Clap, clap, clap. Quando eu penso que elementos-surpresa simplesmente não conseguem mais existir na trama da série, um episódio deste é exibido e eu fico sem palavras. VIP Treatment, o quinto episódio desta magnífica segunda temporada de The Good Wife, mostrou ao público o quanto alguns casos podem ser sujos e o quanto as pessoas, acima de tudo, são vulneráveis e mais sujas ainda. Joe Kent, Kalinda Sharma e mais um grande caso da semana. Vamos lá.
No quesito linearidade da história, a trama foi iniciada a partir do momento em que estava sendo feito o anúncio da candidatura de Wendy Scott-Carr. Eli Gold e Peter Florrick passaram o episódio inteiro preocupados em trazer a inimiga para o lado deles e, assim, impedir que um segundo oponente lhes arranque força neste período final da campanha. Ainda não temos tantas informações para compor um perfil completo de quem é Wendy Scott-Carr, mas descobrimos que é uma advogada que trabalhava na Promotoria e tem por sonho a idealização de limpar a corrupção da cena política de Chicago. Até aqui, mostrou-se irredudível quanto a qualquer proposta recebida para deixar a campanha.
O caso da semana mostrou que Alicia pode ser sim peça-chave tanto na resolução de casos da Lockhart/Gardner & Bond quanto na campanha do marido. Joe Kent, um fictício ganhador do prêmio nobel, está em Chicago para uma conferência e é acusado de assédio sexual por uma massagista do hotel. Ainda na noite de anúncio da candidatura de Wendy, Alicia Florrick recebe um bilhete de sua secretária solicitando sua ação imediata em um caso importantíssimo. Natalie Knepp vive Lara White, a massagista que sofreu o susposto assédio. Em diversos momentos, a profissional convence de que realmente sofrera abuso, mas como está confusa e sem aparentar fortes emoções (escândalos, lágrimas, choro), por vezes transmite a impressão de que está mentindo ou omitindo algum fato. Mais tarde descobrimos que foi Cary quem indicou o escritório à Lara. A intenção do rapaz, segundo ele mesmo, era de que o caso era verdadeiro e Childs o dispensou, mais uma vez provando ser um promotor meia-boca. Será que é verdade?
Kalinda Sharma, pela primeira vez, acredito, deixa Alicia e equipe na mão. Talvez por conta de estar preocupada com a situação com Blake ela não tenha feito o trabalho exatamente como solicitado, cometendo falhas que Blake, mais atento, não cometeu. Aliás, foi muito bom assistir as cenas de Baranski com Scott Porter. Gostei da química evidente entre os dois. Será que Blake só quis ser solícito e cordial ao dizer o que disse à Diane? Foi algo do tipo, “se precisar de algo, qualquer coisa, estou aqui”. Vamos ver. Go, cougar Lockhart!
Depois de todas as tentativas de Peter e sua equipe em fazer Wendy deixar a sua recém-anunciada campanha, Eli Gold recebe um telefonema do advogado de Joe Kent. Pelo andar da história, eles conectam Alicia a Peter e, numa tentativa de silenciar a firma dos advogados, tentam fazer com que Peter faça com que Alicia e companhia retirem qualquer possibilidade do processo ir adiante, contra Joe.
Por fim, o escritório resolve ir em frente com o processo contra Joe Kent, embora tenha sido tarde demais. Lara White resolveu deixar as coisas como estavam, mesmo depois de descobrir que não tinha sido a primeira mulher abusada por Kent. Até mesmo a esposa dele tentar intervir e tem uma conversa tensa com Diane. Ela garante à Lockhart que seu marido, apesar do comportamento, tem feito um trabalho humitário sem precedentes na África e que o processo só faria com que esses anos de trabalho fossem jogados na lama. E é aí que entra a parte mais chocante do episódio: você perceber o quanto as pessoas são podres. É difícil compreender o que se passa na mente de um homem que faz da causa humanitária seu objetivo de vida e, no pessoal, no íntimo, foge totalmente de seus ideais.
O próximo episódio de The Good Wife se chama Poisoned Pill (comprimido envenenado) e promete ser bombástico – principalmente porque ainda será exibido só daqui uma semana, no dia 9/11, terça-feira. Esta semana não temos episódio novo da série! Até a próxima.
ps.: Gostei muito da atuação da Julianna Margulies neste episódio. Ela mostra que realmente é uma puta atriz e que está realmente à altura de seu personagem.
