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The Killing – 1×07 Vengeance

Por: em 10 de maio de 2011

The Killing – 1×07 Vengeance

Por: em

Por mais que Vengeance tenha sido um bom episódio, está na hora de admitir, infelizmente, que The Killing não é está sendo tão excepcional quanto aparentava ser.

Claro, ela foge dos padrões normais de uma série procedural, até pelo simples fato de acompanhar um caso durante uma temporada inteira ao invés de um por episódio. Por isso já dava para imaginar que a investigação seria longa e que só saberíamos o resultado do assassinato de Rosie no final da temporada. Mas estamos mais perdidos do que nunca. O fato é que a série não conseguiu uma identidade. Não dá para esperarmos nada dos cliffhangers dos episódios…eles se resolvem nos minutos iniciais dos próximos sem grandes consequências. Também nos disseram para esperar uma abordagem detalhista e real dos dramas dos personagens, e enquanto a série faz isso muito bem com a família Larsen, seus dois detetives principais estão sendo jogados a tramas chatas e já no episódio 7, nada além de pistas pífias nos são dadas. Nos forçaram a por a culpa em Jasper, Kris, Sterling…cadê esses personagens atualmente? Cadê o desenvolvimento dos demônios internos dessas pessoas? Não passam de peões em um tabuleiro de xadrez: são os primeiros a avançar, mas os mais fáceis de matar.

O mesmo acontece com o lado político da série. Como querem que nos envolvamos com Richmond, Gwen, Jamie e outros se nem sabemos porque de fato eles estão na história? A ideia de um carro da campanha ser usado e o professor Bennet no projeto de Richmond são fatos muito vagos para sustentarem 7 episódios. “Não é a hora de nos mostrarem isso ainda”. Mas se o propósito não é nos manter grudados na tela e nos preocupar com esses personagens até os 6 episódios finais, então que fizessem uma temporada de 6 episódios em que tudo iria acontecer. Ao mesmo tempo, não me entendam mal. Eu amo o clima da série, o cenário e a ambientação de Seattle, as atuações e algumas das tramas como o luto dos Larsen. Mas aquele ar de mistério que nos deixou com milhares de pulgas atrás da orelha nos dois primeiros episódios estão sendo abandonados. É muito fácil não dar a mínima para as pistas que os detetives encontram. Elas geralmente não levam a nada, mas passamos o episódio inteiro trabalhando nelas. Agora entramos em um terreno que envolve religião e etnia e provavelmente a série vai trabalhar mais o lado da máfia polonesa. E por mais que os episódios e si sejam bons, analisando a temporada sozinha e a evolução da série, acabamos nos perdendo em um emaranhado de caminhos, 90% deles que não levaram a nada. E tenham certeza que admitir isso é algo que eu realmente não esperava fazer.

Estou realmente cansado do vai-e-vem de Sarah. TODOS sabem que ela não vai para Sonoma até o caso ser resolvido, então porque não cortar todo esse blábláblá e realmente assumir o que interessa? Mireille Enos e Joel Kinnaman são atores que poderiam estar sendo muito bem explorados, mas são jogados no canto com histórias sem graça. E aqui eu nem reclamo do ritmo lento. Sinceramente? Eu AMO o andar da carruagem de The Killing no que se trata de contar uma história de assassinato, mas a abordagem que era promissora foi abandonada. Nessa altura do campeonato já deveríamos saber mais da vida de Sarah e Holder. Mas por enquanto sabemos que ela é obcecada pelo caso, o que já aconteceu antes e quase lhe fez perder a guarda de Jack, além de que ela fumava. Já Holder…não dá para falar nada além de que ele tem muitos segredos escondidos, e isso a gente já sabia no piloto!! Apesar de tudo, estou sempre gostando mais de Mireille Enos, que apresenta lados diferentes de Sarah, mas ela pode mais, assim como Kinnaman, que nos últimos dois episódios foi nada mais que alívio cômico. Legal mesmo foi a cena em que Sarah ensina Jack a atirar, e nem sei dizer exatamente porque, mas foi uma cena que me chamou muito a atenção.

Dá investigação só sabemos que Rosie provavelmente se encontrou com o tal de Muhammad na casa de Bennet e que nem era Amber que ajudou a levar o corpo dela, pois não pode levantar peso algum. O fato é que isso tudo pode ser simplesmente nada porque o cara do binóculo é mentalmente instável. Indo até a mesquita levaram um fora gigantesco do imame, ainda mais que existe uma outra garota desaparecida para qual a polícia não dá nenhum apoio (mais uma pista sobre o que muitos vem falando de existir um serial killer em Seattle). Quando Sarah e Holder encontraram o bilhete nas botas dela, voltei a cena para ver quem deixou e dá para ver claramente uma mulher muçulmana colocando o bilhete lá. Não sei mesmo o que é toda essa história do FBI, mas para verem como não consigo acreditar que o que nos mostram terá importância (espero mesmo estar errado) não tenho vontade de me envolver na trama. Sabemos que nunca é encontrado algo de bom dentro de um freezer, então quem sabe a tal garotinha desaparecida esteja lá e isso seja algo sobre terrorismo para ter o FBI envolvido.

Na área política, Richmond permanece jogando limpo. Muitos falam que o envolvimento do assassinato de Rosie com a política de Seattle está no filme da garota, algo que ela viu que não deveria ter sido notado e que chamou sua atenção. Algo ligado com seus projetos na área portuária da cidade, a mesma na qual aquele cara que deu dinheiro a Richmond queria construir um estádio. Não sei, mas precisamos descobrir mais informações sobre essa ligação, ou essa parta da história ficará sem importância e se tornando pedante com o tempo. Além disso descobrimos que a esposa de Richmond morreu em um acidente de carro envolvendo uma motorista embriagada que está sendo solta da prisão. E pelo papo que ele teve com a ex-sogra, Richmond se sente culpado pela morte da esposa…pelo jeito ele foi o motivo dela querer dar uma volta de carro aquela noite.

O que continua muito, mas muito bom, é a família Larsen. Como sugeriram nos comentários do episódio passado, Stan só levou Bennet para dar uma volta e um susto. Pelo jeito, Mitch e todos da família conhecem o passado dele, só não sei dizer realmente se Mitch se referia aos problemas com jogatina ou da máfia polonesa, mas acho que os dois. Stan mudou, é fato, e não quer mais fazer o trabalho sujo de ninguém, pois não é mais o mesmo homem de antes. Brent Sexton está fazendo um trabalho fenomenal como um pai sofrendo a perda da filha e lutando contra as vontades de fazer vingança e voltar a ser o homem ruim que um dia já foi. E em Vengeance, vimos que ele está tentando mesmo retornar a vida normal. Não está mais duvidando da polícia, quer voltar a ter uma vida sexual com Mitch e voltou a dar atenção total aos filhos. A cena em que leva os dois para soltar pipa e é surpreendido com as perguntas deles sobre a morte da irmã foi realmente ótima, assim como o final, quando abraça o caçula que mais uma vez teve pesadelos e foi dormir com o pai. O que todos nós pensávamos está se invertendo. A vingativa da história pode ser mesmo Mitch que sumiu de noite para espreitar a casa de Bennet.

Isso tudo devido a fofocas. Muita gente anda dizendo que Belko não tem nenhum “homem” na escola, e que está jogando a culpa no professor para nem cogitarem a possibilidade dele ser o assassino. O negócio é que as notícias correm. Todos na escola já sabem sobre a jaula e o que era feito lá dentro, então é possível que se exista um informante de Belko no local, ele tenha escutado notícias sobre o lugar e que Rosie foi morta lá. Porém Bennet nem deve ser o assassino e as coisas muito provavelmente não aconteceram como essas fofocas que Belko ouviu, mas só isso já é capaz de enfurecer a mãe que busca por vingança. Aliás, alguém sabe me dizer de que lugar vem os pais de Mitch para terem aquele sotaque? Essa história passou rápida, mas foi a avó de Rosie é uma mulher extremamente chata e racista, além de parecer não gostar muito do genro, o que mostra novamente que todos conhecem o passado de Stan. Sobre esse plot, só preciso comentar que a cena de Stan e Mitch na cama foi sensacional. Sexton e Michelle Forbes estão conseguindo segurar as pontas.

Na nossa última enquete, Amber e Belko empataram com os assassinos de Rosie. Será que alguma coisa muda essa semana? Quanto aos problemas com a série, entendam, eu sou fanboy de The Kiling e cada episódio passa rápido demais, mas analisando a evolução da série, muita coisa boa for perdida, enquanto outras ruins estão ganhando espaço. Um exemplo de como gosto? Esse episódio teria sido perfeito se não fosse o fato da série tender a esquecer o que foi mostrado. Espero mesmo que o próximo episódio consiga trazer de volta o mistério e fortaleça as tramas para que consigamos nos importar o suficiente, e para isso precisam deixar de lado os clichês básicos de séries procedurais e mostrar a que vieram, pois sabemos que conseguem mais, já vimos isso acontecer.



Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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