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Dexter 4×05 – Dirty Harry

Por: em 27 de outubro de 2009

Dexter 4×05 – Dirty Harry

Por: em

Dexter

Pra quem não conhece, nunca ouviu falar, odeia o Clint Eastwood, ou, sei lá, ainda vive nos anos 60, Dirty Harry (Perseguidor Implacável no Brasil) é um filme de 1971, estrelado pelo próprio Clint, que interpreta o papel de Harry Callahan, um policial do Departamento de Polícia de São Francisco. Tá, mas o que isso tem a ver com Dexter? Tudo. Ou quase tudo. Dirty Harry quer justiça, mas a buracrocia da polícia não o deixa. Dexter quer sangue, e o consegue exatamente por causa da burocracia da polícia – mas tudo sempre sustentado pelo… código de Harry. Duvido que Jeff Lindsay não tenha lembrado de Clint Eastwood na hora de dar nome ao pai do nosso serial killer favorito.

“Dirty Harry” só não é o título perfeito pra esse episódio de Dexter, porque o Trinity Killer não é burro igual ao vilão do filme setentista, o Scorpio. Mas quem se importa? Depois do cliffhanger que a série deixou nesse 4×05, não quero nem saber de cinema. Só quero que chegue logo o domingo que vem.

Dexter Dirty Harry

Mas nem tudo são flores. “Dex Takes A Holiday” foi um episódio excepcional e manter o nível de qualidade seria complicado. “Dirty Harry“, apesar de não ter conseguido o feito, pelo menos chegou perto. Com um ritmo um pouco menos eletrizante que o episódio anterior, não sei quanto a vocês, mas pra mim a caça de Dexter ao Trinity Killer ficou um pouco em segundo plano. E as responsáveis por isso foram Rita e Deb.

A primeira tá cada vez mais desconfiada do marido, e as desculpas de Dexter cada vez surtem menos efeito. Gosto mais da Rita quando ela fica com o pé atrás. Ela é uma personagem inteligente demais pra ficar presa naquela trama básica de mãe feliz cuidando praticamente sozinha dos filhos. Quanto à Deb, da noite pro dia ela teve sua vida virada de cabeça pra baixo. Primeiro a morte do Lundy e logo depois a separação com Anton. Chance de ouro pra Jennifer Carpenter dar show. O que ela fez com maestria. O desespero de Debra na cena do estacionamento com o irmão foi fantástica, uma das melhores cenas da temporada até aqui.

Dexter Rita Debra

No departamento, a única coisa que me irrita é o caso do assassino das férias. Não gosto quando o foco varia entre casos diferentes, principalmente quando o caso principal é muito melhor, como é o do Trinity Killer. Mal vejo a hora da polícia de Miami voltar às atenções pro serial killer de verdade (o que não trabalha lá pelo menos). Aliás, pensando melhor, o caso do assassino das férias não é, de fato, a única coisa que me irrita. Quinn e a repóter é algo que, por enquanto, me parece bem dispensável. Nunca gostei do personagem do Quinn, e qualquer coisa que tenha ligação com a 3ª temporada ganha a minha antipatia. Até agora o caso da jornalista só me faz lembrar da Yuki na temporada passada: chata, sem graça e que acabou sem levar a história a lugar nenhum.

Quanto ao fato de eu achar a caçada de Dexter ao Trinity Killer em segundo plano, parte se deve à promo do episódio. Quem assistiu já sabia que Dexter iria encontrar o outro serial killer, e tudo que aconteceu até os 5 minutos finais não me empolgou tanto assim. Mas como foi tudo muito bem executado, nem reclamo. E além do mais, o cliffhanger elevou o antagonista da temporada a um novo patamar. Trinity tem uma mulher, tem filhos, tem uma família. Assim como Dexter.

Dexter Trinity Killer

Mas como que ele consegue administrar as carreiras de marido, pai e assassino ao mesmo tempo? Isso é tudo que Dexter quer saber desde que Harrison nasceu. É isso que o preocupa. É isso que tira seu sono. É isso que ele vem tentando fazer, mas nunca com o sucesso desejado. Afinal, será que é isso que vai fazer com Dexter substitua o desejo de vingança de Trinity pelo de admiração?

Eu duvido. No final das contas, Dexter vai ser igualzinho ao Dirty Harry. Vai chegar junto e perguntar:
Do you feel lucky, punk?

P.S.: Alguém mais lembra de Twin Peaks com aquelas gravações do Lundy?


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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