Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Grey’s Anatomy – 10×06 Map of You e 10×07 Thriller

Por: em 4 de novembro de 2013

Grey’s Anatomy – 10×06 Map of You e 10×07 Thriller

Por: em

10×06 – Map of You

Alex Karev

Map of You foi um episódio diferente. Quando assisti pela primeira vez, achei ruim. De uma segunda, já consegui curtir mais. E, de uma terceira, adorei. Não sei explicar exatamente como ele se maturou tão bem comigo, mas acho que o grande segredo pra que ele funcionasse foi que o foco deixou de ser o melodrama que estava nas entrelinhas e esteve em coisas simples, como a caneca de Meredith e Derek.

A parte mais dramática ficou para o Alex, que vem segurando a história mais interessantes até agora, mas que, ainda assim, carece de uma melhor estruturação. O problema com essa trama é que tudo nela vem acontecendo muito rápido. Claro que agilidade é bom, mas não quando o roteiro simplesmente joga os fatos e os atropela, como o de Grey’s vem fazendo. A trama funciona porque o Justin Chambers segura muito bem todas as incertezas e dores do Karev. Com o olhar e o jeito de falar, ele consegue transmitir toda a mágoa que o pediatra do Seattle Grace sente de sua figura paterna. O confronto dos dois no bar é, fácil, uma das melhores cenas da temporada até agora.

Murphy, agora envolvida com Arizona, passou a aparecer mais, o que nunca é bom, assim como nada que dê mais foco aos internos, que estão melhores que o ano passado, mas que nem de longe funcionam como deveriam. Não colou todo o suspense que ela queria fazer em torno de quem era a pessoa misteriosa com quem ela tinha dormido e cola menos ainda esse apego todo que ela passou a ter a Arizona, mas é preciso elogiar como a própria série reconhece isso ao colocar na boca de outros personagens falas sobre não fazer sentido como Leah se apega tão rápido às pessoas.

O caso cuidado por Derek e Callie foi emocionante e serviu, de certo modo, como um “despertar” de Sheperd. Gostei de ver que ele e a Meredith conseguiram superar uma crise no casamento antes mesmo que ela acontecesse. Só não sei até quando vai funcionar essa história de posso-pegar-menos-cirurgia-enquanto-você-faz-sua-pesquisa. Todos sabemos que Derek é apaixonado pela neurologia e por mais que ele também seja por Meredith, Zola e o pequeno Bailey, vai chegar uma hora em que a falta deve apertar e é exatamente nesse momento que o perigo reside.

Ver a Mer acordar pra pesquisa também é um bom sinal. É a prova do amadurecimento da personagem e de como, mesmo duras em demasia, as palavras de Cristina surtiram algum tipo de efeito. Sempre imaginei que a série (ou a trajetória da Mer, já que parece cada vez mais claro que ela chega ao fim antes da ABC decidir encerrar Grey’s Anatomyterminaria com ela se tornando um grande nome do ramo das pesquisas e uma cirurgiã tão ou mais conceituada que Ellis. Aparentemente, esse caminho começou a se desenhar.

 

10×07 – Thriller

Arizona e Murphy

Me corrijam se eu estiver errado, mas esse é o primeiro episódio de Hallowen de Grey’s Anatomy? Lembro de episódios de ação de graça, de dia das bruxas não. Isso poderia facilmente ser enxergado como uma prova do desgaste dos roteiros do show, mas ao invés de focarmos nisso, é melhor apreciar os plots bacanas que ele trouxe – com duas exceções, que comento no decorrer dos próximos parágrafos.

É bom ver que finalmente Arizona e Callie estão deixando as intrigas de lado e voltando a ter uma boa convivência, pelo bem comum de Sofia. Infelizmente, acredito que as duas voltem a ficar juntas até o fim da temporada, mas, por enquanto, tem sido curioso observar o caminho que Robbins e Murphy tem traçado. Eram duas pessoas que eu sequer cogitaria que ficassem juntas e por mais que seja um pouco chato o quanto a Leah tem se apegado muito fácil a Arizona, é bacana ver duas pessoas de personalidades tão distintas tentando manter um relacionamento, ainda que casual. A Arizona só não percebeu ainda, mas no fim das contas, é exatamente essa “casualidade” que a está fazendo seguir em frente e começar a aceitar melhor que sua história com Callie, por hora, acabou.

Como essa parece ser a temporada das crises nos relacionamentos (Cristina/Owen, Meredith/Cristina, Alex/Jo, Callie/Arizona), Bailey e Ben só tiveram mesmo alguns poucos momentos de felicidades após o retorno dele. Por um lado, eu entendo a Bailey. Tão metódica e apaixonada por cirurgia, na cabeça dela é realmente absurdo que o Ben largue a residência pra se dedicar a família. Contudo, o lado dele também precisa ser visto. Ben não é como Bailey. Ele não coloca a medicina acima de tudo. Prioriza emoção em detrimento da razão. Algum dos dois está errado? Nenhum. Só existe aí uma incompatibilidade grande de ideais que eles terão que aprender a lidar, enquanto mergulhamos na 4ª ou 5ª crise do casal em duas temporadas.

De certa forma, isso ressoa um pouco com a história de Cristina e Owen, claro que dadas as devidas restrições, já que no caso destes dois, as concessões feitas teriam que ser bem maiores. É engraçado ver o Owen tentar seguir em frente e, por mais que a gente saiba que ele dificilmente vai conseguir, é reconfortante também. Cristina, por sua vez, parece ter problemas maiores para lidar, já que assiste, impotente, a sua relação com Meredith mergulhar pelo ralo. A coisa aqui é que as duas são orgulhosas o suficiente para tomar o primeiro passo. O mesmo orgulho que eu espero que a impeça de ter qualquer coisa com o Ross. Aquela cena final com ele pedindo para pagar um drinque me arrepiou e não foi no bom sentido. Roteiristas, não. APENAS. NÃO.

A despeito do clima ruim, parece que ao menos Alex e Jo superaram a crise. Continuo não gostando da menina, mas hoje ela ganhou alguns pontos ao admitir que estava errada ao tentar empurrar o Karev pra cima do pai. Um dos melhores diálogos do episódio é entre a interna e Meredith, quando ela diz que nos momentos em que o Alex mais se faz de durão e pede para ficar sozinho, é que ele realmente precisa de alguém ao seu lado. Outras sequências boas nas quais Jo esteve envolvida foram as de Richard, que finalmente parece estar recuperado e, melhor ainda, menos chato. O modo como ele falou com Bailey ao tirá-la de seu caso foi um pouco cruel, fato, mas acho que, no fim das contas, ela precisava mesmo de um choque de realidade.

Os casos do episódio ganharam um bom e merecido destaque. Todos foram bacanas, mas acho que dois merecem um olhar maior: A paciente de Brooks, que parece ter vindo para esclarecer a questão do luto e da culpa de Ross. Se propor a fazer o que ela fazia, ajudando a senhora na surdina, vai ser a forma encontrada por ele de minimizar o sentimento que a morte dela lhe trouxe. E, o outro, a história da menina que estava sob os cuidados do pai, que serviu de metáfora para os conflitos internos que o Alex vem passando.

 

___

 

Agora, eu queria fazer um desabafo. Já foram 7 episódios, não ruins, nem medianos, episódios até bacanas. Contudo, a impressão que eu tenho é que a temporada ainda não começou. Não sei se é o modo morno como as coisas estão caminhando. 7 episódios e quase nada aconteceu. Acabei atrasando estes dois episódios por conta de uma viagem e… vejam bem. Não senti falta. Coisa que aconteceria na 8ª temporada e até mesmo no começo bagunçado da 9ª. Aquela máxima de “não está ruim, mas também não está boa” se aplica perfeitamente a esse começo de temporada. A torcida é que melhore, porque Sandra Oh merece mais de sua despedida. E nós, que acompanhamos a série até hoje, também.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

×