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Grey’s Anatomy – 6x01x02 Good Mourning/Goodbye

Por: em 25 de setembro de 2009

Grey’s Anatomy – 6x01x02 Good Mourning/Goodbye

Por: em

Quando Callie perdeu o fôlego na sala de cirurgia, eu parei de respirar junto com ela. Naquele momento eu me emocionei de verdade. Caiu a ficha pra mim. George O’Malley morreu. Desde quando eu descobri que John Doe era 007, eu senti que ali se perdia uma parte importantíssima da série, e ao que pude constatar nesses episódios, eu estava certa. Um pedaço de Grey’s Anatomy se foi junto com George, um pedaço de leveza, de doçura, de boas risadas. Eu sabia que T.R Knight estava deixando a série, mas ver George indo embora, sendo enterrado, doeu mais do que eu pensei.

A Sra. O’Malley pediu que Callie decidisse o destino dos órgãos de George e sabiamente, ela foi pedir ajuda a Izzie. Por que como ela mesma reconheceu, Izzie era a pessoa mais importante da vida de George naquele hospital. George daria tudo, ela disse. O momento da coleta dos órgãos, quando Bailey assumiu o controle e exigiu saber quem receberia cada parte me fez soluçar, de verdade.

Mas aí veio o funeral e eu fiquei com muita raiva. Olha, eu entendo todos os estágios da dor, entendo mesmo. Entendo que uma pessoa possa procurar todas as distrações possíveis para não sofrer, e achei totalmente crível que a Meredith levou mais de um mês para finalmente chorar e se afogou em trabalho e sexo para esquecer, conhecendo e entendo a personagem como conheço. O mesmo vale pra Cristina. Mas uma crise de riso, sério? Sim, eu sei que existem pessoas que riem em situações de tensão e nervosismo, mas não acho que aquela cena foi necessária. George merecia um funeral decente e cheio de pesar e achei aquela cena um exagero.

Pra mim, o episódio teve duas estrelas: Callie e Bailey. Callie perdeu o ex-marido, perdeu o emprego no Seattle Grace e passou por tudo como uma rock star. Adorei a cena que ela briga com o Chief, sai arrasando e desmorona no elevador ao lado de Bailey. Miranda foi a mais afetada pela morte de O’Malley. Ela não conseguiu chorar e parece ter ficado presa entre os estágios de negação e raiva. No seu surto, até dispensou Cristina da sua equipe. E em um dos ótimos momentos dela com Derek dentro do elevador, chegou a conclusão de que não podia mais se apegar tanto assim. Confesso que quis ver Bailey desabar mas aquele foi o modo que ela encontrou pra seguir vivendo e eu quis correr e abraçar ela pra sempre. Chandra Wilson rouba a cena mais uma vez.

Hunt e Cristina progrediram bastante no relacionamento. Fiquei feliz dele ter finalmente conseguido falar sobre o acidente com ela e gostei dela ter ajudado ele na terapia e ter conseguido agüentar toda a espera. Ainda não sei se os dois podem dar certo como um casal, são duas pessoas imensamente complicadas e eu acho que isso pode atrapalhar a relação no futuro. A cena em que ela deixa Meredih e Lexie com raiva no vestiário e pergunta se tem alguém mais que ela possa ofender foi hilária. A Sandra Oh é incrível.

Lexie foi uma personagem que cresceu muito no meu conceito. Ela conseguiu deixar de ser a irmã chatinha da Meredith para ser a interna mais promissora do hospital, que com certeza terá uma carreira brilhante. Eu gosto dela com Mark e ri muito quando ela perguntou a Callie quão gay ela era em uma escala de zero a gay. Adoro a amizade de Mark e Callie e ainda quero dar boas risadas com os dois, principalmente agora que eles são vizinhos.

Alex não sabe como lidar com o medo de perder Izzie e isso está afastando o casal. Quando ele explodiu e disse que tinha medo de tudo, até de respirar, por que ela morreu em seus braços, nossa. Eu sempre torci pelos dois, desde que ele a cumprimentou com “Bom dia, Dra. Modelo” na primeira temporada, e acho que ele a ama de verdade, mas querendo ou não, ele casou por pressão. Espero que ele aprenda a lidar com a doença da Izzie, que como vimos, não está curada. Ela vai ter que viver com o câncer, apenas na esperança de que não os tumores não voltem a crescer e será interessante ver alguém tão otimista lidando com uma ameaça constante e real.

O casamento do post-it de Meredith e Derek foi mesmo pra valer, como eu esperava. Pelo histórico dos dois, tanto como indivíduos quanto como casal, não faria sentido um casamento na igreja, com toda pompa. Eles se bastam e isso é ótimo. Eles consumaram o casamento em todos os cômodos da casa, definitivamente, e claro que foram pegos no flagra. O Derek enrolado em um casaco foi demais.

Os dois casos da semana foram bem interessantes. Primeiro, uma adolescente londrina que estava visitando os Estados Unidos e sofreu um acidente de barco. Ela perdeu uma perna e teve ambos os braços reimplantados. A garota entrou em depressão e conseguiu contar o que aconteceu a mãe. Lexie e Hunt a ajudaram na recuperação e foi emocionante quando ela conseguiu andar e pediu para que Lexie chamasse a sua mãe. No outro caso, uma mãe sofria com o as dores do filho, que nenhum médico conseguia diagnosticar. Com muita insistência, Arizona conseguiu descobrir o problema com a ajuda de Derek e a mãe chorou emocionada ao ver seu filho curado. Outra mãe, a de O’Malley, não conseguia entender por que o seu filho queria se alistar no exército. Hunt explicou que O’Malley queria salvar mais vidas e que no final e foi nobre e heróico, dando a mãe razão para que ela tivesse muito orgulho.

O Chief teve seu posto ameaçado e oferecido a Derek, que agiu dignamente ao contar para Richard o que estava acontecendo. A crise econômica mundial afetou a todos e para poder se reerguer, o Seattle Grace vai se fundir com o Mercy West, o que significa cortes no orçamento. Quem será que vai perder o emprego? Callie foi a primeira a rodar e eu fiquei realmente surpresa. O ambiente de outro hospital e a possibilidade de novos personagens não me agrada nem um pouco. Eu não quero que Grey’s Anatomy vire E.R. Diferentemente do drama médico que durou 15 temporadas, Grey’s não tem fôlego para se sustentar sem os personagens principais e não adianta tentar empurrar mais gente nova por que não me desce. Não estou nada ansiosa pra ver mais gente do Mercy West por lá e eu preferia ver Derek descascando esse abacaxi e tentando salvar o Seattle Grace sem porcaria nenhuma de fusão.

O final do episódio, com cada um dos personagens principais fazendo uma parte da narração foi de matar.


“Dor pode ser algo que todos temos em comum, mas é diferente para cada um. Não é apenas na morte que sentimos dor. É na vida, na perda, na mudança, e quando nos perguntamos por que tem que ser tão ruim às vezes, por que tem que machucar tanto, o que temos que tentar lembrar é que tudo pode mudar de repente. É assim que você continua vivo: quando dói tanto que você não consegue respirar, é assim que você sobrevive. Lembrando que um dia, de algum modo, impossivelmente, não vai mais ser assim, não vai mais machucar tanto. A dor chega ao seu tempo para todos, do seu próprio modo. Então o melhor que podemos fazer, o melhor que qualquer um pode fazer, é tentar ser honesto. A merda de tudo isso, a pior parte da dor, é que você não pode controlá-la. O melhor que podemos fazer é tentar deixar sentirmos quando ela vier e deixá-la ir embora quando podemos. Mas a pior parte mesmo é que no minuto que você acha que superou, começa tudo de novo, e sempre, sempre deixa você sem fôlego. Há cinco estágios de dor. Eles são diferentes para cada um, mas são sempre cinco: negação, raiva, negociação, depressão, aceitação.”


Bruna

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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