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Lone Star

Por: em 24 de setembro de 2010

Lone Star

Por: em

Antes de começar este texto, confesso a vocês que o escrevo com um aperto no coração. O motivo: Lone Star, nova série da Fox, pode não durar mais do que dois episódios. Parece que a baixa audiência do piloto assustou os executivos do canal que, insatisfeitos, já pensam no cancelamento da série. Uma pena, pois entre as estréias a fall season, esta é uma das mais interessantes e originais. Cancelá-la seria uma grande injustiça.

 

No Piloto somos apresentados a Robert “Bob” Allen, personagem interpretado por James Work, um jovem esperto, dinâmico e carismático. É o tipo que não é o galã da turma, mas sempre tem uma namorada por perto. No trabalho, é o queridinho do chefe sem parecer ‘puxa saco’. Na vizinhança, é aquele que cumprimenta a todos pela manhã com um sorriso no rosto. Seria ele um cara livre de qualquer suspeita, certo? Hmmm, não neste caso.

Bob é um golpista que vive uma vida dupla, enganando a todos ao seu redor em busca daquilo que todos nós gostamos, mas que não matamos para ter: Dinheiro.

Metade do tempo, Bob passa em Midland, cidadezinha do interior de Texas, onde mora com sua namorada, a bela e ingênua Lindsay (Eloise Mumford). É lá que ele comete parte de suas falcatruas, quando vende falsos poços de petróleo para a população. A outra metade do tempo, Bob passa em Houston, com sua mulher Cat (Adrianne Palicki de Friday Night Lights), uma jovem sexy e sofisticada, filha de Clint Thatcher (John Voight), um magnata do petróleo que ofereceu emprego ao rapaz em sua grande corporação. Mal sabe o velho que, pelo menos no início, Bob quer apenas roubar alguns milhões de sua empresa.

 

É válido lembrar que, apesar das mentiras, Bob não é um vilão. Na verdade, assim como em todas as séries de drama com personagens problemáticos, ele tem um histórico de vida que o levou a ser um golpista, a começar pela influência negativa de John (David Keith), seu pai e mentor na arte de ludibriar as pessoas. Aliás, se Lone Star tem um vilão (apesar de eu não gostar muito do termo por ser um tanto genérico), este é alguém é John. O personagem será, com certeza, o mais odiado pelos fãs da série (se ela não for cancelada).

Outro fator que torna Bob mais humano e sensível (ou quase isso) é o amor que ele sente pelas duas mulheres. E este sentimento gigantesco (deve ser grande, já que ele divide com as duas) é o que faz com ele se questione se a vida de golpista vale mesmo a pena. No fundo, Bob gostaria apenas de ser um homem comum, com emprego, família e amigos. É a partir deste questionamento que ele resolve enfrentar seu pai e dizer que está ‘pulando para fora do barco’. Há certa relutância no início, mas depois de ouvir os argumentos do filho, John o libera para tentar viver uma vida normal (que não me pareceu uma atitude muito sincera, na verdade).

Pensando em levar uma vida o mais correta possível, Bob decide usar o dinheiro da grande empresa onde trabalha para ressarcir os moradores de Midland que foram enganados por ele. Este novo estilo de vida só não é mais correto porque ele não pretende abandonar uma de suas mulheres. Inclusive, ao final do capítulo, Bob casa-se com Lindsay em Las Vegas. Agora, além de golpista, ele também é bígamo.

Ele que tome cuidado, pois Clint já deixou claro que ninguém pode enganá-lo. Pelo que percebemos durante o piloto, o empresário tinha um irmão que o roubou anos atrás e, como forma de castigo, foi parar direto debaixo da terra. Um passo em falso e este pode ser o mesmo destino de Bob.

 

Lone Star promete. Lembro-me que quando li a relação de séries desta fall season, poucas séries me chamaram a atenção. Lone Star era uma delas. O elenco é ótimo, principalmente James Work. É incrível como em 15 minutos já gostamos do personagem, mesmo ele sendo tão mentiroso. Apesar de ser uma ficção, tudo soa tão verdadeiro, que não parece um daqueles dramas exagerados aos moldes de novelas mexicanas e afins. Cat e Lindsay são adoráveis, cada uma a sua maneira. Fica difícil torcer mais por um do que por outra, pois ambas são carismáticas (apesar de eu ter uma quedinha maior por Lindsay e seu ar do interior). John Voight encarnou bem o papel de empresário durão. Espero poder ver o momento em que ele descobrirá que seu genro leva uma vida dupla. Aposto que serão momentos de forte tensão (caso a Fox não os tirem de nós).

Esta história pode render muito ainda, pois imaginem mais de 20 capítulos com Bob se desdobrando entre a vida em Midland e a vida em Houston. O jeito é torcer para que não cancelem a série tão cedo, pois se depender deste piloto, Lone Star tem tudo para dar certo (pelo menos em conteúdo, roteiro e originalidade, ou seja, o que realmente importa).


Rodolfo

Uma versão masculina da Summer (de '500 Dias com Ela'): Fã de Indie Rock, o certinho da época da Faculdade e um completo 'desapaixonado'

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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