Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Red Band Society

Por: em 21 de setembro de 2014

Red Band Society

Por: em

Faz um tempo que a TV nos promete um bom drama adolescente e nos entrega uma série de clichês sem fim, que fazem da trama algo muito previsível e até cansativa. Por isso que minhas expectativas eram muito baixas com Red Band Society. A série é um retrato claro da realidade de jovens que precisam lidar com problemas de saúde, recorrentes, porém não tão aparentes em grandes tramas (tirando as médicas, claro). Temos todos os elementos fundamentais de uma típica trama adolescente, porém trabalhados de uma maneira diferente, talvez mais íntima do que o comum. As personalidades que estão ali não são rasas, a profundidade de suas inúmeras camadas traz a tona uma identificação quase que imediata com tudo que é dito por eles.

red-band-society-fox

A trama é ambientada em um hospital pra lá de diferente, que serve como casa, escola e algumas outras coisas para seus pacientes, e é narrada por Charlie, um pequeno garoto em coma que ouve tudo que acontece ao seu redor, porém não pode se expressar em resposta. É a partir dele que vamos conhecendo cada um dos elementos que vão temperar essa trama ao longo do tempo. Leo Roth (Charlie Rowe) vive a luta diária contra o câncer e, apesar de aparentar uma força enorme, deixa claro em todos os momentos seu medo de se apegar a pessoas e momentos, visto que pode deixar isso tudo para trás em questão de segundos. A trama o desafia inserindo Jordi Palacios (Thomas Ian Nicholas) como seu companheiro de quarto (e de luta). O garoto que perdeu a mãe e não tem contato algum com seu pai chega no hospital à procura de uma solução para o seu problema nas pernas – apoio que encontra nas mãos do Dr. Jack McAndrew, interpretado por Dave Annable (Brothers and Sisters) – um dos nomes mais conhecidos do elenco.

Essa amizade recém formada parece se encaminhar para um triângulo amoroso com Emma (Ciara Bravo), ex-qualquer coisa de Leo. A menina que mostra seu lado mais cult a todo momento, vive uma relação de extremas provocações com o ex e faz de qualquer coisa para chamar sua atenção, só que seu elo com Jordi parece ser um pouco mais forte que um simples ciúmes. Essa relação pode se desenvolver em algo bastante interessante com o tempo para os personagens e para a própria série que precisa se fundamentar em um eixo amoroso de alguma maneira – tomara que não hajam inspirações em “A Culpa é das Estrelas” aqui, porque não estamos a fim de sofrer, não é mesmo?

vlcsnap-2014-09-21-00h51m30s110

Além dos três, a trama abre espaço para Kara (Zoe Levin), a típica menina má que faz tudo de errado na vida, até chegar em um momento crítico no qual precisa rever todas suas atitudes e para onde está caminhando. Kara pode ser, de longe, uma das melhores personagens se for bem explorada. Sua relação com Charlie, a transformação da personagem depois da descoberta de seus problemas e seu envolvimento com os demais personagens são um caminho interessante que o seriado pode e deve explorar, tentando escapar dos caminhos facies que clichês seguem. Temos também Dash (Astro), tipo de personagem que me irrita em qualquer série com tramas jovens, por ser extremamente forçado e caracterizar a imagem que parte da sociedade tem do que é ser adolescente: ser inconsequente e achar isso maravilhoso. O único ponto interessante é que parece que ele será parte fundamental da mudança na vida de Kara, o que pode ser bacana se bem trabalhado.

Os personagens se ligam com a presença marcante de Octavia Spencer no elenco, dando vida à enfermeira que tem um papel muito maternal na vida de todos que a cercam. Durona, o alívio cômico vai partir dela muitas vezes, claro que não perdendo nunca a veia dramática que a personagem pode explorar. Numa apresentação razoavelmente fluente, o episódio peca nos seus primeiros 20 minutos com uma trama aparentemente lenta e que pode desmotivar o espectador – porém essa construção influencia diretamente nos 20 minutos finais, onde a carga dramática aumenta bastante e você se pega torcendo por pelo menos uma das personagens, o que é sempre um bom sinal.

Alguns definiram a série como um ótimo drama médico que se encaixaria perfeitamente na grade da CW – o que de maneira alguma estaria errado. A série não nega suas influências adolescentes. Porém tenta trabalhá-las de um jeito diferenciado que eu espero que funcione, afinal são poucas as que tentam mostrar o jovem como um ser mais profundo do que os esteriótipos manjados. Vale ressaltar a excelente trilha do primeiro episódio, que contou até com Coldplay em seu ápice. Por hora, ficam as expectativas de uma trama bem construída e densa que nos tire dessa monotonia que anda na TV americana.

Se você ainda não conferiu, fica aqui o trailer da série para atiçar um pouco mais da sua curiosidade.

E você? Já conferiu a nova produção da FOX? O que achou? Não perde tempo e deixa seu comentário porque é ele que vai definir se iremos cobrir ou não a série aqui no Apaixonados por Séries.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×