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Suburgatory

Por: em 29 de setembro de 2011

Suburgatory

Por: em

Teoricamente, deveria ser fácil se deixar levar por Suburgatory. A série parece uma mistura de produções bem sucedidas ao longo dos últimos anos, filmes e séries como Eleição, Meninas Malvadas, Desperate Housewives, e até mesmo a recentíssima Awkward, que retratam a vida no subúrbio americano e toda a ironia contida nesse mundo. Mas Suburgatory, infelizmente, também é uma mistura de produções de mesma temática porém de gosto duvidoso como Mulheres Perfeitas e The Real Housewives of Orange County.  Em qual dessas categorias a nova série da ABC melhor se encaixa? Só o tempo dirá. No entanto, após esse fraco piloto, é difícil acreditar que o destino de Suburgatory possa ser longo e próspero.


A protagonista, Jane Levy, certamente tem algum carisma, mas será o suficiente para carregar uma série nas costas? Nem todo mundo pode ser Claire Danes (My So-Called Life). E aqui surge uma dúvida interessante (ou não): toda protagonista  com altas doses de ironia tem que ser necessariamente ruiva? E, embora Jane até lembre Emma Stone em Easy A (A Mentira) – e provavelmente é essa a ideia, já que o filme foi um sucesso de bilheteria, ela ainda vai ter que comer muito feijão com arroz antes de se tornar digna de qualquer comparação. Já Jeremy Sisto, como de costume, não compromete (nem diz a que veio) no papel do pai George Altman, o pai de Tessa.

Surpreendentemente, o personagem mais interessante do piloto foi, sem dúvida, Dallas Royce, a mãe perua interpretada por Cheryl Hines. Embora a atriz e seu nariz saído da Quemlândia melhor se encaixassem num novo filme do Grinch, é irônico que o único resquício de humanidade e sentimento do piloto tenham pairado sobre o ser mais plastificado daquele subúrbio. E é aí que se resguarda a minha fé na série – partindo do princípio que tenha sido essa a intenção dos roteiristas, claro. Já sua filha, Dalia Royce (Carly Chaikin), é tão artificial que fica até difícil encará-la como um ser humano real. Existem meninas assim? Com certeza, My Super Sweet 16 está aí pra provar, mas até que ponto é válido eleger o tipo mais apático de menina como personagem?

Mas o que interessa mesmo é a história, certo? Em teoria, sim. Mas é difícil chamar de “história” esse arremedo de trama ao qual fomos apresentados. Pai descobre camisinha no meio das coisas da filha e se muda para o subúrbio. Filha luta para lidar com as excentricidades dos novos vizinhos. Fim. Piloto de comédia de qualidade é aquele que – se não é engraçado – pelo menos apresenta uma história digna de ser acompanhada nos próximos meses, Raising Hope por exemplo.

Se, pra você, uma boa comédia é aquela que te faz rir, então fuja de Suburgarory. Nem mesmo uma cena com uma mulher caindo na piscina com um celular na mão (e boiando graças ao silicone) eles são capazes de tornar engraçada. Se, pra você, uma boa comédia é aquela cheia de referências e idéias inteligentes, então também fuja de Suburgatory. As “referências” aqui não são bem referências, e sim claramente cópias de sucessos passados.

Mas se, pra você, para ser uma boa comédia basta ter uma dose mínima de ironia que com o tempo a coisa se ajeita… Então Suburgatory é definitivamente uma boa pedida. Mas se você não tiver disposto a se arriscar numa comédia que acabou de começar e ainda não disse muito bem a que veio, fica aqui a dica: enquanto Suburgatory não se define como boa ou ruim, aposte na recém concluída primeira temporada da série da MTV Awkward. Tenha certeza de que você não vai se arrepender.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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