que poderia ter colocado dos dois em lugares completamente diferentes, só serviu para os aproximar ainda mais e unir um núcleo familiar muito importante para todos nós.

Estranho pensar que eu, no auge dos meus 23 anos, me identifique mais com o mais velho dos Braverman, mas é a verdade. O senso de responsabilidade pela família, pelos irmãos, pela felicidade coletiva, pelo todo. E, no último episódio, foi isso que acabamos presenciando: depois de tanto buscar a felicidade, ela estava ali, na entrega do diploma para o filho que ele sempre quis mostrar ser capaz como qualquer outro. Obrigado Adam, Kristina, Haddie, Max e também a pequena e fofa Nora – obrigado por nos mostrar que uma família pode lidar com os mais variados problemas e permanecer sim unida e, acima de qualquer coisa, tentando ser feliz.

Por Alexandre

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“Você sempre foi minha favorita”, disse Zeek para Sarah neste episódio. Contudo, quanto aos fãs, Sarah sempre dividiu opiniões – sendo geralmente a Braverman “menos” favorita. Responsável pela porta de entrada de muitos na série (especialmente os orfãos de Gilmore Girls, que seguiriam Lauren Graham até onde ela fosse), a personagem deu o pontapé inicial no programa ao voltar para a casa dos pais com dois filhos adolescentes para criar. À época, Drew e Amber ainda eram crianças – e, a seu modo, a própria Sarah ainda era. Sem a maturidade necessária, sem emprego e com o apoio dos irmãos e de Zeek e Camille, Sarah começou sua jornada e, como bem disse Drew em seu discurso, muitas vezes deixou de viver para que cuidar dos filhos. Sua jornada foi um pouco complicada. Enfrentou a ausência do ex-marido Seth, um romance complicado com o professor de seus filhos, Mark Cyr, além de sempre estar presente na vida de ambos: Quando Amber e Haddie brigaram por Steve, quando Drew não sabia que caminho seguir, quando Amber saiu de casa, quando Drew passou pelo peso de um aborto da namorada, quando Ryan e Amber ficaram noivos, quando ele a deixou, quando ela engravidou… Em momento algum, Sarah abandonou seus ‘bebês’. E nesse series finale, tivemos a constatação de que ela encontrou a pessoa certa para continuar ao seu lado nessa jornada. Hank foi o responsável por muitas torcidas de nariz. Ele entrou na série no momento em que o romance de Sarah e Mark estava no ápice e praticamente todos torciam pelo professor. Mas Mark se foi, como os outros homens da vida de Sarah. E Hank ficou. Durante toda essa temporada final, assistimos o aprimoramento da relação dos dois (e especialmente, da relação entre Hank e Amber e Drew – sendo ele, muitas vezes, mais pai do que o próprio Seth) e quando vemos o sorriso de ambos no casamento e depois todos felizes sentados a uma grande mesa de jantar, com Amber e seu marido recebendo o pequeno Zeek após um fim de semana, provavelmente, dos braços de Ryan, a certeza que fica é de que Sarah encontrou um final feliz. Pra ela e pros seus filhos.

Por Marina

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Nenhum Braverman participou tanto da transição da vida jovem para a paternidade e vida adulta quanto Crosby, por isto ele foi, talvez, o personagem que mais evoluiu ao longo das seis temporadas de Parenthood. Vê-lo ter medo de assumir o próprio filho ainda nos primeiros episódios da série, para depois ir se apaixonando perdidamente pela criança e, consequentemente, por sua mãe, foi uma jornada deliciosa de se acompanhar. Para quem vive a faixa de idade que varia entre os 25 e os 30 e poucos anos, era praticamente impossível não se identificar com Crosby. As inseguranças, as decisões imaturas, as falhas, a cobrança excessiva pela maturidade que ainda não havia chegado e a necessidade de abandonar certos hábitos de vida em prol da vida adulta são situações que todos nós (pois me incluo nesta faixa etária) vivemos. O último episódio de Parenthood serviu para coroar tudo o que a vida ensinou para Crosby, mostrando que aquele rapaz imaturo que sempre se escondia atrás da asa do irmão Adam, é hoje capaz de viver sua vida (pessoal e profissional) sozinho. É claro que, para isto, ele precisou de ter uma forte mulher como Jasmine para lhe dar todo o suporte (e comprar suas brigas, quando necessário) e contou com um último empurrãozinho de seu pai herói, Zeek. Ver Crosby nas últimas cenas levando em frente o The Luncheonette com a ajuda de Amber e sendo apoiado por sua linda família, foi o melhor final que este complexo personagem poderia ter.

Por Julia

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Embora não pareça e ninguém acredite, Julia é a caçula dos quatro irmãos. Ela, a trabalhadora da família, que de dona de casa nunca teve nada. Eu como a mais nova de três irmãs, não tenho absolutamente nada em comum com ela. Talvez por isso eu a admire tanto e a tenha como preferida: ela é tudo que um dia eu gostaria de ser. Mãe, bem sucedida profissionalmente, com uma família linda (e muito bem casada, abençoado seja o Joel, amém). Quem a vê de fora deve pensar que sua vida é perfeita. E foi muito bom assistir tudo de camarote por seis anos. Depois de batalhar para conquistar uma relação com sua única filha Sidney, pois Joel era a “dona de casa”, ela lutou para adotar uma criança, se frustrou ao perder um bebê quando percebeu que a mãe biológica havia desistido de deixar a criança para adoção – mas esteve ali ao lado dela em todos os momentos (e cortou o coração de todos nós em pedacinhos), teve forças para aprender a amar e ter como filho Victor, que entrou para a família Graham já quase um pré-adolescente… perdeu o fôlego?! Ainda tem mais! Por dois anos, viveu separada do amor da sua vida por crises existenciais de ambos. E nesta última temporada, pudemos ver a volta do casal e eu não poderia ter ficado mais feliz com o resultado. Relacionamentos são colocados à prova todos os dias, e o deles não seria diferente. Ao contrário de Adam e Kristina, que se fortaleceram a cada batalha, Julia e Joel infelizmente não tiveram força pra segurar a barra e soltaram a corda em algum momento. Mas graças a Deus, tiveram o bom senso ao entender que a vida sempre nos dará obstáculos e não devemos desistir a cada um que aparecer. Além de conseguirem a irmã biológica de Victor para entrar na família, Julia também engravidou no meio do caminho, continuando a trilha dos Braverman em quatro irmãos. Se foi clichê ou não, eu pouco me importo. Não poderia ter sido melhor.

Por falar em clichê, eu assumo que esperava um baita clichêzão neste final. Mas então eu penso: os clichês são clichês por uma única razão. Porque eles deram absurdarmente certo um dia. Abracemos a causa. Se foi previsível? Talvez, embora eu tenha me surpreendido com bastante coisa. Mas qual a importância?

Já esperávamos a morte de Zeek desde o início da temporada. O que não esperávamos era a forma como lidariam com essa morte. Só bastou um olhar e um suspiro de Camille e as palavras do Bob Dylan ao fundo para a série terminar. A forma como Jason Katims escolheu ao mostrar que a morte faz parte e a vida continua foi um home run bem sutil. E o seu pedido é uma ordem, meu velho: suas cinzas foram jogadas no campo e um típico jogo de baseball dos Braverman aconteceu ali mesmo.

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E nos embalos de uma linda versão de Forever Young, música da nossa abertura favorita, pudemos ver o destino de cada personagem – e como a vida segue, independente dos obstáculos no caminho. Os problemas do Asperger de Max, mostrados lá no início, naquele piloto bagunçado e cheio de gente (não sei vocês, mas quando eu assisti me perdi em tantos personagens), sumiram quando vimos Hank sentado em uma mesa com sua esposa, filha e enteados – levando uma vida normal, como qualquer um.

E é exatamente nisso que Parenthood brilha. Nessa naturalidade ao tratar de assuntos delicados e que geralmente seriam tidos como polêmicos.

O episódio foi leve, emocionante e devastador para os apaixonados por Parenthood. Nunca, em toda a minha vida de devoradora de séries, sofri tanto com um final. E só quem assiste entende. As lições que os Braverman nos passaram foram inesquecíveis. As lágrimas e as risadas, intermináveis.

Gostaria de agradecer à equipe do Apaixonados por Séries, por confiar a mim a última temporada desta série tão especial. Aos meus amigos e parceiros de blog Marina, Alexandre e Leandro, que me ajudaram nessa review (e em tantos especiais) e sofreram comigo a cada episódio. E a vocês, leitores, por me acompanharem toda semana!

E como toda droga é viciante, nós conseguimos fazer com que alguns parceiros não só assistissem, mas se interessassem pela série! Como última review, temos depoimentos de duas colaboradoras do blog!

“Comecei a assistir a Parenthood sem a menor pretensão de nada; eu só queria ver o novo trabalho da ‘Lorelai Gilmore’. Fazia tempo que não a via na TV e sentia falta. Também não me capturou tão de cara, já que a minha ‘série família’ era Brothers & Sisters e eu ficava meio perdida no caos dos Braverman. Não me lembro quando foi que Parenthood se tornou um dos pontos altos da minha ‘semana seriada’. Só sei que, de repente, me pegava chorando nos episódios mais emocionantes e esperando ansiosamente o próximo episódio. Uma das minhas melhores e mais fortes lembranças foi o plot da adoção do Victor e dali eu sabia que não tinha mais volta. Julia e Joel se tornaram meu casal preferido e eu não admitia que eles terminassem separados. Com o tempo, fui me apegando aos outros personagens, até o Max, que me irritava até metade da última temporada, ou a própria Sarah que, apesar de ter sido a pessoa que me levou à série e ter muitos pontos em comum com a amada Lorelai, nunca foi uma das minhas preferidas. No fim, eu só posso agradecer ao Jason Katims por ter feito e encerrado lindamente as seis temporadas, com todas as homenagens possíveis. Vida longa aos Braverman!” Por Bianca Hayashi

“Fã de qualquer série consegue se identificar quando alguém diz que determinada série mudou sua vida ou que seus dias são mais tristes por não ter a ansiedade do episódio novo. Isso é moleza. Mas é de emocionar qualquer um quando fãs resolvem se unir e fazer homenagens, demonstrando todo seu carinho pela história e os personagens. Sempre tive um pontinha de vontade de assistir Parenthood, mas, por diversos motivos, outras séries acabavam tendo prioridade na watchlist e Parenthood acabava sendo deixada para depois. Isso sempre acontecia, mas, depois de ver a devoção com que os posts especiais de preparação para o series finale foram feitos pela equipe do Apaixonados por Séries, eu não tenho dúvidas: há algo muito especial aí. Algo que estou perdendo e até poucos dias nem tinha noção disso. Por isso decidi: é hora de dar o play e me encantar (e me emocionar) com os Braverman da mesma forma que aconteceu com meus amigos. Até mais, querido leitor (e se você também não assiste Parenthood, vem maratonar comigo)!” Por Renata Vivian

ParenthoodMay you stay…


 

Obs.: Não pude fazer a review do 6×12 por imprevistos pessoais.


Julia Sebber

Amante dos dramas da vida real, assiste qualquer coisa que tenha serial killers e/ou familiares juntos em causas sociais.

São Paulo

Série Favorita: Parenthood

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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