Está na moda. Pelo menos algumas vezes por semana seus amigos no twitter (já segue a gente?) irão comentar algum programa de culinária; se você segue um chef, por exemplo o Carlos Bertolazzi, verá ele comentar o show no dia de exibição e durante a semana interagindo (e muito! – que beleza é viver na época de redes sociais) com os fãs.
Mas porque gostamos tanto destes programas? Não é que tenhamos alguma aspiração a nos tornar chefs.
O formato faz sucesso, veja o número crescente de shows, nos Estados Unidos e no brasil. Temos Top Chef, Masterchef, The Taste, Hells Kitchen… Masterchef tem toda uma franquia, com versões adultas e infantis, em várias partes do mundo. Top Chef também. Muitos programas são inventados a cada dia para passar na TV aberta ou na tv por assinatura (cadê um programa desse na Netflix?). E no Brasil temos a versão nacional do Masterchef, Cozinha sob Pressão no formato do Hell’s Kitchen; programas que estão fazendo muito sucesso.
Estes programas diferem dos que ensinam a cozinhar. Não é só uma pessoa cozinhando e falando o que você deveria fazer, mas um tanto de gente competindo pela aprovação de juízes (sempre chefs famosos) e nem sempre é mostrado como realmente o prato chegou a ficar daquele jeito. Não é a ideia. Nem sempre são profissionais competindo, as vezes são apenas leigos tentando fazer alguma coisa.
Um reality show de culinária apela a algo que todos no mundo fazem: comer. Todo mundo sabe como essa experiência é diferente de cantar, dançar ou sobreviver na selva. Comer é algo que todos fazemos para sobreviver, mesmo que… não saibamos cozinhar.
Mas torcemos por alguém totalmente no escuro, não sabemos nada da sua habilidade de cozinhar, e aqui reside a grande diferença entre estes e os outros Realitys de competição, como American Idol. Temos que confiar e nos identificar muito com os juízes, na capacidade deles descreverem o que sentiram ao comer. A única chance que temos de imaginar essa habilidade é com o chef dizendo se está doce, salgado, se tem boa textura, se está sem graça, precisa de mais ou menos limão.
Os juízes ainda tem um papel importante em deixar tudo um pouco mais complicado: contar o que acontece na cozinha, ou como no Cozinha sob Pressão, coordenar os pedidos, avaliar os participantes e fazer jus ao nome do programa: colocar pressão na cozinha.
É uma mágica o processo de escolha de um vencedor. Não tem como o espectador fazer nenhuma inferência sobre a comida, só sobre o chef e os competidores. É uma magica a descrição e ambiente ao redor. O sucesso vem da manipulação destes itens, além de apresentar alguns desafios bem esdrúxulos que de forma alguma nós imaginaríamos fazer ou mesmo comer!
E quem assiste a um episódio desses e não vai direto para cozinha depois?