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Smash

Por: em 19 de janeiro de 2012

Smash

Por: em

 

 

Caio: Uma das grandes promessas da mid season 2011/2012 é, sem dúvida, a série Smash. Um drama musical sobre a produção de um musical, criada por Theresa Rebeck e com desenvolvimento de Robert Greenblatt e Steven Spielberg, estrelando Debra Messing, Anjelica Huston, Katherine McPhee, e participações especiais de Uma Thurman. Prometendo músicas originais desde seu piloto, além de covers de outros sucessos, a série mostra a Broadway como ela é: um universo de espetáculos, alguns que dão certos, outros fadados ao fracasso, recheado de artistas que sonham em se tornar algo mais. O piloto disponibilizado em diversas plataformas pela própria NBC, mostrou que Smash simplesmente pode brilhar.

Tobias:  Na história, acompanhamos a disputa entre Karen (Katharine McPhee) e Ivy (Megan Hilty) pelo papel de Marilyn Monroe num musical dos compositores Tom (Christian Borle) e Julia (Debra Messing). A primeira, uma jovem que busca seu sonho de se tornar um grande destaque da Broadway, a segunda, uma experiente atriz que parece ser a ideal para o papel. A produção conta ainda com o diretor Derek (Jack Davenport) e a produtora Eileen (Anjelica Huston). Smash se propõe a mostrar os bastidores desseglamuroso mundo e, pelo que nos foi apresentado nesse piloto, tem tudo para ser eficiente.

Caio: Tem mesmo. A começar pela proposta de mostrar o que acontece atrás das cortinas de uma produção teatral. Nem tudo são flores. Na verdade, a maior parte do tempo você se pergunta se está no caminho certo quando escolhe essa profissão de artista. Nesse piloto vimos a constante pressão que essas duas mulheres sentem no seu dia-a-dia. Enquanto Ivy tem uma formação espetacular, não consegue algo que realmente a coloque sob os holofotes. Já Karen é a eterna sonhadora, um tanto quanto ingênua, mas que não irá se sujar para chegar ao topo. Não tivemos isso nesse primeiro episódio, mas pelas cenas da temporada, parece que o roteiro nos fará torcer por Karen, e enquanto Ivy pode se tornar mais competitiva e assim, ser uma vilã. Porém, a vida das duas é difícil. Em uma ligação para sua mãe, Ivy fica bastante chateada, enquanto Karen precisa enfrentar o eterno desconforto dos pais que sabem como essa vida é desafiadora. A loira é o que um musical pede. É teatral, sabe usar sua expressão corporal e facial – extremamente importante no palco. Já a morena trás um ar fresco e uma certa ingenuidade. Nesse primeiro momento, para mim, o nome Marilyn significa Ivy.

Tobias: Realmente senti falta da exposição da vilã (o), não ficou claro quem aí faria tudo para conseguir o que deseja, mas, como você disse, Ivy aponta para esse caminho, apesar de eu não conseguir enxergar ela aprontando grandes maldades para conquistar o que deseja. Falando das atuações, no início, o elenco parecia frio, afastado de nós, espectadores, mas com o desenrolar da história ficou clara a evolução, já estavam mais acalorados, confortáveis em cena. Surpreendi-me com o desempenho da Katharine McPhee, em nenhum momento ela demonstrou tamanha insegurança a ponto de ser perceptível que ela era uma iniciante, que depois de apenas pequenas participações, já se torna a protagonista de uma das séries mais aguardadas do ano.

Caio: Na verdade não acho que a série deva mostrar Ivy como vilã, mas é impossível não torcer para uma, mais do que a outra. E como Karen é o centro de Smash, sua personalidade a guiará para um patamar acima de Ivy no gosto do público. O piloto mostrou com tanta seriedade e realismo esse universo de produção teatral/musical que arrumar planos maquiavélicos e mirabolantes para a personagem de Megan Hilty, seria um passo na direção novelesca. Aliás, a atriz – que é mais conhecida pelo seu trabalho nos palcos – mostrou que é de fato uma excelente profissional. Para alguém acostumada a expressar grandeza com o corpo e o rosto, soube conter e diminuir a atuação para o que a TV pede, mostrando que é uma atriz de diversas facetas. Porém, gostei muito de ver que a série dá espaço a todos, ao divórcio de Eileen; a adoção de Julia e Frank; o antagonismo de Derek e Tom; e até a paixão profissional do simpático Ellis.

Tobias: A vida pessoal dos personagens se enquadrou perfeitamente. Nos foi mostrado que houve uma preocupação em construir um plano de fundo que, junto com o trabalho nos palcos, possa sustentar o enredo. Claro que tivemos os clichês corriqueiros, como o casamento em risco devido ao trabalho excessivo, mas isso em nenhum momento comprometeu o desenrolar da trama, muito pelo contrário, acrescentou certo realismo. O quesito musical foi outro que não nos decepcionou, as canções apresentadas foram excepcionais, tiveram o tom emocional necessário, transformaram o episódio num espetáculo. E qual o fã de American Idol não ficou nostálgico ao ver a primeira cena com “Somewhere Over the Rainbow“?

Caio: Excelente uso da canção para o começo da série. Nem só fãs do reality show, mas “Somewhere over the Rainbow” é uma música linda, que chama atenção. Iniciar a série com ela, na voz de Katherine McPhee, foi um modo inteligente de prender o telespectador. As coreografias foram outro ponto alto. Só naquele ensaio com Ivy e o número dos jogo de baseball, a produção da série ficou evidente. Ainda não começamos a ver os ensaios com figurino, acessórios, maquiagem…enfim, então foi muito interessante acompanhar os flashes entre realidade e desejo. E é assim que o artista se sente quando entra no papel. Ele precisa imaginar como vai ser, com o que vai contracenar, e nos ensaios é preciso improvisar. Por isso foi muito importante mostrar esses flashes, além de nos deixar ansiosos para quando os verdadeiros musicais acontecerem.

Tobias: As músicas originais que, segundo informações, serão constantes, e no piloto fomos apresentados a “Let Me Be Your Star“, que fechou o episódio. Num trabalho excepcional dos compositores, vimos a descrição da série em uma canção, transmitindo os anseios da produção em forma de música. Smash quer brilhar, e o potencial para isso é imenso. Mas minha favorita foi, sem dúvidas, a versão de “Beautiful’, um música que nos emociona a cada instante deixou a série ainda mais completa.

Caio: Em nossa opinião, Smash tem tudo para ser um grande musical com carga dramática e roteiro forte. A série não precisa abusar de clichês do gênero e colocar pessoas cantando onde elas não cantariam normalmente, como se fosse algo natural. Smash pode contar uma história de superação, mostrando a rotina ágil, desafiadora e, por que não, sonhadora, por trás e pela frente de qualquer produção teatral.

Tobias: Comparações com Glee serão inevitáveis, mas uma não tem a pretensão da outra. Com enfoques totalmente diferentes, é impossível querer achar pontos comuns. Ousada. Instigante. Genuína. Smash promete nos encher de emoção e brilhantismo. Que a sina da NBC com grandes produções que não correspondem na audiência não caia sobre esta!


Tobias Romanzini

Porto Alegre - RS

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Fringe e séries policiais

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