Depois de um bonito (embora inconsistente) episódio de despedida à Ojai Foods, Brothers & Sisters abriu um bom caminho para a season finale… Mas, conseguiria a série realmente se recuperar e terminar bem o seu pior ano?
A resposta, infelizmente, é não. Até o problema cardíaco de Robert dar as caras, aos 27 minutos, o episódio simplesmente não se comportava como uma season finale. E, pensando bem, ainda passou algum tempo sem se comportar dessa forma. Os últimos cinco minutos do episódio foram muito bons? Claro que sim. Mas é aquela história, se a série não conseguisse ficar interessante depois de um acidente envolvendo todos os seus personagens (todos!), então alguma coisa de muito errado estaria acontecendo. E sinceramente? Me senti um pouco diante de uma trama barata de novela. As coisas não vão bem? Explode o shopping. Inventa um terremoto.
E onde já se viu, arranjar um acidente enorme como esse e não deixar dúvidas sobre o destino de nenhum personagem? Quer dizer, não dá pra ter certeza se Holly continuará viva na próxima temporada ou não… Mas Holly não é das personagens mais queridas da série, certo? E a saída de Rob Lowe do elenco, a essa altura do campeonato, não é mais surpresa pra ninguém é? Até mesmo a Universal já andou deixando isso claro. Ou seja, entre mortos e feridos, muito provavelmente salvaram-se todos menos Robert McCallister.
E depois da viuvez precoce de Kitty, será mesmo que Justin vai partir para o Haiti? Se bem que os produtores da série se pronunciaram sobre a possibilidade de um salto na série de 6 meses a 12 meses. Daria tempo para Justin ir e voltar do seu mais novo sonho, e ter que lidar com as consequências dessa ausência sobre o seu casamento no retorno. Também seria tempo mais que suficiente para Kitty ficar arrasada, passar pelos tais cinco passos do luto, e voltar a ser uma personagem interessante. Até que uma viúva republicana e balzaquiana não é uma má idéia!
Mas, quer saber? Estou muito mais interessada na nova realidade do Tio Saul, descoberta pós-acidente, do que com o novo estado civil de Kitty. Teria sido no mínimo ridículo se todo esse plot de HIV tivesse sido criado, em plena season finale, apenas para o resultado vir negativo. É claro que ele estaria doente, e era só uma questão de tempo pra o resultado positivo vir à tona. E mesmo que hoje em dia ser HIV positivo não seja, nem de perto, uma sentença de morte, com certeza essa história ainda dará muito pano pra manga, gerando nóia e culpa aos Walker.
E quão anti-climática foi a descoberta de água em Narrow Lake? Sei que reclamei da possibilidade de ser petróleo, algo já tão batido, mas água? Não tinha nada mais interessante pra inventarem não? Praticamente um milhão de episódios sobre o mistério daquele terreno pra, no final, tudo se resumir a H2O. Me senti assistindo, pela segunda vez, os alienígenas sendo derrotados por míseras bactérias em Guerra dos Mundos. E me arrisco a dizer que até mesmo um comercial de margarina teria sido mais emocionante do que ver Nora, Holly, Sarah e Saul pulando e se encharcando na água de Narrow Lake.
E assim terminou a quarta e insossa temporada de Brothers & Sisters. Claro, não foi de todo mal, e seria injusto dizer que não há bons episódios a serem relembrados. Mas, sinceramente, você se lembra de mais de cinco? Torço pra que a série se recupere na próxima temporada, mas não pode-se dizer que será fácil. A concorrência está aí, mostrando os dentes. E mesmo que ela não seja uma concorrência direta, convenhamos que é difícil fazer parte de duas famílias ao mesmo tempo, e esse ano meu coração é Braverman. E quem ainda não conhece Parenthood, não sabe o que está perdendo.
PS: Uma review atrasada incomoda muita gente. Duas reviews atrasadas incomodam incomodam muito mais. Sinto por não ter escrito as duas últimas reviews, às vezes 24 horas simplesmente não são suficientes. À quem interessar possa, as postarei depois.
