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Grey’s Anatomy – 6×23/6×24 – Sanctuary/Death and All His Friends (Season Finale)

Por: em 22 de maio de 2010

Grey’s Anatomy – 6×23/6×24 – Sanctuary/Death and All His Friends (Season Finale)

Por: em

Se você ainda não assistiu esse episódio, sugiro que pare de ler por aqui. Já viu? Ok. Ainda não? Tem certeza que quer continuar lendo? É por sua conta e risco.

Não sei se vou conseguir escrever um texto conexo, mas prometo que vou tentar. Quando o episódio acabou, eu não tinha condições psicológicas de dizer coisa com coisa, então resolvi esperar um pouco e vir postar aqui depois. Mas eu acabei de ler umas quotes do episódio de tudo voltou de repente. Esse episódio me fez acabar com o restinho de unha que eu tinha. Foram definitivamente os oitenta minutos mais tensos que já vi em um programa de televisão. Eu tremia. De verdade. Tremia como se eu estivesse lá, cara a cara com Mr. Clark, correndo o risco de perder as pessoas que mais amo no mundo. E chorei com se tivesse perdido.

Pra mim, o episódio foi completamente brilhante. Todos os atores estão de parabéns. E tudo encaixou perfeitamente. Trilha sonora e direção magníficas. Acho genial que logo no começo da temporada a Shonda decide o que fazer no season finale e escreve tudo caminhando para esse final. Agora tudo fez sentido. O Mr. Clark, os Mercy Westers, a felicidade plena de Meredith e Derek, tudo. Tô muito curiosa pra ver a versão estendida do episódio, com 18 minutos a mais. O episódio foi de Meredith e Cristina, sem dúvida alguma. Mas vou deixar pra falar delas depois.

Tentei fugir dos spoilers, mas eu já sabia que teria um atirador solto no hospital e já tinha sacado que seria o Mr. Clark. Não tinha visto os dez minutos iniciais que vazaram, então quando ele atirou na Reed assim, não mais que de repente e sem razão alguma, eu comecei a entrar em choque. Daí ele atirou no Alex e eu entrei em choque de vez. Com o perdão do palavreado, mas puta que pariu. A cena do Alex se arrastando todo ensanguentado pra dentro do elevador foi terrível. O choque era tanto que eu nem tive reação, só fiquei encarando minha tv completamente boquiaberta, sem nem saber o que pensar. Cena de filme de terror mesmo, sabe? Eu queria gritar mas a voz me faltava. Pra completar, a April literalmente tropeça no corpo da Reed. E aqui eu deixei todo meu ódio pela April de lado, porque ela foi incrível no episódio inteiro.

O Alex é um dos meus personagens preferidos, só perde pra Meredith e Cristina. Quem me lê aqui já sabe disso. Eu sofri demais vendo ele machucado e a tensão era tanta que juro que até pensei que ele pudesse morrer de verdade. Ele não ama a Lexie; nós já sabíamos disso mas dessa vez ficou bem claro. Ele tava clamando pela Izzie no seu leito de morte. E Lexie fingiu que ela era Izzie, para tentar confortá-lo em um momento tão difícil, pelo amor genuíno que ela sente por ele; amor que ela sente por qualquer outro amigo dela e não um amor romântico. Porque ela ama mesmo o Mark, que também a ama e nós vimos isso no rosto dele. Ele não quer a Lexie só porque não pode tê-la, ele realmente quer construir uma vida ao lado dela e eu mal posso esperar por isso. Quero muito ver os dois juntos e vai demorar um pouco, mas vai acontecer.

Foi triste ver a Callie dizer pra Arizona que ia escolher o caminho mais fácil; ia odiá-la ao invés de tentar ser amiguinha. Convenhamos, é realmente o caminho mais fácil, mas ainda bem que não deu certo pra duas. Quando Mr. Clark entrou na ala infantil, abriu a porta do quarto e a Callie calmamente tomou controle da situação, porra, meu amor por ela triplicou. Ver a Arizona desesperada, there are only children in here, destruiu meu coração. O final das duas foil indo, quando elas perceberam que não querem ser felizes longe uma da outra. LINDO. No meio de tanta tragédia, a gente precisava de um final feliz que fosse, não?

Bailey, oh Bailey. Como a Chandra Wilson é foda. A mulher merece todos os prêmios possíveis e imagináveis pela atuação fantástica nesse episódio. Nossa, o terror nos olhos dela vendo o Charles agonizado ao lado dela e ela completamente impotente… aí Mr. Clark tirou ela de debaixo da cama e eu juro que meu coração parou por alguns segundos. Ver Bailey levar um tiro ali seria demais pra mim, mesmo sabendo que nada aconteceria a ela. Ela engoliu o pavor e conseguiu se recompor o suficiente para poder ajudar o Charles e quando viu que não havia mais o que ser feito, ela desabou. Chorou, gritou, esperneou. Que cena mais dolorosa, nossa! E com toda calma do mundo, aceitando sua impotência, botando a cabeça do Charles no colo e dizendo que ele não ficaria sozinho. Olha, foi uma das cenas mais emocionantes que já houve na série inteira e mesmo não gostando do Mercy Wester, não tive como segurar as lágrimas e chorei feito criança.

Adorei o Chief se referindo ao Seattle Grace como “meu hospital”; afinal, ele dedicou a vida inteira aquele lugar e não é porque ele não é oficialmente chefe que ele deixou de ver o pessoal que lá habita como seus filhos. E foi lindo vê-lo recuperado, sóbrio há seis meses, sem medo nenhum de ser baleado, conversando com o Mr. Clark e naquele momento, retomando o controle da sua vida. Com o Derek afastado do cargo, ele deve voltar a ser Chief? Espero que sim.

Vamos então aos pontos mais importantes do episódio: Cristina e Meredith.

Meredith Grey nunca quis ter filhos. Ela foi negligenciada durante toda a sua infância, tanto por uma mãe que só pensava em trabalho e não tinha talento algum para maternidade, quanto por um pai alcoólatra. Ela não foi amada o suficiente e demorou para que ela conseguisse encontrar o amor; para que ela aprendesse a se amar, para que então conseguisse deixar alguém amá-la. Ela nunca nem pensou em filhos. Mas aí ela encontrou Derek e tudo mudou. Depois de tantos obstáculos, eles alcançaram o estágio final da busca humana por uma companhia. Ela estava em paz consigo mesma, em paz com o amor. Pela primeira vez, ela viu que o amor não precisava ser doloroso e podia ser cheio e alegria e de prazer. Ele sempre quis filhos e ela começou a pensar em ter filhos por ele, com ele. Como residente, ela encontrou amigos que viraram a família perfeita que ela nunca teve e ela viu que podia ser uma boa mãe; ela entendeu que não precisava repetir os mesmos erros que sua mãe tinha cometido. Só que isso é muito recente; ela começou a aceitar a idéia de que ela poderia amar uma criança há pouco tempo. E por isso eu não queria que ela tivesse filhos agora e fiquei puta da vida quando vi que ela ficaria grávida nesse episódio. Pra mim isso não fazia sentido. Ela tá no início da carreira, ainda não se estabeleceu profissionalmente. Ela saiu de uma fase totalmente sombria e há pouco começou a experimentar o que é ser feliz de verdade. Ela não tava completamente pronta pra ser mãe e nem tinha certeza absoluta de que queria isso de verdade e eu queria que a Meredith tivesse tudo, porque ela merece, né? Ela merece ter marido, amigos, carreira, filhos, tudo que ela quiser. E foi por meio de uma gravidez acidental que ela teve certeza. Ela ficou feliz; sua melhor amiga ficou feliz junto. Aí ela percebeu que ela podia sim ter tudo, quando inesperadamente alguém ameaça levar seu grande amor embora.

Ver a Meredith empurrando a Cristina pra ir atrás do Derek e depois vê-la num grito mudo e desesperado quando ele foi baleado provocou em mim sentimentos que eu nem sabia ter. Não dá pra descrever o que eu senti. Nunca vou esquecer as palavras dela pra ele. Aguenta, por favor, aguenta. Eu te amo, por favor não morra. Não morra. Você entende? Eu não posso viver sem você. Se você morrer, eu morro. Por favor não morra. Eu escolhi você, você não pode morrer. Não, você fique acordado. Fique acordado! Foi tudo muito intenso. Tudo. Ela sentada no chão segurando a mão da April foi LINDO. Muito emocionante. E depois ela se ofereceu pra morrer no lugar do Derek. Preciso dizer que eu tava desidratando? Nossa, aquela cena foi dolorosa DEMAIS. A Ellen Pompeo estava simplesmente perfeita. Aí o Derek morreu e mesmo eu sabendo que aquilo simplesmente não podia ser real, eu desabei junto com o choro desesperado da Meredith. Ela tinha passado o dia tentando contar a ele que estava grávida e pra ela, naquele momento, tudo acabou.

Claro que o Derek não tinha morrido e o Avery salvou o dia com a genial idéia de desplugar os aparelhos. Deixa eu abrir um parêntese aqui pro Avery, que sempre se destacou dentre os Mercy Westers e foi incrível durante o episódio inteiro, conseguindo se manter sempre calmo e focado. Com todo o estresse da situação, a Meredith perdeu o bebê. A cena foi linda. Meu coração se estraçalhou em milhões de pedaços por ela quando ela disse que estava sofrendo um aborto. Não dá nem pra imaginar a dor física e emocional que ela estava passando naquele momento, em meio a todo o caos. Foi então que ela pode perceber o quanto ela é capaz de amar; o quanto ela quer uma família com o Derek. Agora ela sabe, ela tem certeza. Ela vai sim ter filhos, ela vai sim ter tudo, só não agora. Porque a vida não acontece exatamente como e quando queremos, ela simplesmente acontece. Agora sim eu quero ver a Meredith mãe, porque eu sei que isso é a próxima etapa natural do processo pra ela. Um filho agora será uma alegria, não um fardo. Como a Shonda falou, a Meredith só ficou grávida porque ela ia perder o filho e eu a entendo completamente. Entendo todas as razões que levam ela a fazer o que faz.

Se eu já amava Cristina Yang, posso dizer que esse amor se elevou a vigésima quinta potência. É redundante dizer que a Sandra Oh merece todos os prêmios que existem. A Cristina foi a fortaleza do episódio. Ela conseguiu salvar a vida do grande amor da sua melhor amiga sob a mira de uma arma. Tudo pelo amor que ela tem pela Meredith. Definitivamente, a amizade delas aqui conseguiu chegar ao topo das amizades mais belas da televisão. É lindo demais de se ver. Elas se amam como irmãs, como cúmplices, como almas gêmeas. Elas se entendem no olhar. E uma faria qualquer coisa pra proteger a outra, até levar um tiro, disso não há dúvidas. A relação delas é o que há de mais sólido na série.

E Grey’s Anatomy é uma série sobre isso, sobre as relações humanas. De amor, de ódio, de amizade, de piedade, de companheirismo. Grey’s Anatomy não é uma série médica. Os casos médicos, o hospital – mero detalhe. Grey’s Anatomy é uma série sobre pessoas e sobre como elas lidam com seus sentimentos, sobre como elas sobrevivem em meio à loucura de estar vivo e em meio a todas as incertezas que isso acarreta.

Owen finalmente escolheu Cristina. Não sei se estou feliz com isso, mas espero que ele consiga um dia ser merecedor da mulher fantástica que ele escolheu. Sei que a Meredith vai vigiar de pertinho caso ele tente machucar a Cristina de qualquer forma. É, eles terminaram durante o episódio, mas Owen foi atingido e Cristina pediu pra Meredith salvar o seu cara e foi foda ela chamando a Meredith de Mer e logo após de Dr. Grey.

Quero muito ver como a season 7 premiere será construída. A Shonda disse que ainda não sabe o que vai acontecer, se vamos ver o episódio continuar de onde parou ou se haverá uma passagem de tempo. No entanto, ela assegurou que a Meredith não vai voltar a ser dark and twisty. Não sei como, mas in Shonda we I trust. Como eu falei, eu entendo todas as razões por trás de tudo o que a Shonda faz. A mulher é gênia. Juro que se eu encontrasse com ela na rua eu corria pra abraçá-la e agradecê-la por tudo. Tô muito curiosa pra ver como todo mundo vai lidar com o ocorrido, especialmente o Derek. Já é Setembro, por favor?

P.S.: Quero agradecer aqui a Julia, que freaked out comigo antes e depois, que entende a Shonda e sente tudo assim como eu. E também a Nathi, que não esteve tão presente nessa temporada de Grey’s mas que também sabe o que  é a loucura de ser completamente maníaco por Grey’s Anatomy. E que venha a sétima temporada!

P.P.S.: Quem puder, leia o que a Shonda Rhimes escreveu sobre o episódio no blog dos escritores de Grey’s e depois leia a entrevista que ela deu sobre o season finale para o Ausiello. Vale a pena.

P.P.P.S.: Se alguém quiser alguma imagem, pode pegar, mas dá crédito, tá? Tive todo o trabalho e dar print e editar. Obrigada.


Bruna

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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