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Dexter – 6×06 Just Let Go

Por: em 7 de novembro de 2011

Dexter – 6×06 Just Let Go

Por: em

Sabem aquele discurso que eu fiz no texto da semana passada, falando que eu tinha medo de que Dexter pudesse cair de novo nos mesmos erros passados e pecar pela falta de ousadia? Pois é, esqueçam. Esse episódio veio na hora exata e incinerou qualquer receio. Dexter AINDA sabe fazer mudanças de rumo como poucas e Dexter AINDA sabe ousar. Just Let Go me deixou de uma maneira que há muito tempo um episódio da série não deixava. Eufórico, encantado, embasbacado. E isso porque, curioso como eu sou, eu já tava sabendo do que aconteceria na cena final, que foi um grande choque para a maioria, eu acredito. Minhas expectativas que já eram altas agora explodiram e se eu não acredito (ainda) que possamos chegar novamente ao nível de Trinity Killer, pelo menos a possibilidade de chegar perto eu já consigo avistar no horizonte.

Se até semana passada, parecia cada vez mais claro que uma “salvação” para o Dexter era algo possível, agora o jogo se inverteu totalmente. Tudo aquilo que a série construiu gradualmente ao longo dos episódios anteriores foi desconstruído aqui, como um castelo de cartas que desaba ao menor sopro de vento. Em nenhum momento eu cheguei a cogitar a possibilidade do Irmão Sam chegar realmente a morrer (talvez o meu pé atrás com a ousadia da série tenha colaborado muito para isso), então fui tão surpreendido quanto o Dexter quando recebeu o telefonema avisando que o amigo estava hospitalizado. “Amigo”. Eu dei uma atenção especial ao termo empregado pela Deb, porque nunca um termo se encaixou tão bem em alguma relação do Dex. Se a gente parar pra pensar, talvez o Sam seja realmente um dos poucos amigos (talvez o primeiro) que ele teve em seis anos de série. E talvez por isso mesmo tenha sido tão estranho pra ele sentir alguma coisa. A cena em que ele desaba na cozinha quando vai abrir uma gaveta foi incrível e transmitiu toda a confusão que tava acontecendo ali na mente do Dexter. O Harry foi quem deu a grande pista: “Por que é tão difícil você aceitar que se importa com o Sam?” Foi sensacional ele falando que o Sam tinha visto que o Dexter tinha mais do que um dark passenger. Também tinha luz.

Mos Def vai fazer falta. Em apenas quatro (QUATRO!) episódios, ele conseguiu colocar o Sam lá em cima na minha lista de coadjuvantes que já passaram pela série. O carisma gigantesco, os diálogos sempre impecáveis com o Dexter, as lições, tudo… Não dá nem pra estimar a falta que ele vai fazer, mas também não tem como não louvar o caminho escolhido pelos roteiristas. Foi como puxar com força um esparadrapo enquanto a ferida ainda não estava cicatrizada. Aqui que entra aquela questão da ousadia, já que o personagem era quase uma unanimidade entre os fãs. A famosa separação entre luz e trevas já começava a entrar na cabeça do Dexter e perder o amigo assim com certeza vai causar um efeito reversivo nisso. A prova de que os ensinamentos dele estavam sendo levados a série pelo Dex é que ele cogitou a possibilidade de não matar seu assassino, assim como o Sam lhe pediu no seu leito de morte (e que cena incrível, não?! Eu nem consegui piscar, com medo de perder algum detalhe importante). Ele deu a opção do cara se entregar a polícia! Quantas vezes vimos o Dexter fazer isso? Nenhuma.

E certamente o fato do Nick ter recusado se entregar foi o que o Dexter precisava pra explodir.  A sequência na praia foi sensacional, do começo ao fim. Michael C Hall mostrou novamente porque é tão elogiado e entregou uma atuação perfeita em nuances. A dor estava estampada no rosto dele enquanto afogava o assassino do Sam. E o There’s no light in me foi de arrepiar. Alguém duvida de que o dark passenger vai se mostrar ainda mais presente de agora em diante? Se semana passada, uma “redenção” e uma separação entre luz e trevas parecia um pouco próxima para o Dex, agora ela nunca esteve tão distante. E aquela aparição chocante do Rudy/Brian no final torna isso mais claro.

Há cerca de 3 semanas, os produtores avisaram que a cena final desse episódio traria um retorno chocante, que poderia alterar os rumos não apenas do Dexter como personagem mas de Dexter como série. Foram vários os nomes que passaram pela minha mente, indo desde de Lumen até uma reaparição fantasma de Rita ou Miguel. E é claro que o Rudy/Brian também passou pela minha mente. Ontem, após a exibição do episódio, o Ausiello soltou no twitter uma entrevista com o Scott Buck, showrunner da série e ele disse que o Brian será como uma oposição ao Harry; ele vem porque o dark passenger do Dexter agora está intensificado. E ele vai tratar de ajudar ainda mais com isso. Eu mal posso esperar.

Outro que me surpreendeu foi o Travis. Eu não esperava que ele libertasse a garota. Tava esperando pelo momento em que ele iria realmente marcá-la com ferro quente. O que isso traz de novo? Não sei direito, mas eu não quero imaginar qual vai ser a reação do Gellar ao saber disso. No fim das contas, parece que o Travis não é tão influenciável quanto parecia, ou isso foi apenas um lapso momentâneo. As cenas dele com a irmã foram ótimas, não é? Dá pra ver que ele se importa com ela. Alguém cogitou a possibilidade, nos comentários de algum episódio passado, dela ser uma das possíveis vítimas do Gellar e eu começo a achar isso cada vez mais plausível. E, aliás, o Gellar parece cada vez mais insano, não é? Digo, matar seguindo o livro do Apocalipse já seria algo bizarro por si só, mas acreditar que, fazendo isso, está quebrando algo como chaves ou selos para trazer o Apocalipse DE FATO chega a ser doentio. E aquela professora Porter também é um pouco doente, não é? Aceitar participação de uma exposição como aquela, por mais que fosse amante do cara à época, é estranho.

Continuo apostando que teremos Deb aceitando o pedido de casamento do Quinn até o final da temporada. A cena da festa foi pequena, mas significativa. A Deb não respondeu nada, mas tava estampado no rosto dela que ela queria dizer que sim, tinha amado o Quinn. Mas ela tem medo e isso é claro – e compreensível, totalmente condizente com a personalidade da personagem. E que personalidade, não é? Traçando um paralelo com o começo da série, é gritante a evolução da personagem que deixou de ser apenas a irmã do Dexter e ganhou seu próprio espaço. Tô feliz de ver que ela tá cada vez mais firme no papel de tenente. Agora, que porre é o Quinn bêbado, ein? O cara já é chato por natureza, com álcool no sangue então!

Mais alguém achou aquela obsessão do novo estagiário do Masuka pelo Dexter bizarra? Ok que eu não quero me empolgar muito, já que, ao que parece, a história da loirinha ficou pela luva vendida mesmo (me recuso a acreditar nisso e espero que a série me faça morder a língua nos episódios seguintes!). O que eu achei mais estranho no Louis foi que ele tem todo aquele ar nerd de pessoa ingênua, inofensiva… Mas que pode ser uma pessoa totalmente diferente. Não consigo formar nenhuma teoria sobre isso, mas sei que meu sinal de alerta apitou cada vez que o rapaz ficava admirado com o Dexter analisando o sangue.

Rest In Peace, Brother Sam.

Welcome back, Brian Moser. Or should I say Ice Truck Killer?

 

PS. Episódio foi tão bom que até a Laguerta dá pra deixar passar hoje!

PS². Já viram a promo da semana que vem? Chances de termos um episódio ainda melhor são altas!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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